A preocupação com a segurança do veículo e a do
motorista, aliás, devem estar presentes quando se planeja uma garagem
Poucos
condomínios estão livres de problemas com suas garagens. Os prédios antigos
sofrem com a falta de espaço e os mais novos se vêm às voltas com garagens mal
planejadas, cheias de obstáculos e com vagas apertadas.
Segundo
a arquiteta Fadva Ghobar, especializada no planejamento de garagens, a
preocupação com o espaço para carros nos condomínios é cada vez mais eminente.
"Quem tem uma vaga quer duas, quem tem duas quer três. Tiramos leite de
pedra, e sempre achamos uma brecha para solucionar o caso" , conta,
ressaltando que, há 30 ou 40 anos, as construtoras não priorizavam vagas para
veículos. "Hoje, São Paulo tem a relação de um carro para cada dois
habitantes", diz a arquiteta. Haja espaço, portanto.
Nos
edifícios antigos, é possível aumentar a quantidade de vagas apenas remanejando
o espaço existente ou, então, partindo para reformas, pequenas ou grandes.
"Hoje, existem tecnologias que permitem ampliações. Pode-se escavar mais o
subsolo, por exemplo, ou usar estruturas metálicas para obter mais
garagens", orienta Fadva, que cita os prédios do bairro de Higienópolis,
antigos e de alto padrão, com uma relação de vagas por apartamento que muitas
vezes não chega nem a um. Para Cleide Yusuf, arquiteta que apresenta soluções
para garagens há 12 anos, os resultados dependem muito da existência de pilares
e outros obstáculos. "Em um prédio em Perdizes com vagas triplas,
conseguimos liberá-las só com remanejamento.
Depois
do prédio pronto, não se pode mexer na estrutura", explica a profissional,
que trabalha junto a algumas construtoras fazendo projetos de garagens ainda
durante a construção. A arquiteta lembra, ainda, que é economicamente
interessante para o condomínio conseguir vagas a mais. Em um prédio em Santana,
ela conseguiu 36 vagas novas. "Na primeira assembléia, o síndico conseguiu
alugar todas", conta.
Prédios
novos também sofrem com a falta de local para todos os veículos. "Os
condomínios precisam reduzir os custos com manobristas, já que muitos têm vagas
presas. Uma das opções que encontramos é que os próprios moradores fiquem com
as chaves dos carros vizinhos. Em alguns casos tem dado certo", conta
Cleide. A falta de espaço leva muitos condomínios a optar por acessórios que
impedem danos maiores aos veículos.
É
o caso dos amortecedores de impacto e das mantas para revestir colunas. Outra
solução para ganhar espaço nas garagens são os paletes. A arquiteta Cleide
Yusuf ressalta, porém, que o uso desse tipo de acessório depende da
distribuição dos pilares: "É preciso uma boa circulação para manobrar e
conseguir subir no trilho." A preocupação com a segurança do veículo e a
do motorista, aliás, devem estar presentes quando se planeja uma garagem.
Segundo Fadva Ghobar, deve-se propiciar visibilidade dos espaços de circulação
e manobra, sinalizando as situações de maior risco (como curvas, obstáculos
etc.), além de dar boas condições para o veículo ter acesso à vaga.
Também
é preciso estar atento se depósitos e bicicletários não "roubam"
espaço dos carros. "A prioridade na garagem é o carro entrar e sair
confortavelmente", define. Em um prédio com 80 armários na garagem, Fadva
remanejou 30 que atrapalhavam. "Encontramos outros cantos mortos e
desbloqueamos o espaço", finaliza. Anote as medidas das vagas exigidas
pela Prefeitura de São Paulo:
O
tamanho das vagas Vagas Tamanho Grandes (exige-se 5% do total de vagas) 2,50 m
de largura por 5,50 m de comprimento Médias 2,10 m de largura por 4,70 m de
comprimento Pequenas 2,00 m de largura por 4,20 m de comprimento. Segundo a
arquiteta Cleide Yusuf, prédios de alto padrão têm vagas de, no mínimo, 2,30m
por 4,70m.
Por
Bernardo César Coura
Fonte
Jornal do Síndico