Com o ritmo econômico do país em queda, aumento da
inflação e dos preços de produtos e serviços, algumas dicas podem ser
essenciais para seu dinheiro durar mais
Há
meses o consumidor já sente no bolso os efeitos de uma economia que tem andado
enfraquecida. De um lado, algumas regiões do país enfrentam a estiagem, que
além de piorar o cenário da crise da água no sudeste, acaba por encarecer os
produtos in natura. De outro, o ambiente econômico instável e o aumento de
impostos e tarifas, como as de energia elétrica e água, pressionam o orçamento
doméstico. A ordem então é reunir a família e fazer uma revisão daqueles
hábitos que em tempos de “vacas gordas” ninguém dá muita importância, mas que podem
fazer a diferença nas contas no final do mês. É também uma oportunidade para
estancar o desperdício, que nunca é bem-vindo, mesmo quando o país vai bem.
O
Idec preparou dicas em 5 categorias: água, energia, consumo, alimentos e
finanças. Vale a pena conferir e colocá-las em prática!
Água: um bem precioso que tem feito falta
Há
muitos motivos para economizar água. Alguns mais nobres, como a preocupação com
o meio ambiente e as gerações futuras. Mas, ultimamente, o consumidor tem
pensado duas vezes antes de abrir a torneira. Como se não bastasse a crise que
a região sudeste tem enfrentado desde 2014, o reajuste na tarifa e as multas
impostas pelas concessionárias para quem descumprir a meta têm mexido, e muito,
no bolso do consumidor. Para não ver seu dinheiro escorrer pelo ralo, adote
algumas medidas:
·
Água de reuso:
Colete água da chuva ou use a água do enxague da máquina de lavar, ou do
chuveiro enquanto esquenta, para a limpeza do quintal e da calçada. Só não se
esqueça de tampar bem os recipientes para evitar doenças, como a dengue, que
adora água parada.
·
Lavar o carro, só se for com chuva: a mangueira que muita gente usa para lavar
o carro consome 560 litros em 30 minutos! Em tempos de estiagem e tarifa nas
alturas, deixe a limpeza com São Pedro. Se for realmente necessário, opte pelo
balde e um pano.
·
Descarga com caixa acoplada: as descargas convencionais gastam até 20
litros de água cada vez que são acionadas, ao passo que as caixas acopladas
mais modernas usam apenas 6 litros. Assim, vale a pena fazer um investimento no
banheiro, que será revertido em economia no longo prazo, seja trocando a
descarga ou o dispositivo que adapta as caixas antigas para o modo mais
econômico.
·
Reduzir o tempo de banho: Cinco minutos são suficientes! O consumidor pode economizar
ainda mais se fechar o registro para se ensaboar. Essa dica vale para tudo,
escovar os dentes, fazer a barba e qualquer outra utilização que necessite de
água corrente.
·
Redutor de vazão e arejador na torneira: estas duas pecinhas são baratas e de fácil
instalação. O primeiro pode diminuir pela metade a quantidade de água que sai
da torneira. Já o segundo mistura ar à água, diminuindo o fluxo, mas mantendo a
sensação de volume do jato.
·
Enxaguar a louça só no final: limpe a louça antes de colocá-la na pia,
isso já faz uma grande diferença. Depois, ensaboe a louça e enxague tudo de uma
só vez. Requer um pouco de organização nas primeiras vezes, mas com o tempo
fica fácil, fácil.
·
Máquina de lavar roupas cheia: a melhor maneira de usar a máquina de
lavar e enchê-la até sua capacidade máxima e escolher um ciclo rápido, com
menor número de enxagues. Além de economizar água, usa também menos energia
elétrica.
·
Lavar frutas e verduras numa bacia com ajuda de uma escova em vez de usar água
corrente ou deixá-las de molho em solução de hipoclorito de sódio (os postos de
saúde distribuem gratuitamente essas soluções)
·
Consertar vazamentos: Conserte os vazamentos de água assim que eles forem notados.
·
Regar as plantas:
Use um regador para molhar as plantas ao invés de utilizar a mangueira. No
verão, a rega deve ser feita de manhãzinha ou à noite, o que reduz a perda por
evaporação. No inverno, a rega pode ser feita dia sim, dia não, pela manhã.
Energia elétrica a peso de ouro
Não
é de hoje que o Brasil convive com o risco de déficit de geração de energia
elétrica no país por falta de planejamento e investimentos em infraestrutura.
Mas a situação ficou ainda pior com a crise hídrica e o acionamento das
termelétricas, energia mais cara, o que levou o governo a mandar a conta para o
consumidor. E que conta alta! Veja o que fazer para não tomar um choque quando
sua conta chegar:
·
Iluminação e Ventilação Natural: É possível reduzir o consumo de energia
desde o planejamento da construção e decoração de um imóvel, aproveitando ao máximo
a iluminação e ventilação natural. Se o imóvel já está construído e decorado,
algumas dicas podem ajudar na economia de energia, como, abrir janelas,
cortinas e persianas durante o dia; planejar a organização dos ambientes, como
a disposição dos móveis; usar cores claras no teto e nas paredes internas, pois
elas refletem melhor a luz e deixam o ambiente mais claro; e, manter
luminárias, globos e arandelas sempre limpos.
·
Stand-by é coisa do passado: além de desnecessário, os aparelhos em
stand by continuam a consumir energia. Desligue os equipamentos da tomada
quando não for usá-los por um período maior, ao invés de desligar apenas no
comando. Isso vale para carregadores de celular que vivem conectados à tomada,
mesmo quando não estão em uso. Essa ação gera uma economia de pelo menos 15%
nas contas de energia elétrica.
·
Na hora da compra, consulte o selo Procel: antes de comprar um novo equipamento,
verifique a etiqueta de consumo de energia e o selo do Procel para escolher
aquele que consome menos energia. Vale lembrar que não algumas marcas de
veículos possuem também um selo de eficiência energética veicular que ajudam o
consumir a optar pelo veículo com menor gasto de combustível por km
rodado.
·
Geladeira e fornos bem vedados: muita gente não percebe, mas a geladeira e
o forno podem consumir mais energia se a borracha de vedação não estiver
funcionando bem. Verifique as suas e, se for o caso, faça a troca.
·
Computador e televisão também dormem: se o seu computador fica ligado durante
longos períodos sem uso, programe as definições para desligar automaticamente
(hibernar). E lembre-se de ajustar o timer da sua televisão para que ela
desligue sozinha no caso de você cair no sono primeiro.
·
Aquecimento solar:
avalie a possibilidade de adotar o aquecimento solar de água. A substituição
dos chuveiros elétricos por aquecimento solar possibilitaria a diminuição de 30
a 50% da conta de energia do consumidor residencial.
·
Lâmpadas:
troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas, pois a
economia de eletricidade proporcionada por ela pode chegar a 80%. A quantidade
de acionamentos da lâmpada fluorescente compromete seu tempo de vida.
Prefira-as para a cozinha, área de serviço, garagem e qualquer outro espaço em
que as lâmpadas permaneçam acesas por mais tempo. Adote dispositivos de
detecção de presença para lâmpadas em áreas externas, por exemplo. Ao sair dos ambientes, lembre sempre de
apagar as luzes.
·
Opte por deslocamentos mais sustentáveis: ir a pé, de bicicleta, usar transporte
coletivo ou táxi é mais barato e polui menos do que ter um automóvel. É só
fazer as contas e comparar gastos com combustíveis, manutenção, estacionamento,
seguro e todos os demais custos envolvidos com o seu automóvel. Você também
pode praticar e incentivar a carona solidária com sua família, amigos e colegas
de trabalho ou da escola. Evite grandes deslocamentos, faça suas compras no
comércio local de seu bairro. Optando por outras formas de deslocamentos, além
de contribuir com o meio ambiente, você contribui com um trânsito melhor nos
centros urbanos e se permite uma melhor relação com a cidade.
Consumo sustentável: mais do que nunca chegou a hora
de levar isso a sério
É
preciso encarar: os recursos naturais do nosso planeta não são infinitos. Basta
analisar a situação da falta d’água na região sudeste para ter uma ideia do
tamanho do buraco que uma sociedade consumista como a nossa está cavando. Além
dos grandes impactos ambientais que o consumo exagerado causa, seu bolso também
sofre quando você compra sem parar para refletir antes. Não se deixe contagiar
pelo consumismo. Saia do automático! Veja como:
·
Trocar ao invés de comprar: cada vez mais frequentes, os espaços de
troca estão ganhando destaque. Em tempos de economia e para fomentar um consumo
responsável, feiras de trocas, sejam do que for, são bons espaços para
desentulhar objetos que estão em casa e aproveitar para substituir por algo que
você precisa. Se não tiver nada que queira levar para casa, doação é sempre uma
boa opção.
·
Refletir antes de consumir: não se deixe manipular pela propaganda,
nem pelo status que um produto promete lhe emprestar. Reflita se você realmente
precisa fazer a aquisição ou se é apenas um impulso. Muitas vezes as
propagandas nos influenciam a adquirir bens desnecessários que acabam ficando
sem uso em nossas casas.
·
Descartável x durável: sempre que possível, escolha produtos que sejam mais duráveis
aos descartáveis. Dessa forma, você estará contribuindo para a diminuição do
impacto ambiental que esses produtos possuem ao longo de seu ciclo de vida,
optando por um consumo mais sustentável.
Observe também as embalagens, recuse sacolas plásticas e leve sua retornável.
·
Reduza, reutilize, recicle: sempre leve essa regrinha ao consumir
qualquer produto. Ao pensar em consumir ou se desfazer de um produto, reflita,
primeiro, se é necessário, se for, ao descartar, repense se é possível
consertá-lo, reutilizá-lo, reciclá-lo ou doá-lo. Em alguns casos, consertar um
produto ainda vale mais a pena economicamente do que comprar um novo.
·
Produtos de limpeza: Diminua uso de produtos de higiene e limpeza convencionais, assim
você reduz o nível de poluentes presentes na água e no tratamento do esgoto.
Você pode fabricá-los em casa. Veja algumas receitas na Revista do Idec.
·
Reivindique:
Solicite aos supermercados, restaurantes e fornecedores de alimentos e insumos
domésticos que ofereçam produtos orgânicos e com certificação de origem ou
qualidade ambiental. Pressione as empresas de produtos eletroeletrônicos para
que fabriquem produtos mais eficientes no consumo de energia, mais duráveis e
informem sobre a eficiência energética deles.
Alimentar o corpo sem machucar o bolso
O
custo com alimentação foi um dos que mais subiram nos últimos meses, puxado
pela escassez de água e o câmbio, que estimula a exportação, diminuindo a
oferta no País. Mas como não dá para ficar sem se alimentar, reunimos algumas
dicas preciosas que vão te ajudar na hora de escolher o que comprar – e como
utilizar. Anote e leve a dicas para o supermercado!
·
A lista:
fazer a lista de compras é, sim, muito importante para você não perambular pelos
corredores do supermercado colocando coisas sem necessidade no carrinho. Antes
de sair de casa, anote tudo o que você precisa e aproveite para dar uma
conferida nos armários e geladeira. Assim você evita cair na dúvida se precisa
ou não de um item – e acabar comprando por desencargo de consciência – e gasta
somente o necessário.
·
Pesquise:
acompanhar os preços e pesquisar é uma maneira de evitar preços abusivos e
maquiagem de preço. Muitas empresas aproveitam o momento de elevação dos preços
pra alterar a embalagem dos produtos, reduzindo a quantidade, mas mantendo o
preço. Além disso, muitos pontos de venda aproveitam a desatenção do consumidor
e acabam colocando produtos em falsa promoção, sugerindo que aquela oferta é
uma boa escolha. Para não cair nessas armadilhas, é preciso ficar atento as
promoções apresentadas para a publicidade do dia especial de ofertas e as
embalagens dos produtos.
·
Substitua e opte por produtos da estação: a substituição de marcas pode trazer
economia, bem como, a opção pela compra de produtos que estejam menos
pressionados pela inflação, no setor de hortifruti, carnes e grãos
principalmente. Ou seja, optar sempre pelos produtos da estação que possuem
maior oferta no mercado e, apresentam menor necessidade de uso de agrotóxicos em sua produção.
·
Plante seu próprio alimento: para quem tiver espaço, vontade e
criatividade, plantar seu próprio alimento é uma forma de economizar nas
compras. Começar com temperos é um bom jeito de ir aprendendo e se animando. E
vale reutilizar todos os tipos de suportes, como garrafas pet e embalagens
diversas.
·
Organize sua despensa: mas o que isso tem a ver? Colocando os produtos com
vencimento mais próximo na parte da frente, você evita ter que jogá-los fora
sem nem mesmo ter usado.
·
Prepare sua marmita: é bom para o bolso e melhor ainda para sua saúde. Além de
ficar muito mais em conta preparar sua própria comida em casa, você tem certeza
da procedência dos alimentos e da forma como ela foi preparada. Isso vale
também para o lanche das crianças. Você pode aproveitar para reduzir a
quantidade de produtos industrializados (ricos em sódio, açúcares e
conservantes) e substituí-los por frutas e lanchinhos caseiros. Seu bolso - e
sua saúde - agradecem!
·
Faça uma limpeza na geladeira 1 vez por semana: sabe aquele restinho disso e daquilo que
vai se acumulando no fundo da gaveta de legumes? Então, use-os para fazer uma
sopa bem nutritiva, ou transforme-os em um caldo de legumes para preparar
aquele risoto do final de semana. Outra dica é congelar esses preparos se não
for consumi-los imediatamente. É sempre bom ter uma refeição pronta no
congelador em caso de urgência, não é? E com a vantagem de ser 100% caseira,
livre de conservantes!
Orçamento doméstico: controlar, planejar e não se
endividar
Você
já viu nossas dicas para economizar com água, energia, alimentação e manter um
hábito de consumo dentro daquilo que é considerado sustentável. Mas nada disso
adianta se você não tiver um controle dos gastos mensais da casa, ou seja, o
orçamento doméstico. Saber exatamente o quanto entra de dinheiro e o quanto é
gasto com cada item (e são muitos!) ajuda a identificar aqueles pontos onde há
desperdício, ou seja, aquele ralo por onde seu dinheiro escorre sem que você
perceba. As dicas abaixo são valiosas!
·
Primeiro passo:
faça o download da planilha de orçamento doméstico que o Idec criou. Ela já vem
prontinha para você começar a usar! Para facilitar, clique aqui.
·
Você já sabe, mas é sempre bom lembrar: acompanhe a origem e o destino das suas
receitas, defina prioridades, preveja os rendimentos para o mês à frente, forme
sua reserva de poupança, contabilize com clareza suas compras parceladas e os
pagamentos com cartão de crédito.
·
Não caia no superendividamento: nós já falamos sobre consumo sustentável e
consumismo, mas se tiver que comprar algo parcelado ou obter empréstimo, a
regra principal é não deixar que as parcelas ultrapassem 30% da renda mensal
familiar. Se isso acontecer, o consumidor terá dificuldades em arcar com as despesas
básicas do dia a dia. Também é aconselhável optar pelo pagamento de menor
quantidade de parcelas em um financiamento para evitar o pagamento de juros
altos por um longo período.
·
Quais são as recomendações antes de começar um
financiamento? A primeira é
planejar. Fazer um empréstimo em uma situação emergencial ou desesperadora não
dá certo. O consumidor precisa analisar sua capacidade de pagamento, lembrando
sempre que os cálculos não devem se basear no valor do salário, mas no que
sobra depois do pagamento das contas do mês e outras dívidas que já possua.
Imprevistos como desemprego ou doença devem ser levados em consideração.
Diminua gastos desnecessários e tenha controle do seu dinheiro. Faça a
simulação de crédito para saber o custo efetivo total, pesquise taxas de juros
e avalie o impacto no valor total.
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De olho no extrato bancário: Controle seu extrato, evite pagar serviços
que não utiliza mantendo pacotes de tarifas de custo elevado. Utilize os canais
de autoatendimento (internet, caixa eletrônico e celular), e não pague apenas
pelo que exceder a gratuidade dos serviços essenciais.
·
Cheque, cartão de crédito e cheque especial. Sinônimo
de dívidas: sempre que utilizar
cheque pré-datado, anote os números das folhas e as datas previstas para os
descontos. Desta forma, o consumidor tem o controle de seus gastos e pode se
programar para ter o dinheiro na conta quando o cheque for descontado. Já o
consumidor que parcelar as compras no cartão de crédito também deve ficar
atento não só ao valor da parcela, mas ao total que sua fatura vai somar com
aquela nova aquisição. O pagamento integral da fatura é fundamental, uma vez
que os juros cobrados no parcelamento da fatura são um dos mais altos do
mercado. Assim, ao parcelar ou pagar o “valor mínimo”, a dívida acumula para o
mês seguinte e fica cada vez mais alta! Quanto ao cheque especial, evite-o ao
máximo. As taxas de juros dessa modalidade são muito altas e é importante
lembrar que, quando seu salário for depositado no próximo mês, ele
primeiramente cobrirá sua dívida no cheque especial - também conhecido como
“limite” de sua conta corrente. Sendo assim, você terá menos dinheiro
disponível para arcar com seus gastos do mês, o que poderá levá-lo a entrar
novamente no cheque especial, criando um circuito sem fim de cobranças de juros
e uma conta corrente que não sai do vermelho nunca.
Fonte
Idec