Não
são só os tutores que sofrem com a chegada do inverno. Coriza, tosse, secreção
nasal e espirro também fazem parte da vida de cães e gatos com a mudança de
temperatura. A doença, que é muito semelhante à gripe dos humanos, é altamente transmissível
entre os animais.
Nos
cães, o nome correto é Traqueobronquite infecciosa canina, ou Tosse dos Canis,
causada por bactérias e vírus, e que se manifesta principalmente com o tempo
mais frio e seco. “O animal apresenta tosse geralmente com catarro, secreção
nos olhos e corrimento nasal, que é aquela aguinha que sai no nariz dos cães. É
altamente contagioso entre os cachorros, mas é benigna, raramente pode evoluir
para casos mais graves”, afirma o professor de Veterinária da Universidade
Metodista Paulo Salzo.
Segundo
o professor, a doença permanece no organismo entre uma e duas semanas, e os
sintomas costumam ir embora sozinhos. “Em alguns casos, podemos tratar uma
traqueia inflamada, por exemplo. No qual entramos com antibiótico e
anti-inflamatório, além de recomendar inalação com soro fisiológico.”
A
“gripe canina” é transmitida por contato com outros cachorros doentes. Vale
lembrar que a doença, tanto a do gato quanto a do cão, não passa para seres
humanos, e nem os tutores, caso estiverem gripados, podem transmitir o vírus
para os animais.
“Outro
método de contágio se dá por frequentar o mesmo local que um cachorro doente
esteve, como pet shops. Ou se alguém teve contato com um animal doente, pode
ter as roupas contaminadas e transmitir para outro cachorro”, afirma o
professor.
Mais
um cuidado durante o frio é o uso de roupinhas, principalmente se o cachorro
for do tipo que tem pelo curto. “Não é uma questão restrita ao agasalho, também
não se deve dar banhos quentes e sair no frio, por exemplo”, disse Salzo.
Já
no caso dos gatos, a doença, chamada Complexo Respiratório Felino, é um pouco
mais séria e pode se manifestar em diversas épocas do ano, sempre que o animal
ficar com o sistema imunológico debilitado. O contágio também é direto e se dá
pelo contato direto com outros animais doentes. “Além da secreção nasal e
espirros, o gato pode apresentar também uma conjuntivite associada”, explica o
professor do curso de Veterinária da Universidade Anhanguera de São Paulo
Rodrigo Casemiro Pinto Monteiro.
Um
dos vírus que ataca os felinos e provoca tais sintomas, o Herpes Vírus, não
será jamais eliminado do organismo dos gatos. “É uma doença que é tratada, mas
uma vez adquirida, o animal será sempre portador. E em caso de estresse ou de
baixa imunidade, vai se manifestar novamente”, diz Monteiro.
Segundo
o professor da Anhanguera, cerca de 50% dos gatos adquirem a doença, que é mais
agressiva em filhotes e gatas grávidas, que podem até perder os filhotes. “Além
de tratar os sintomas, pode solicitar também um hemograma e raio-x de tórax
para o acompanhamento do caso.”
Há
vacinas no mercado para a prevenção das tais “gripes”, com preço médio de R$
60. O cachorro deve tomar duas doses – a segunda após 30 dias da primeira –
além de um reforço anual. No caso dos gatos, não há uma vacina específica que
previna todos os tipos de vírus que afetam o sistema respiratório dos felinos,
mas há imunizações antivirais importantes, como a V3, V4 e V5.
A
dica dos especialistas é sempre procurar ajuda profissional se houver algo de
errado com o animal. “A demora para consultar o veterinário pode fazer com que
qualquer doença evolua para um quadro mais sério. E um tratamento tardio pode
não salvar o animal a tempo”, comenta Monteiro.
Por
Agência de Notícias de Direitos Animais - ANDA
Fonte
Diário do Grande ABC