Networking: “As pessoas estão cansadas de serem alvo
de conversas interesseiras”, diz especialista
Fazer
networking do jeito certo é tão difícil que aqueles que conseguem dominar essa
“arte” se tornam mitos.
É
o caso do empresário norte-americano Richard Stromback, que ganhou fama de “Sr.
Davos” pelo seu impressionante trânsito entre as figuras mais importantes do
Fórum Econômico Mundial, evento anual que ocorre em Davos, na Suíça.
Richard
tem histórias lendárias em seu currículo. Quando um príncipe do Oriente Médio
foi conhecer um poderoso CEO dos Estados Unidos, ele pediu sua ajuda para
facilitar o encontro, e até o Vaticano já recorreu ao empresário para negociar
um acordo de paz, segundo o site Harvard Business Review.
Mas
por que Stromback está sempre no centro das atenções? O segredo pode estar na
sua capacidade de conectar pessoas, segundo sugere Maurício Cardoso,
co-fundador do Clube do Networking.
“Ter
um bom networking não é conhecer muita gente. É conhecer uma pessoa com um
problema e uma pessoa com a solução, e fazer a ponte entre elas”, afirma ele.
A
consultora empresarial Surama Jurdi explica que bons networkers, como
Stromback, sabem ser facilitadores. “Eles conseguem servir ao outro, ajudá-lo,
e assim ganham fãs no futuro”, afirma ela.
O
problema é que muita gente esquece que o ingrediente para o sucesso dos
relacionamentos profissionais é ser útil para os demais. "Quem tem um
networking ineficiente normalmente subestima a importância da troca”, diz
Cardoso.
Com
a ajuda dos dois especialistas, EXAME.com reuniu alguns erros frequentes que
decretam o fracasso do seu networking. Veja a seguir:
1. Abordar alguém de forma “crua”
Se
você quer se aproximar de alguém, a forma ideal é ser apresentado. “Se você só
manda um email ou faz uma ligação 'fria', fica parecendo telemarketing”, diz o
sócio do Clube do Networking. “Não adianta insistir. As pessoas estão cansadas
de serem alvo de conversas interesseiras”.
2. Não oferecer nada em troca
Não
é errado se aproximar de alguém com um interesse, segundo Cardoso. Só não vale
contar isso como networking se o benefício só existe para uma das partes.
“Quando não há troca, dificilmente o contato leva a alguma coisa”, afirma ele.
É o erro mais clássico do networking: procurar outro profissional só quando
você está precisando.
3. Bajular
Tentar
ganhar a simpatia do outro com elogios exagerados é uma péssima ideia, de
acordo com Surama. “Autenticidade é fundamental para criar uma conexão real com
o outro”, diz a consultora. Cumprimentar uma pessoa não é um problema, mas é
bom moderar o tom e ser sincero.
4. Parar no primeiro contato
Cardoso
critica a noção de que networking é um “evento”, um encontro pontual que
acontece numa tarde, por exemplo. “Na verdade é um processo, algo que demanda
um esforço a longo prazo para garantir a continuidade do relacionamento”,
afirma.
5. Não sair da frente do computador
Usar
o email e as redes sociais para conversar com outros profissionais é um ótimo
hábito, desde que não substitua o contato presencial. “Para fazer networking, o
olho no olho é fundamental”, diz Cardoso. “Sem isso, fica muito difícil criar
confiança”.
6. Ser impessoal demais
Não
é porque o objetivo da aproximação é profissional que você não pode - ou não
deve - buscar uma conexão pessoal com o outro. Na verdade, encontrar uma
identificação subjetiva é essencial para que o networking dê certo. “Afinidades
garantem que o outro se lembre de você”, diz Surama.
7. Falar só sobre você
É
natural tentar exibir as suas qualidades num encontro profissional. Mas é
importante tomar cuidado para não transformar a conversa. num monólogo. “Você
pode falar sobre si mesmo, mas também é importante perguntar, ouvir, demonstrar
interesse pelos projetos, experiências e gostos da outra pessoa", explica
Cardoso.
Por
Claudia Gasparini
Fonte
Exame Online