Saiba como baixar o custo de converter moedas e evitar
dor de cabeça em viagens ao exterior
Com
o recesso de fim de ano chegando surgem as dúvidas sobre onde comprar a moeda
estrangeira, de que forma carregar o dinheiro e em qual corretora realizar as
conversões.
Para
que sua viagem internacional seja mais tranquila, EXAME.com listou dez dicas
para que a compra de dólares e de outras moedas estrangeiras seja feita sem complicações
e, na medida do possível, sem grandes custos. Confira:
1 - Estime gastos
O
viajante deve estimar o gasto diário que terá com alimentação, compras e lazer
durante a viagem para não comprar mais moeda do que precisa.
Uma
estimativa ruim pode gerar mais gastos, uma vez que será preciso realizar mais
operações, seja para vender os dólares que sobraram ou para comprar mais, se o
dinheiro convertido não foi suficiente.
De
acordo com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, o cálculo das despesas depende
do objetivo da viagem. “O gasto com alimentação pode ser maior caso o viajante
busque uma experiência gastronômica”.
Viagens
que incluam compras também exigem um orçamento maior, assim como destinos que
concentram muitas atrações.
O
viajante pode ter uma base de preços ao pesquisar informações sobre o destino
em sites como o Tripadvisor e páginas virtuais de lojas locais, caso queira
realizar compras.
2 - Pesquise preços
Compare
o Valor Efetivo Total (VET) da compra de moeda estrangeira em diferentes
instituições financeiras. O VET é a taxa que mostra todos os custos envolidos
na operação.
A
comparação pode ser feita rapidamente no site do Banco Central, que
disponibiliza um ranking dos VETs cobrados por cada instituição.
Como
as taxas são médias e referentes a um período anterior à compra, Cerbasi
recomenda que o viajante realize orçamentos em ao menos três bancos ou
corretoras bem posicionados no ranking para verificar qual oferece a taxa mais
acessível.
Mas,
dependendo do valor da compra, se a instituição mais barata exigir um
deslocamento adicional o desconto pode não compensar. “O benefício é mais
relevante no caso de operações maiores, de mais de três mil dólares”, diz
Cerbasi.
Se
o destino da viagem está localizado fora dos Estados Unidos e Europa, é
necessária cautela extra ao pesquisar preços.
Sidnei
Nehme, economista da corretora de câmbio NGO, recomenda que o turista tenha
como referência a diferença, em média, da cotação da moeda que pretende comprar
com relação ao dólar.
Com
o número na cabeça, é possível verificar se as corretoras que oferecem VET mais
baixos para a compra do dólar e euro cobram proporcionalmente a diferença de
cotação relacionada à moeda americana. "É uma forma de saber se corretora
ou banco está praticando um preço justo. O valor pode ser maior porque o
turista tem poucas referências sobre o preço da moeda", diz Nehme.
3 - Escolha a moeda
A
resposta sobre qual moeda comprar parece óbvia caso a viagem seja feita para os
Estados Unidos ou Europa, mas pode gerar dúvidas no caso de outros destinos.
Levar
uma parte do dinheiro em dólares ou até em reais (no caso de países vizinhos,
como Peru, Argentina e Uruguai) pode render descontos ao viajante.
Restaurantes,
lojas e táxis podem oferecer uma taxa de conversão mais vantajosa do que as
instituições financeiras caso a compra seja paga com moedas mais valorizadas do
que o câmbio local.
A
prática acontece principalmente porque a cotação da moeda é mais alta no
mercado negro e o governo impõe restrições para a conversão do câmbio ao elevar
taxas, por exemplo.
Oferecer
o pagamento em dólar também facilita o cálculo de preço e pagamento dos
serviços para os turistas. Em locais que recebam visitantes de diversos países
com frequência, a moeda será comercializada com facilidade.
Isso
também vale para países vizinhos. Por receberem um grande fluxo de turistas
brasileiros, os estabelecimentos conseguem oferecer a opção de pagamento em
reais.
Nesse
caso, os comerciantes podem ainda ter interesse em manter relações comerciais
com o Brasil. Para isso, buscam formar um estoque da moeda nacional.
4 - Compre aos poucos
Para
evitar surpresas com a cotação da moeda, especialistas recomendam realizar a
compra gradativamente, principalmente em períodos de maior oscilação do câmbio,
como o atual.
Dividir
a compra diminui prejuízos com uma eventual alta da moeda, ao mesmo tempo em
que pode permitir que o viajante se beneficie caso a cotação caia.
Se
o viajante não seguiu essa recomendação até agora, pouco antes da data da
viagem, deve ao menos tentar dividir a compra em duas ou três parcelas, por
precaução.
5 - Não use apenas dinheiro em espécie
Comprar
a moeda em espécie é a opção mais barata, já que nesse caso a alíquota de
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente é de 0,38% sobre o valor
convertido. Já se a moeda for carregada no cartão pré-pago, o imposto sobe para
6,38%, assim como nas compras feitas os cartões de débito e de crédito
internacionais.
Mas,
mesmo com custos mais altos, é recomendável carregar parte do dinheiro da
viagem no cartão pré-pago, por questões de segurança. “É aconselhável que o
viajante leve, no máximo, três mil dólares em espécie”, diz Cerbasi.
Os
cartões de débito e crédito internacionais do banco onde o viajante tem conta
corrente também podem ser usados, mas apenas em situações de emergência, uma
vez que possuem algumas desvantagens em relação ao uso do cartão pré-pago.
É
importante lembrar que valores em espécie maiores do que 10 mil reais devem ser
declarados para a Receita Federal antes da saída do país. No caso de uma
família, existe a opção de dividir valores maiores entre os viajantes.
6 - Vantagens e desvantagens de cada meio de pagamento
A
moeda em espécie é a modalidade de pagamento que oferece o menor custo. Para
Samy Dana, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a única desvantagem é o
risco de furtos, roubos ou perda.
O
cartão pré-pago tem a vantagem de permitir que seja fixado um valor de
conversão da moeda antes da viagem. Por outro lado, o cliente terá o trabalho
de solicitar o cartão ao banco ou corretora de câmbio e deve pagar uma taxa
para a confecção do plástico.
Usar
o cartão de débito do banco em compras internacionais é mais fácil e geralmente
exige apenas que o cliente peça ao banco para desbloquear a função durante o
período da viagem.
Mas,
assim como o cartão de crédito, o cartão de débito não permite pesquisar e
fixar a melhor cotação, como ocorre com o pré-pago. "O cliente que
utilizar o cartão de débito durante a viagem pode ter custos maiores porque a
moeda pode subir e porque os bancos podem cobrar uma taxa de cotação mais alta
do que a de outras instituições financeiras", afirma Samy Dana.
Para
Samy Dana, a única vantagem dos cartões de débito e crédito é que eles podem
ser utilizados para emergências, caso o viajante fique sem dinheiro em espécie
e não consiga recarregar o cartão pré-pago durante a viagem.
7 - Prepare-se para imprevistos
Cerbasi
recomenda levar 20% a mais do total de gastos estimados para a viagem para
cobrir despesas inesperadas.
Caso
o viajante fique sem dinheiro lá fora, é possível recarregar o cartão pré-pago
pelo valor da cotação da moeda do dia da recarga.
Verifique
com antecedência se a instituição financeira permite realizar a transferência
pela internet e qual o tempo necessário para que a recarga seja concluída.
Dessa
forma, é possível evitar o uso do cartão de crédito, no qual a cotação da moeda
é definida apenas no dia do fechamento da fatura.
Mas
Cerbasi recomenda que, de qualquer forma, o viajante faça o desbloqueio de
saques no cartão de crédito no exterior, para o caso de emergências.
8 - Aumente a segurança da compra
A
compra de moedas pode ser feita de forma mais segura caso a instituição
financeira tenha um espaço reservado para realizar a transação. “Ainda assim, é
recomendável colocar o valor em uma pochete discreta, junto ao corpo, ao sair
da instituição financeira”.
Algumas
corretoras também podem entregar o dinheiro na casa do viajante. “A instituição
financeira costuma cobrar taxa de entrega apenas no caso de compras menores”,
diz Cerbasi.
Ao
optar pelo delivery, o viajante deve evitar receber e conferir o valor em
espaços públicos.
9 - Evite deixar para a última hora
Quem
deixa para converter moedas pouco antes de viajar, no aeroporto, fatalmente
pagará um valor maior pela compra.
Como
a demanda é alta, corretoras costumam cobrar mais pela compra e venda de moedas
nesses locais. “O custo da operação é historicamente maior nessas lojas”, diz
Sidney Nehme, economista da corretora de câmbio NGO.
10 - Sobrou dinheiro. E agora?
Caso
não tenha uma viagem programada para o exterior tão cedo, especialistas
recomendam revender o valor em moeda estrangeira que sobrou da viagem. Também
na hora de vender a moeda é importante pesquisar o VET.
Se
sobrar algum saldo no cartão pré-pago, a sugestão é retirar e converter em
reais todo o valor, ainda que seja pequeno, para evitar cobranças de tarifas
administrativas pelo uso do cartão.
Por
Marília Almeida
Fonte
Exame.com