Dinheiro
não cai do céu. O caminho para a riqueza, seja para obter um padrão de vida que
inclua mansões e iates ou apenas para viver de forma confortável, exige muitos
esforços e, principalmente, disciplina.
Hábitos
simples podem fazer a diferença na hora de construir um patrimônio para a vida
inteira. Veja alguns deles a seguir.
1 Compre o que precisa e não o que quer
Gastar
uma parcela representativa da renda com lazer com o intuito de recompensar a si
mesmo por mais um dia difícil de trabalho pode prejudicar o futuro de quem
compra o que deseja, e não o que precisa.
Gastos
diários com refeições fora de casa, festas, roupas, etc. podem ser nocivos para
as finanças ao ocupar, no orçamento doméstico, o lugar de investimentos e
economias que tenham efeitos duradouros.
"Quem
vê gastos pequenos e frequentes como conquistas que o incentivam a continuar a
trabalhar está conquistando pouco", diz o consultor financeiro Mauro
Calil. "As justificativas emocionais devem ser trocadas por decisões
racionais".
2 Gaste menos do que ganha
Mesmo
alguns milionários, que têm maior flexibilidade no orçamento, em alguns casos
levam uma vida mais simples do que a sua renda permite. Dessa forma, é possível
continuar a enriquecer, pois a folga no orçamento pode ser destinada aos
investimentos e reservas financeiras.
Isso
não significa que o padrão de vida não se deve ser elevado conforme a renda
aumenta, apenas mostra que é necessário ter equilíbrio.
Em
caso de aumento do salário, por exemplo, Mauro Calil recomenda destinar metade
do dinheiro que será recebido com o incremento na renda para consumo e despesas
do mês e a outra metade para investimentos e a formação de uma reserva
financeira.
Assim,
é possível economizar e elevar o padrão de vida ao mesmo tempo, diz o consultor
financeiro. "Essa estratégia pode ser aplicada sempre que a renda do
investidor aumentar".
3 Calcule se você pode pagar pelo que compra
Ao
parcelar compras o consumidor deve ter consciência de que as parcelas mensais
devem ser pagas rigorosamente em dia para evitar o pagamento de juros.
Para
assegurar que a aquisição não coloque em risco a saúde do orçamento no futuro,
é necessário monitorar os pagamentos e não comprometer mais do que 20% da renda
líquida do mês com o crédito.
"É
recomendável evitar financiamentos e preferir pagar as compras à vista",
diz o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana.
4 Tenha paciência
Nas
palavras do megainvestidor americano George Soros, enriquecer é um processo
enfadonho. Geralmente, grandes fortunas não são construídas da noite para o
dia. Quanto maior o planejamento e o prazo para investir, maiores e mais
sólidos tendem a ser os ganhos.
"Quando
o objetivo é enriquecer, todo mundo quer ser a lebre ou a cigarra retratatadas
em fábulas infantis, que trabalham pouco e desfrutam dos benefícios. Mas é
preferível ser a formiga ou a tartaruga, que se esforçam e demoram mais para
atingir suas metas", diz Mauro Calil.
Segundo
o consultor financeiro, investimentos fáceis e rápidos costumam ser
caracterizados por picos de ganhos, que podem ser seguidos por um período longo
de dívidas, resultantes de eventuais prejuízos. Já os investimentos menos
arriscados, que não possuem promessas de retornos absurdas, podem não gerar um
rendimento tão alto, ou imediato, mas são mais garantidos.
5 Busque se livrar das dívidas
Os
altos juros cobrados no Brasil podem destruir o patrimônio de quem fica
inadimplente. As taxas podem dobrar o valor das dívidas em um ano, caso o
consumidor utilize o cheque especial, por exemplo. Portanto, eliminar as
dívidas devem ser sempre uma prioridade.
Samy
Dana recomenda que o consumidor evite cair na cilada de acreditar que, se as
parcelas cabem no bolso, o financiamento é barato.
"O
crédito só deve ser usado em caso de emergência ou necessidade, como no caso da
compra de um veículo que será utilizado como ferramenta de trabalho", diz
o professor da FGV.
6 Use o tempo a seu favor
No
caminho para enriquecer, o tempo oferece vantagens.
Caso
o investidor opte por aplicações de renda fixa, os rendimentos serão maiores e
as alíquotas de imposto de renda menores ao deixar o dinheiro render por mais
tempo.
O
prazo de investimento longo também é um aliado das aplicações de renda
variável, como as ações.
"Um
período mais longo torna possível investir em uma empresa que está passando por
uma crise mas que tem potencial para crescer, cujas ações estão baratas, mas
podem oferecer maiores ganhos no futuro", diz Samy Dana.
7 Entenda que dinheiro não compra felicidade
Enriquecer
sem objetivos não é garantia de uma vida com realizações. Para que os
investimentos e as economias façam sentido, é necessário ter objetivos
financeiros no curto, médio e longo prazo.
Dessa
maneira, é possível direcionar esforços e evitar gastos desnecessários,
impulsionados por frustrações que podem comprometer o orçamento no futuro.
8 Tenha consciência de que imprevistos acontecem
Como
é impossível prever o futuro, é necessário se prevenir para que as finanças não
saiam do controle caso ocorram imprevistos, como uma situação de desemprego, ou
uma doença na família.
Samy
Dana recomenda formar uma reserva financeira, com aplicações de médio e longo
prazo, com o intuito de pagar gastos inesperados. Nessa reserva, também chamada
de colchão financeiro, é recomendável ter uma quantia que equivalha à soma da
renda de pelo menos seis meses de trabalho.
As
aplicações devem permitir que o dinheiro possa ser facilmente resgatado e sem a
cobrança de penalidades altas. O ideal é diversificar o valor da reserva de
emergência entre aplicações extremamente líquidas, como a poupança, e outros
investimentos de renda fixa menos líquidos, mas que não sejam arriscados, como
CDBs, fundos de renda fixa e títulos públicos.
9 Não se iluda com pessoas que enriqueceram da noite
para o dia
É
comum associar a riqueza a ganhos fáceis, diz Mauro Calil. "Todo mundo
sabe quando o atleta é campeão, mas ninguém vê que ele treinou 12 horas por dia
para atingir este objetivo".
O
consultor financeiro recomenda não transformar casos raros, como de empresários
que tiveram ideias brilhantes e enriqueceram de forma rápida, como regra.
"A melhor maneira de construir um patrimônio financeiro sólido é
trabalhar", afirma Calil.
10 Não tenha
medo de pensar grande
A
ambição pode ajudar a enriquecer ao manter o investidor mais motivado e
envolvido, na visão de Mauro Calil.
Para
o consultor financeiro, grandes metas mantêm a vontade de perseguir objetivos
financeiros. Quem pensa grande não deve temer frustrações. "O investidor
pode não conseguir chegar até a sua meta, mas no mínimo vai chegar mais
longe", diz.
11 Aprenda a administrar o dinheiro
É
importante aprender a gerenciar o próprio patrimônio, para que as decisões não
sejam sempre terceirizadas. Ao entender como administrar o patrimônio, é
possível filtrar conselhos ruins e manter bons hábitos financeiros diariamente,
sem depender de outra pessoa.
Fazer
as aplicações corretas e utilizar as ferramentas adequadas é apenas uma pequena
parte do processo, diz Mauro Calil. "O mais importante é saber controlar
emoções para evitar gastos desnecessários".
12 Faça o que gosta
Se
sentir realizado no trabalho pode ser importante na construção de um patrimônio
financeiro. O envolvimento incentiva o crescimento na carreira.
Gostar
do que faz também afasta frustrações, que podem levar a gastos indevidos, diz
Mauro Calil. "Trabalhar no que interessa exige menos esforços do que
trabalhar apenas para pagar as contas no final do mês".
13 Vá atrás do dinheiro
Aplicar
o dinheiro no banco no primeiro produto que aparece pode até gerar uma falsa
sensação de dever cumprido, mas não é suficiente para fazer com que o
patrimônio cresça.
É
necessário monitorar de forma ativa os investimentos e comparar,
periodicamente, os rendimentos oferecidos por diversas instituições
financeiras.
A
pesquisa pode incluir, além de grandes bancos, bancos médios e bancos de
investimentos, onde aplicações de até 250 mil reais também são protegidas pelo
Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no caso de falência da instituição
financeira.
14 Invista em si mesmo
Especialistas
recomendam investir em aplicações financeiras, mas, principalmente, em si
mesmo. "Quem tem maior nível de educação costuma ganhar maiores salários,
o que é essencial para sustentar o patrimônio no futuro", diz Mauro Calil.
Em
outras palavras, pode valer mais a pena investir em um curso no exterior, que
pode revolucionar a carreira, do que investir os recursos em uma aplicação
financeira.
Ainda
que uma aplicação possa trazer retornos mais palpáveis inicialmente, seu
potencial é muito mais limitado do que um investimento feito na carreira, cujos
retornos podem não ter limites.
Fonte
Exame.com