Com poucas mudanças
de hábitos é possível fazer grandes economias e equilibrar o orçamento pessoal
Orçamento pessoal: comece
hoje a equilibrar as contas e se preparar para imprevistos
Na correria do dia a dia, é fácil esquecer
de pagar contas e acompanhar a evolução da próxima fatura do cartão de crédito.
Mas, por outro lado, há menos desculpas para
não controlar as finanças: as informações estão disponíveis nos aparelhos móveis,
e podem ser consultadas a qualquer momento.
O equilíbrio do orçamento doméstico começa
com resoluções simples, que podem ser iniciadas a qualquer momento. Confira a seguir nove passos rápidos para
colocar seu orçamento de volta nos trilhos:
1 Ter um objetivo
financeiro
Fazer uma lista de gastos e descontar essas
despesas de sua renda mensal pode ajudar, mas existe um modo mais simples e
eficiente de organizar o orçamento: ter objetivos financeiros.
Ao estabelecer metas, o incentivo para
controlar gastos e poupar é muito maior e é possível calcular exatamente quais
ajustes serão necessários para atingir os objetivos.
No caso de famílias, é recomendável marcar
uma conversa para falar sobre essas metas, diz o consultor financeiro Reinaldo
Domingos.
“É uma forma de conscientizar mais atraente.
Primeiro fala-se de sonho, depois sobre como conseguir atingir estas metas, e
se, para isso, é necessário realizar mudanças”.
2 Controlar não
apenas o cafezinho
Iniciar uma faxina financeira pelos gastos
pequenos é uma estratégia limitada, diz a especialista em educação financeira Cássia
D´Aquino. “É mais uma forma de se consolar e evitar os verdadeiros problemas”.
Para ela, os maiores vilões do orçamento são
os grandes gastos e, principalmente, o endividamento.
Eles podem incluir a compra de um carro
financiado, que pesa no orçamento mensal, ou a aquisição mal planejada de um
apartamento. “O consumidor deve calcular os riscos antes de encarar empréstimos
longos”.
3 Acompanhar a
fatura do cartão
Além do internet banking, os bancos já permitem
consultar o limite de crédito por SMS, em alguns segundos. Não há, portanto,
como se surpreender com os juros do cheque especial, caso o limite de crédito
seja ultrapassado.
Mas o acompanhamento da fatura do cartão vai
além da necessidade de controlar gastos e pode valer também para os
disciplinados.
O monitoramento pode ser útil também para
verificar eventuais fraudes ou até o pagamento de contas em duplicidade por um
casal.
Dessa forma, é possível pedir o estorno do
valor ou proteger a conta bancária de forma mais veloz, e, consequentemente,
ter menos dor de cabeça.
4 Automatizar
pagamentos e aplicações
Depositar recursos em uma aplicação
financeira todo mês exige disciplina. Automatizar esse processo pode ser uma saída
para quem nunca consegue guardar muito dinheiro.
Desta forma, o consumidor é forçado a
incluir os recursos em seus gastos mensais e se prevenir para não precisar
cortar os investimentos em caso de emergências.
Para as contas, a estratégia é essencial
para evitar esquecimentos, que podem custar taxas altas e multas.
5 Usar listas de
compras
Criar listas de compras e registrá-las em um
lugar de fácil acesso, como um aplicativo no celular, evita que o consumidor
caia em armadilhas que o incentivem a comprar por impulso.
Consultar a lista é uma forma de ser fiel ao
que realmente se necessita. “Ele pode facilmente lembrar se deve ou não
realizar a compra”, diz Cássia D´Aquino.
6 Controlar o
desperdício
A compra do mês no supermercado pode
facilitar alguns exageros. Isso porque, quanto mais itens o consumidor compra,
mais propenso ele ficará a consumir mais do que o necessário. Além disso, os
produtos podem estragar e provocar desperdícios.
Nesse caso, optar por compras semanais pode
ajudar a ter maior controle sobre o que se consome. Antes de adquirir os
produtos, é possível, por exemplo, montar o cardápio do período, e acertar mais
nas quantidades necessárias para o preparo destes alimentos.
7 Criar um fundo
para emergências
Para Cássia D´Aquino, ter recursos para
emergências deveria corresponder a um diploma da vida adulta. "É essencial".
Esse fundo deve ser utilizado para gastos
imprevistos, como uma viagem para acompanhar o casamento de um amigo ou um empréstimo
a um parente com problemas de saúde, diz Reinaldo Domingos.
Especialistas recomendam que a reserva de
emergência tenha recursos equivalentes à soma de três meses a até um ano e meio
do seu salário e que os valores sejam aplicados em investimentos com alta
liquidez, isto é, que podem ser resgatados a qualquer momento.
Algumas sugestões seriam a poupança, os
fundos DI, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) - observado o período de
carência - e as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos do Tesouro Direto
que acompanham a variação da taxa Selic.
Ainda que acumular essa quantia possa
desestimular quem está com o orçamento apertado, a educadora financeira lembra
que iniciar essa reserva já é um grande passo.
As parcelas podem ser menores no início,
dependendo da situação econômica da família. “Com esses recursos, o consumidor
evita um duplo sofrimento: o desespero de verificar que as contas não fecham e
ter de pagar juros altos para solucionar o problema”, afirma Cátia.
8 Contratar seguros
Proteções diversas relacionadas à saúde ou
contra roubo e acidentes de carro diluem o risco de lidar com surpresas que
estouram o orçamento.
“É mais barato ter um seguro do que encarar
as consequências de não ter”, diz Cássia D´Aquino.
Para facilitar a tarefa, existem corretoras
de seguro online que permitem comparar diversos tipos de seguro, entre
diferentes empresas sem sair de casa.
9 Calcular a renda
Ter a exata noção do que se ganha pode ser fácil
para quem tem salário fixo, mas não é tarefa simples para profissionais
liberais ou autônomos, que recebem renda variável ou têm diversas fontes de
renda.
A renda deve nortear o controle de gastos. Para
quem tem um salário fixo, bastam 30 dias para verificar como o orçamento pode
ser equilibrado.
Mas, no caso de quem tem um salário variável,
monitorar gastos pode levar meses. “O ideal são 120 dias”, diz Reinaldo
Domingos.
A dica pode se estender também a quem tem
salário fixo, já que algumas pessoas não sabem dizer quanto chega de fato na
sua mão, já realizados os descontos de impostos e demais obrigações.
Por Marília Almeida
Fonte Exame.com