"Você sabe
falar inglês?". Saber a língua se tornou essencial no mundo profissional
Self-service, delivery, light, drink,
smartphone e até internet – o inglês está tão incorporado no nosso dia a dia
que, muitas vezes, nem percebemos que estamos falando uma palavra de outro
idioma. Porém, para construir uma carreira sólida no atual mundo globalizado, o
profissional tem de saber mais do que isso. A realidade hoje é que ele precisa
buscar fluência naquela que se tornou a língua universal, principalmente no
ambiente corporativo, por mais que algumas pessoas não gostem disso.
No entanto, ainda que a maioria dos
profissionais já tenha ouvido sobre a importância do inglês no currículo, os
recrutadores continuam encontrando dificuldade em selecionar alguém que
realmente seja fluente e consiga demonstrar isso no momento da entrevista.
“Os mais abastados já embutem esse
aprendizado na cabeça das crianças desde a hora em que eles começam a respirar.
Mas a grande massa continua a ir atrás na hora que em precisa mesmo, aí tem de
sair correndo para aprender", observa o professor Francisco Estefogo,
coordenador da Faculdade Cultura Inglesa.
Mentir sobre o nível de fluência no currículo
pode colocar o profissional em uma situação constrangedora no momento da
entrevista em inglês
Segundo o professor, algumas pessoas ainda
tem a ilusão de que, quando realmente for necessário, eles conseguirão dominar
a língua fazendo um curso rápido. “É como quando a pessoa faz a matrícula na
academia – ela vai direto por três semanas e depois desiste. Não adianta achar
que vai estudar três horas por dia em um ano”, comenta. Para Estefogo, o
aprendizado vai depender se o profissional consegue ou não incorporar o novo
idioma em seu contexto social, como ler em inglês ou assistir a filmes sem
legenda.
Se já não é tão simples aprender o novo
idioma, é ainda mais difícil conseguir enganar algum recrutador em uma
entrevista feita em inglês. “Se a pessoa tem uma noção mínima, ela até consegue
se virar. E o problema é justamente esse, pois se for uma grande empresa, ela
vai ter que fazer mais do que se virar”, conta Estefogo, que também é recrutador.
Para não queimar o seu filme com o
entrevistador, o ideal é que o candidato seja honesto no currículo quanto ao
seu nível de fluência. Na maioria dos casos, é inútil mentir. "Qualquer
coisa que a pessoa coloque no currículo é um ponto a ser explorado. Se eu tenho
uma posição que demanda a fluência da língua, eu vou testar esse conhecimento
em 100% das entrevistas. Se a pessoa colocou que é avançado, intermediário ou
fluente, eu vou testar", diz Patrícia Volpi, consultora e sócia da GNext,
empresa recrutadora de executivos.
Como se preparar
De acordo com o professor Estefogo, há algumas
maneiras de se preparar para uma entrevista de emprego em inglês sem precisar
correr atrás de um curso que promete milagres. Para começar, o profissional
precisa ensaiar como ele vai contar, em inglês, todas as experiências
profissionais e acadêmicas que ele colocou no currículo. “A questão é você ter
uma fluência profissional também. Às vezes a pessoa é fluente para viajar, se
virar como um turista, mas não tem o inglês para negócios”, concorda Patrícia.
Outro ponto importante é saber discutir os
próprios hobbies e preferências pessoais, pois cada vez mais as empresas dão
importância para o comportamento emocional de quem estão contratando.
Quanto mais fluente você for, maiores são as
suas chances de se dar bem na entrevista em inglês. No entanto, é preciso levar
em consideração que dificilmente você falará tão bem quanto um nativo de um país
de língua inglesa – e os recrutadores sabem disso. Segundo o especialista Sílvio
Celestino, sócio da consultoria em treinamento de executivos Alliance Coaching,
alguns erros mais simples, como confundir as preposições, por exemplo, são
tolerados.
Uma ferramenta que pode ajudá-lo a se
preparar para a entrevista de emprego em inglês e evitar erros é o gravador. Grave
uma simulação, respondendo às perguntas que provavelmente serão feitas pelo
recrutador em inglês, e ao final ouça e avalie quais pontos precisam ser mais
estudados e se a sua pronúncia está inteligível.
Para quem ainda não tem o total domínio do
idioma, o recomendável é manter as respostas fiéis ao que lhe foi perguntando,
sem querer mostrar que é mais fluente do que realmente sabe. “A pessoa pode se
perder na hora de expandir, ela vai mostrar que é limitada. Já quem tem uma
experiência muito grande pode exacerbar, não só do ponto de vista linguístico,
mas também da área que ele está atuando. Isso vai provar que o cara tem um bom
vocabulário, com estruturas mais complexas”, observa o professor.
Para ajudá-lo a se preparar, o professor
Francisco Estefogo criou uma tabela com possíveis perguntas que possam ser
feitas pelo recrutador. Veja abaixo:
Resumo mostra
perguntas mais comuns e como respondê-las
- Sobre a experiência
profissional
- Sobre a formação
acadêmica
- Sobre a vida
social
Por Murilo Aguiar
Fonte iG
Carreiras