Nos últimos doze meses, 54% dos consumidores
brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude, segundo uma pesquisa
nacional do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em conjunto com a
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Além do índice, um dado
que chama a atenção é o fato de que muitos, mesmo sendo vítimas de golpe, não têm
consciência de que foram enganados. Quando perguntados se já foram vítimas de
fato, apenas 28% da amostra disseram que sim, porcentual bem menor do que o
obtido, quando os pesquisadores fizeram perguntas estimulando as situações de
fraude (54%). Para José Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz (http://meubolsofeliz.com.br)
— uma iniciativa do SPC Brasil —, muitos consumidores não têm conhecimento sobre
os próprios direitos e sobre as obrigações que os fornecedores precisam cumprir.
“Em muitos casos os consumidores são fraudados e acham que estão lidando com
uma situação normal. Esse desconhecimento é grave, porque deixa o golpista
impune, estimula novas práticas e dificulta a vida do consumidor na hora de
buscar um possível ressarcimento”, avalia. O golpe mais citado pelos
consumidores pesquisados foi propaganda enganosa, com um em cada três casos (31%),
seguida pela prática de entregar um serviço diferente do que foi inicialmente
contratado (21%). Dificuldades de acionar a garantia após a compra de um
produto e problemas com combustível adulterado aparecem na sequência da lista,
com 12% e 10% dos casos, respectivamente.
O estudo foi realizado com moradores das 27
capitais brasileiras, com idade igual ou acima a 18 anos, de ambos os sexos, de
todas as classes econômicas e que possuem renda própria. A amostra abrangeu 665
casos, gerando uma margem de erro, no geral, de 3,8 pontos poercentuais para um
intervalo de confiança de 95%.
Perfil
Um dos objetivos do estudo foi identificar o
perfil dessas vítimas. No entanto, os pesquisadores perceberam que não existem
características determinantes entre os fraudados como idade, escolaridade e
classe social, mas sim uma semelhança de atitude e comportamento entre eles. Os
pesquisadores também concluíram que ser vítima de algum tipo de fraude tende a
gerar uma mudança de comportamento. No geral, as pessoas que já foram alvo de
golpes passam a ter atitudes mais cautelosas. No caso do golpe da propaganda
enganosa, 95% dos consumidores disseram que mudaram a própria conduta e agora
estão mais atentos diante de anúncios publicitários que oferecem oportunidades únicas
a preços milagrosos.
Dez dicas para
evitar cair em fraudes
1) Saiba de quem está comprando um
determinado produto ou serviço e certifique-se da idoneidade da empresa;
2) Desconfie de produtos com preço muito
abaixo do praticado pelo mercado. Pesquise sobre a reputação da empresa e exija
nota fiscal. Essas atitudes resguardam o consumidor, caso ele tenha que fazer
uma eventual troca do produto ou venha pedir algum ressarcimento;
3) Leia contratos e termos de garantia
atentamente, antes de assiná-los. Em muitos casos, nem tudo o que está escrito
em um contrato é legal, fazendo com que algumas cláusulas, na prática, sejam
nulas. Em caso de dúvida, consulte alguém que possa te auxiliar;
4) Procure abastecer sempre no mesmo posto e
que tenha uma bandeira confiável. Assim, será mais fácil acompanhar o
rendimento e o desempenho do veículo. Isso também facilita na hora de cobrar
uma possível indenização, caso o posto tenha vendido gasolina adulterada;
5) De modo geral, bancos não se comunicam
com os clientes por e-mail. Desconfie ao receber extratos ou faturas do seu
banco por e-mail;
6) Jamais confirme dados pessoais ou bancários
por telefone. Caso tenha que atualizar algum cadastro, procure pessoalmente a
empresa ou ligue diretamente no serviço de atendimento ao consumidor;
7) Evite acessar seu e-mail ou o site do seu
banco em computadores públicos e instale um antivírus em seu celular e
computador pessoal. Atualize-os e faça a varredura com frequência;
8) Utilize o botão “sair” ou equivalente ao
sair de sites com senhas, inclusive de bancos, programas e redes sociais. Isso
evita que dados pessoais fiquem armazenados no computador;
9) Prefira os cartões de crédito com chip. Além
de dificultarem a clonagem, eles exigem a senha do correntista;
10) Desconfie de resgates de prêmios
oferecidos presencialmente, por email ou SMS em que você precise depositar
algum valor para recebimento a tal quantia. De maneira geral, tenha muito
cuidado com oportunidades de ganho fácil. Pode se tratar de um golpe
P Fernanda F.
Fonte JusBrasil Notícias