Uma característica
das pessoas bem-sucedidas nos concursos é o fato de conhecerem seus deveres – e
também os seus direitos
Dediquei-me à preparação para concursos públicos
ao longo da minha carreira, o que me possibilitou contribuir de alguma maneira
para que milhares de pessoas obtivessem aprovação em concursos públicos com
apoio de cursos preparatórios que participei e participo, seja na criação ou
com direcionamento pedagógico.
O trabalho permanente com os melhores
professores do segmento e, sem sombra de dúvidas, com os alunos, permitiu que
os avaliasse, percebesse e apontasse qualidades, que eles foram aperfeiçoando,
e também deficiências, que eles mesmos foram sendo capazes de corrigir ao tomar
consciência delas.
Examinando os concurseiros bem-sucedidos e
que passaram em concursos públicos, são evidentes alguns elementos em comum: para
vencer milhares de concorrentes e ter as melhores notas, eles se preocuparam,
primordialmente, com o domínio do conteúdo programático das disciplinas
exigidas, tiveram foco e determinação para estudar com seriedade e, para isso,
foram rigorosos no estabelecimento e cumprimento de rotinas. Mas como eles
chegaram a essas virtudes em comum? Identificando e corrigindo os pontos fracos
e buscando, incessantemente, o aprofundamento e a consolidação dos
conhecimentos por meio de metodologias apropriadas.
Não dá para ser um concurseiro “paraquedista”,
que vai tentar a sorte e quer fazer todos os concursos sem se preocupar com a
preparação adequada – aliás, esse tipo de candidato tem chance mínima de
sucesso. Isso não significa que ele não busque o êxito em mais de uma carreira.
Mas é preciso ter um “foco central”, ou seja, uma atenção especial calcada no
edital específico daquele cargo que, em especial, quer atingir.
Alguns aspectos são essenciais e o bom
concurseiro não pode ignorar, já que definem seu perfil e seu desempenho:
Perfil
O bom concurseiro tem objetivos
profissionais na vida. Já escolheu a profissão e procura os concursos mais
adequados às suas capacidades e interesses. Já fez sua “autoavaliação”: a) mediante
aferição dos seus conhecimentos por meio da resolução de simulados prévios; b) conhecendo
as deficiências em cada disciplina e seus respectivos temas e/ou pontos dos
conteúdos programáticos e; c) promovendo o reforço nos estudos para corrigir
tais deficiências.
O bom concurseiro deve ser determinado. Ele
tem consciência de que precisa investir na sua preparação e de que a concorrência
é, a cada concurso, mais acirrada. Isso exige foco.
Uma característica adicional das pessoas bem-sucedidas
nos concursos é o fato de conhecerem seus deveres – e também os seus direitos. Elas
conhecem o inteiro teor do(s) edital(is) do(s) concurso(s) do seu efetivo
interesse.
O bom concurseiro já está se preparando
antes mesmo do concurso ser divulgado, não espera sair o edital para começar a
estudar.
Curso preparatório
Para a maioria dos aprovados, o “mapa do
tesouro” foi o curso preparatório que fizeram para o concurso almejado, e que
os colocou em contato com professores capazes de lhes transmitir com segurança
os melhores ensinamentos, passando diretrizes (perfil das bancas, modo de
interpretar, posição dos tribunais, etc.) sobre o que tende a ser exigido, bem
como indicação da melhor bibliografia. Por isso, é importante verificar qual
curso tem corpo docente comprovadamente especializado, sendo capaz de ensinar o
conteúdo atualizado de acordo com os editais.
As melhores lições, induvidosamente,
perpetuam a informação...
É preciso também avaliar a formatação, a
carga horária do curso, a metodologia e se os recursos/ferramentas ofertados são
eficazes para sedimentar seus conhecimentos. É fundamental ainda que o curso e
seu corpo docente tenham, efetivamente, um histórico expressivo em aprovações
recentes.
Para passar nos concursos é essencial
investir na melhor bibliografia. Tem que pesquisar e não cair na armadilha de
se limitar ao conteúdo mais facilmente disponível, como simples apostilas e
material desatualizado (fácil de achar na internet, por exemplo), pois nem todo
material disponível é adequado ao bom aproveitamento acadêmico.
Banca examinadora
É importantíssimo saber qual o perfil da
banca examinadora responsável pela elaboração e/ou aplicação das provas do seu
concurso e saber todas as características da instituição, principalmente, como
esta formula e aplica as questões. Para
tanto, é indispensável que o concurseiro pesquise e conheça as provas aplicadas
anteriormente.
Saber quem constitui a banca examinadora
também ajuda muito, e isso tem sido considerado decisivo para concurseiros que
atinaram para esse aspecto. É bom tentar se informar o máximo possível sobre
quem elabora as questões, não deixando de identificar os temas que têm maior
probabilidade de incidência em cada disciplina.
Simulados e provas
de concursos anteriores
Praticar resolvendo simulados é uma das
receitas de sucesso de boa parte dos concurseiros que conseguiram chegar lá. Eles
procuram material de boa procedência, feito por profissionais especializados e
com comentários atualizados a respeito de cada matéria específica do concurso. Além
de sedimentar os conhecimentos, isso permite que o candidato saiba administrar
melhor o tempo que poderá destinar à resolução das questões e à transcrição
para folha de respostas da prova.
Procurar provas de concursos anteriores e
resolvê-las é outra receita de sucesso. O concurseiro que “autoaplica” provas
de concursos anteriores ganha mais domínio dos temas exigidos. É importante, não
se ater somente à resolução das questões de múltiplas escolhas, mas também
treinar questões dissertativas e redação. Portanto, escrever bastante é essencial
para obter o melhor desempenho nessa fase do concurso, que é de caráter
eliminatório e decisivo. É imprescindível recuperar hábito de escrever sempre!
Rotina de estudos
Mas, tudo isso só funciona a contento para
quem sabe criar uma rotina diária de estudos. O segredo é estabelecer horários
e personalizar os períodos diários de estudo de acordo com o tempo disponível. Para isso, é preciso saber dosar os estudos
com os compromissos pessoais. Nada se faz na vida sem sacrifício! O concurseiro
deve ter consciência de que abrirá mão de convites para festas, namoros, jogos,
viagens não programadas etc. Ele não pode comprometer o tempo diário dedicado
aos estudos.
Sempre com uma boa dose de equilíbrio...
Calendário de
estudos
Cumprir o calendário de estudos é outra
característica do concurseiro de sucesso. Cada hora de estudo perdida, devido a
algum contratempo, deve ser rapidamente resposta. Deixar os estudos para o fim
de semana, por exemplo, não é recomendado. É melhor dedicar-se todos os dias do
que concentrar os estudos num grande número de horas. Deixar o estudo para a última
hora não é eficaz.
“Varar noites” não vai adiantar porque não
rende o suficiente. Mesmo assim, o bom concurseiro tem consciência de que, vez
ou outra, enfrentará o sacrifício de estudar cansado ou ter de repor horas de
estudo que perdeu na semana por força de mudanças no seu calendário pessoal.
No caso de estudar por tempo prolongado, é importante
desenvolver estratégias, como dividir o tempo por disciplinas. Levantar-se a
cada intervalo de tempo e tomar chá podem ser um bom estímulo para enfrentar os
“rounds” seguintes para quem estuda por muitas horas.
Local dos estudos
Outro detalhe que faz a diferença é a
escolha de um lugar adequado para estudar. A iluminação deve ser adequada, e o
ambiente deve ser silencioso (preferencialmente em sala exclusiva) de modo a não
tirar a atenção dos estudos. Concentração e estudar com prazer faz a diferença!
Não adianta estudar sem concentração! Tudo isso serve para garantir o bom
rendimento.
A desatenção em face de cada um dos aspectos
que acabo de abordar faz perder pontos. Ficar atento a cada um deles e aplicar
as estratégias sugeridas é o primeiro passo para ser bem-sucedido em concursos.
Não se trata de uma fórmula, mas de um elenco de características que sinalizam
para o sucesso.
Você é capaz! Com foco, determinação,
comprometimento, sacrifícios e estratégias de estudos bem definidas conquistará
o sucesso almejado.
A realização pessoal e profissional depende
de você!
Por Francisco Fontenele
Fonte Jus Navigandi