Pesquisa mostra que 53% dos profissionais acha que
precisa se aperfeiçoar no idioma
Por
mais que estudem e que gastem dinheiro com cursos, os executivos brasileiros
não conseguem ter fluência em inglês. É o que mostra uma pesquisa da Foreign
Affairs Idiomas e da Universidade de Tilburg, Holanda, que ouviram pesquisa com
250 executivos brasileiros, na faixa etária de 30 a 55 anos, de grandes
multinacionais. O estudo indica que 75% dos executivos já cursaram inglês em
duas ou mais instituições/cursos e/ou com professores particulares e que 22%
completou o curso de inglês, mas ainda acredita ter nível intermediário. O
valor médio de investimento total em cursos, por conta própria, vai de R$ 10
mil a R$ 15 mil, e, ainda assim, 53% dos executivos pesquisados acredita ter
necessidade de aperfeiçoar o conhecimento do idioma.
Vera
Lorenzo, sócia da Foreign Affairs Idiomas, acredita que o nível de exigência
por parte das empresas brasileiras ainda é muito baixo, o que contribui para
esse cenário.
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As empresas pagam os cursos, mas não definem metas e prazos. Também não cobram
dos prestadores de serviços resultados. Hoje em dia, é muito comum a realização
de aulas duas ou três vezes por semana de 1h ou 1h30 e só. No entanto, o executivo
atual precisa ser mais exposto ao idioma, pois sua necessidade de utilização do
idioma é imediata. É necessário haver um plano com as ferramentas indicadas
para cada executivo, que pode incluir aulas, imersão, Skype, coach de idiomas
etc — afirma Vera.
Ela
também acha que falta, por parte dos profissionais brasileiros, a visão de que
um curso de inglês deve ser um produto que tem que funcionar.
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Acredito que o problema é cultural. O brasileiro não aprendeu a entender um
curso de idioma como um produto qualquer que deve funcionar. Em países como a
Holanda, por exemplo, não há cursos de idiomas de longa duração. O que há são
cursos focados no resultado desejado pelos alunos. O executivo do mundo globalizado
não aprende apenas com aulas regulares de duas vezes por semana. É necessário a
exposição e a combinação de fatores para atingir rapidamente e de forma
estruturada o resultado desejado — acredita a empresária.
Para
Vera, empresas e executivos deveriam rever, agora, a forma como aprendem o
idioma, em função do momento de aquecimento da economia e de oportunidades
surgindo no Rio e no país.
—
O aquecimento da economia do país e a entrada de novas empresas estrangeiras em
vários setores no Brasil e, no Rio de Janeiro, em especial no setor de óleo e
gás e naval, gerou a necessidade da emergência do conhecimento de idiomas. O
resultado deve ser rápido para gerar novos negócios. A falta de conhecimento do
idioma afeta comercialmente as empresas. É esse ponto que é muitas vezes
esquecido. Um investimento bem planejado e focado em resultados em idiomas pode
gerar melhores resultados comerciais para as empresas e reduzir os gafes
culturais dentro das instituições. Idioma é muito mais que the book is on
the table. É sair na frente de
concorrência e melhorar a performance geral dos executivos.
Fonte
O Globo Online