terça-feira, 3 de dezembro de 2013

EXECUTIVOS GASTAM DE R$ 10 MIL A R$ 15 MIL EM CURSOS DE INGLÊS, MAS NÃO CONSEGUEM FALAR BEM A LÍNGUA

Pesquisa mostra que 53% dos profissionais acha que precisa se aperfeiçoar no idioma   

Por mais que estudem e que gastem dinheiro com cursos, os executivos brasileiros não conseguem ter fluência em inglês. É o que mostra uma pesquisa da Foreign Affairs Idiomas e da Universidade de Tilburg, Holanda, que ouviram pesquisa com 250 executivos brasileiros, na faixa etária de 30 a 55 anos, de grandes multinacionais. O estudo indica que 75% dos executivos já cursaram inglês em duas ou mais instituições/cursos e/ou com professores particulares e que 22% completou o curso de inglês, mas ainda acredita ter nível intermediário. O valor médio de investimento total em cursos, por conta própria, vai de R$ 10 mil a R$ 15 mil, e, ainda assim, 53% dos executivos pesquisados acredita ter necessidade de aperfeiçoar o conhecimento do idioma.
Vera Lorenzo, sócia da Foreign Affairs Idiomas, acredita que o nível de exigência por parte das empresas brasileiras ainda é muito baixo, o que contribui para esse cenário.
— As empresas pagam os cursos, mas não definem metas e prazos. Também não cobram dos prestadores de serviços resultados. Hoje em dia, é muito comum a realização de aulas duas ou três vezes por semana de 1h ou 1h30 e só. No entanto, o executivo atual precisa ser mais exposto ao idioma, pois sua necessidade de utilização do idioma é imediata. É necessário haver um plano com as ferramentas indicadas para cada executivo, que pode incluir aulas, imersão, Skype, coach de idiomas etc — afirma Vera.
Ela também acha que falta, por parte dos profissionais brasileiros, a visão de que um curso de inglês deve ser um produto que tem que funcionar.
— Acredito que o problema é cultural. O brasileiro não aprendeu a entender um curso de idioma como um produto qualquer que deve funcionar. Em países como a Holanda, por exemplo, não há cursos de idiomas de longa duração. O que há são cursos focados no resultado desejado pelos alunos. O executivo do mundo globalizado não aprende apenas com aulas regulares de duas vezes por semana. É necessário a exposição e a combinação de fatores para atingir rapidamente e de forma estruturada o resultado desejado — acredita a empresária.
Para Vera, empresas e executivos deveriam rever, agora, a forma como aprendem o idioma, em função do momento de aquecimento da economia e de oportunidades surgindo no Rio e no país.
— O aquecimento da economia do país e a entrada de novas empresas estrangeiras em vários setores no Brasil e, no Rio de Janeiro, em especial no setor de óleo e gás e naval, gerou a necessidade da emergência do conhecimento de idiomas. O resultado deve ser rápido para gerar novos negócios. A falta de conhecimento do idioma afeta comercialmente as empresas. É esse ponto que é muitas vezes esquecido. Um investimento bem planejado e focado em resultados em idiomas pode gerar melhores resultados comerciais para as empresas e reduzir os gafes culturais dentro das instituições. Idioma é muito mais que the book is on the table. É sair na frente de concorrência e melhorar a performance geral dos executivos.

Fonte O Globo Online