Existem cinco regras que todos devem observar no que
se refere ao sentimento de raiva
A primeira regra é bem simples e ela diz o seguinte:
“A
raiva bloqueia teu raciocínio”. Isso significa que os momentos em que
explodimos de raiva são os piores para se tomar decisões, posto que as fortes
emoções restringem nossa razão e nosso pensamento. Sempre que você fica com
raiva e explode em intenso fervor emocional, você pode fazer escolhas que
depois farão você se arrepender, e que podem até te prejudicar. Muitas vezes,
tomados que estamos pela fúria, escolhemos, dizemos ou fazemos coisas que depois,
na tranquilidade, pensamos “se estivesse calmo, não faria aquilo”. A trajetória
de uma vida inteira pode ser modificada e destruída em apenas alguns minutos de
ira.
A segunda regra diz o seguinte:
“Quem
está nervoso muitas vezes deseja que outros fiquem como ele”, ou seja, todos
aqueles que estão num estado de tensão, nervosismo e que vivem nas trevas da
raiva e irritação compulsiva desejam que outras pessoas compartilhem do mesmo
sentimento e descontrole. Quem está na escuridão quer que todos estejam na
escuridão, pois assim eles sentem que há muitas pessoas como ele, e não se
sente tão mal caso fossem os únicos. Apagar a luz dos outros é a melhor maneira
de não enxergar sua própria escuridão. Em outras palavras, quem está na lama,
quase sempre quer trazer os outros para a lama, pois assim eles têm
“companhia”. O raivoso deseja ter alguém com quem compartilhar sua raiva, pois
a raiva sozinha perde seu “combustível”, e muito frequentemente se transforma
em depressão. Toda raiva não compartilha com outros acaba tornando o raivoso
depressivo, com sentimentos de carência e vazio.
A terceira regra é a seguinte:
“Não
dê poder a quem não tem”. Quando você se deixa levar pelos berros e deixa a
raiva te dominar, você está dando poder àquela pessoa e permitindo a ela te
desestabilizar. Mas esse poder de desorganização emocional é a própria pessoa
que confere ao outro. No momento em que você pára de dar poder a quem não tem
poder, você não mais se envolve pelas ofensas e agressões alheias e passa a ser
mais neutro e menos vulnerável.
A quarta regra diz algo muito importante:
“A
raiva prejudica a nós mesmos, e não ao outro”. Há uma máxima de sabedoria que
diz o seguinte: “Ficar com raiva de outrem é o mesmo que tomar veneno e esperar
que o outro morra”. O maior prejudicado com os acessos de raiva ou com a raiva
prolongada somos nós mesmos. A ira pode gerar doenças emocionais e até físicas,
em casos extremos, pode instalar quadros depressivos numa pessoa. A raiva
contida é ainda mais prejudicial, pois vai aos poucos minando as nossas
estruturas psicológicas. Portanto, tua raiva não prejudica o outro, ela afeta,
em primeiro lugar, o próprio raivoso.
A quinta regra também é simples, mas pode parecer
difícil de ser aplicada para algumas pessoas:
“Não
responda a uma ofensa, apenas silencie”. Quando, por exemplo, algum parente
está envolto pela ira e começa a agredir a todos, a melhor resposta é o
silêncio. Por que o silêncio? Pois é apenas no silêncio que aquela pessoa
conseguirá ouvir a si mesma. Ela passará a ouvir seus próprios gritos, suas
ofensas, suas agressões e terá a chance de se perceber, se sentir e se tocar do
mal que está emanando. A quinta regra diz: apenas silencie e deixe a pessoa
ouvir a si mesma. No momento em que não correspondemos a raiva, a pessoa perde
sua energia, fica sozinha e passa a perceber a si mesma, e assim, ela pode
enxergar-se como é. Dessa forma, a chance dela se ver e procurar se modificar é
bem maior.
Por
Hugo Lapa