Confira os equívocos mais frequentes cometidos por
quem está em busca de oportunidade na carreira pública, de acordo com dois
especialistas consultados
Nem só de livros e apostilas deve viver um
concurseiro. É essencial intercalar momentos de lazer, descanso e atividades
físicas, dizem especialistas
A
aprovação em um concurso público requer muito mais do que horas a fio
estudando. A disposição para encarar livros e apostilas pode ser o requisito número um para quem
deseja seguir a carreira pública, mas não é só isso.
De
acordo com especialistas consultados, quando o concurseiro não leva em conta
alguns aspectos importantes, o nome na lista de aprovados pode se tornar um
horizonte distante.
Confira
os principais erros cometidos na fase de preparação para as provas, na opinião
de dois especialistas em concursos públicos, que minam as chances de aprovação:
1 Prestar pouca atenção ao edital
"Saiu
o edital!" Para um concurseiro de olho em uma oportunidade profissional no
setor público, esta é uma das frases mais esperadas. No entanto, nem sempre a
comemoração é seguida por uma leitura minuciosa do documento divulgado.
Na
opinião de Francisco Fontenelle, diretor pedagógico da rede LFG, este é um dos
principais equívocos cometidos. “É fundamental conhecer o edital nas minúcias
do conteúdo programático”, diz.
Quem deixa de prestar atenção ao edital perde
informações preciosas a respeito do programa das matérias, formas de avaliação
e peso de cada disciplina na prova, critério de correção, data, horário, local e
tempo das provas, quantidade de vagas disponíveis, remuneração e requisitos
para a posse.
2 Não atentar ao estilo da banca examinadora
Diversas
instituições aplicam provas de concurso público e cada banca tem seu estilo de
avaliação. Conhecê-lo é primordial para sair na frente dos outros candidatos.
“A Fundação Cespe cobra muita jurisprudência, já a Fundação Carlos Chagas se
atém à letra da lei”, explica Fontenelle, dando exemplos relacionados aos
concursos na área de direito e a tendência das bancas.
“É
importante conhecer a banca para saber qual o posicionamento adotado em relação
a alguns temas”, concorda Marco Antônio Araújo Júnior, vice-presidente
acadêmico do Complexo Educacional Damásio de Jesus. De acordo com o
especialista, quando a banca examinadora não é divulgada, a análise pode ser
feita pelas questões das provas anteriores.
3 Estudar sem método ou planejamento
Na
opinião de Araújo, a falta de método e de um plano de estudos é o principal
erro cometido pelos concurseiros. “Se o candidato não faz um plano de estudo,
ele tende a estudar errado”, diz. Segundo ele, o planejamento inclui o que estudar,
como estudar e a distribuição de tempo para cada disciplina ou bloco de
matérias.
“O
que estudar vai variar de acordo com o edital”, explica. A maneira de estudar o
conteúdo é muito importante. “É a forma de estudar, tem o momento do conteúdo e
tem a hora da aplicação prática, de resolver as questões”, explica.
Ou
seja, é preciso haver um equilíbrio entre a leitura de livros e apostilas e
resolução de testes e questões sobre o tema estudado. “Não adianta estudar só
pelas apostilas, o candidato também deve verificar os livros, escolher a melhor
doutrina e depois partir para a etapa prática e resolver as questões”, diz
Fontenelle.
Intercalar
matérias também uma recomendação de Araújo. " O concurseiro não deve ficar
15 dias estudando apenas uma disciplina porque ele pode cair na linha de
continuidade e não percebe que o seu rendimento diminuiu", explica.
4 Não fazer simulados
Quem
deixa de participar de simulados perde a oportunidade de ir se acostumando com
o ambiente de uma prova de concurso público. “É treinamento. Quanto mais
treinar, mais domínio terá da questão prática”, lembra Fontenelle. O
especialita destaca que nem todos têm facilidade em passar 4 ou 5 horas
resolvendo uma prova, e o simulado é uma ferramenta importante nesse sentido.
“É
o momento de perceber qual é a resistência do candidato, como ele aplica o que
ele estudou em uma situação próxima da real do dia da prova”, diz Araújo.
Resolver
as questões em casa é bem diferente do que estar em uma sala de aula com outros
candidatos que têm o mesmo objetivo que você, destaca o especialista. “Tem o
barulho na sala, o som de um sapat tocando a madeira do chão, tudo aquilo
dentro de um simulado são condições que podem acontecer no dia da prova”,
explica.
5 Esquecer-se de fazer pausas durante o período de
estudo
Nem
o mais treinado concurseiro consegue manter a concentração e o rendimento nos
estudos durante horas e horas, sem fazer nenhuma pausa. “Tem que parar um
pouco, do contrário não vai reter o conteúdo”, sugere Fontenelle.
Segundo
ele, ao notar que não está assimilando o conteúdo lido é hora de fazer uma
pausa e retomar os estudos após alguns minutos. “Estudar pouco é ruim, mas
estudar demais também é ruim”, diz Araújo. Na opinião do especialista, o tempo
destinado a cada matéria deve estar contido no plano de estudos.
6 Deixar de ter
momentos de lazer e de atividade física
Nem
só de livros e apostilas deve viver um concurseiro. Intercalar momentos de
lazer, descanso e atividade física é essencial para manter o equilíbrio físico,
mental e emocional. “ A atividade física é recomendável sob todos os aspectos,
pois ajuda a melhorar o rendimento e o candidato fica melhor fisicamente para
encarar a prova”, diz Araújo.
Quem
está pegando pesado nos estudos precisa, na opinião dos dois especialistas, de
uma válvula de escape para o estresse. “É preciso ter momentos para ‘zerar o
balde’”, lembra Araújo.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com