Pesquisa feita com mais 16,4 mil pessoas identificou
as principais pedras no sapato de quem precisa enfrentar uma plateia
As
mãos começam a suar e tremer, a voz falha e conteúdo desaparece da mente. Estar
diante de uma plateia e ter que fazer uma apresentação pode ser bastante
intimidador e só a ideia de passar por isso deixa muitos profissionais de
cabelo em pé.
“É uma habilidade pouco desenvolvida”, diz
Henrique Ohl, analista de treinamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios).
Mas o que torna o falar em público um bicho de sete cabeças?
Pesquisa
realizada pelo Nube com mais de 16,4 mil pessoas, em sua maioria jovens,
investigou os principais obstáculos. Confira quais são e as dicas para se
livrar ou aprender a lidar com eles:
1 Nervosismo
Para
34% dos participantes da pesquisa é o nervosismo o principal vilão de uma
apresentação em público. “O ser humano busca aceitação e quando se aumenta a
quantidade de pessoas a chance de agradar a todos diminui”, explica Ohl.
Pelo
fato de muitos entrevistados ainda estarem dando seus primeiros passos
profissionais, a falta de vivência em situações deste tipo contribui para o
nervosismo. “É natural ter medo do desconhecido”, diz o analista de
treinamentos.
Dica: Ao
falar em público não se esqueça de que você está defendo uma ideia, não você
mesmo. “Se o conteúdo não agradar não identifique com seu lado pessoal. Uma
ideia que não seja aceita não significa que a negativa é para o profissional”,
diz Ohl.
Outro
conselho de Ohl é evitar o uso de laser caso você seja do tipo que treme a mão
ao falar em público. “A pessoa percebe que está tremendo ao apontar o laser e
fica mais nervosa porque já está nervosa”, diz ele.
2 Timidez
A
timidez foi a característica citada como grande obstáculo para 33% dos
participantes da pesquisa. Na opinião de Ohl, muitas pessoas associam,
erradamente, a timidez à inabilidade de falar em público. “A pessoa pode ser
reservada, mas se articula bem as ideias vai falar bem em público, porque são
coisas diferentes”, explica.
Extrovertidos
são mais articulados por uma questão de treino, de acordo com ele. “São pessoas
que naturalmente falam mais porque se expõem mais e acabam desenvolvendo mais
habilidade”.
Dica: Não
vincule a timidez com a incapacidade de comunicação em público. Treine a
comunicação. “Aproveite as oportunidades , busque situações em que você pode se
expor com mais controle”, sugere Ohl. Cursos de oratória e teatro são boas
alternativas para os tímidos.
3 Ansiedade
O
medo do que está por vir. Para 27%, a ansiedade atrapalha tudo na hora de
iniciar uma apresentação. “Isto está relacionado à falta de experiência porque
grande parte dos entrevistados teve poucas oportunidades de apresentações na
vida profissional ou acadêmica”, diz Ohl.
Dica:
Antes
de começar a apresentação aposte na tática de “quebrar o gelo”. “Conte uma
história, converse com as pessoas antes do início, assim é possível ganhar o
que a gente chama de rosto amigo, que são as pessoas que o profissional vai
buscar olhar durante a apresentação”, indica Ohl.
4 Falta de concentração
O
estado emocional influencia, e muito, a atenção. Para 6% dos entrevistados, a
falta de concentração é o que mais prejudica a capacidade de falar em público.
De acordo com Ohl, nervosismo e ansiedade são emoções que estão intimamente
ligadas à perda de concentração de quem se vê diante uma plateia.
O
despreparo também contribui para o agravamento deste quadro de pouca atenção.
“Ás vezes a pessoa é pega desprevenida e não estudou o assunto”, diz Ohl.
Dica: Prepare-se,
estude bem o tema da sua apresentação. Cuide do seu estado físico também “Comer
direito e dormir bem são essenciais. Do contrário a pessoa pensa mais devagar
mesmo, esquece o assunto”, diz Ohl.
Afinal
tão importante quanto cuidar do assunto é cuidar de quem vai apresentar. Por
isso caso haja algum problema ou uma preocupação urgente desmarque a
apresentação para não se prejudicar.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com