A
cada 15,5 segundos, um brasileiro tem seus dados pessoais usados, por
desconhecidos, em alguma tentativa de fraude. A estimativa é da Serasa
Experian, que calculou em cerca de um milhão o número de movimentações com o
chamado “roubo de identidade”, apenas no primeiro semestre deste ano. O
indicador resulta da multiplicação do total de consultas de CPFs feitas pela
Serasa pelo chamado “risco de fraude”, baseado num modelo de probabilidade
desenvolvido pela empresa.
Segundo
o economista responsável pelo estudo, Carlos Henrique de Almeida, os golpistas
usam números de identidade e de CPF roubados para pegar empréstimos, fazer
compras e fechar negócios, deixando a dívida para a vítima da armação pagar.
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Para quem tem documentos roubados ou perdidos, o risco chega a dobrar. Mas há
outras formas de conseguir esses dados, como cadastros em sites e lojas — diz.
Almeida
já foi alvo da tentativa de fraude mais comum, responsável por 40% dos casos:
teve uma linha de telefone pedida em seu nome por um estelionatário. As linhas
são valiosas porque a conta vira comprovante de residência.
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Com ele, o golpista tem a credibilidade que precisa para pegar empréstimos,
solicitar cartões e abrir crediários em nome da vítima — explica o economista.
Para
dificultar a vida dos fraudadores, o economista Carlos Henrique de Almeida diz
que o consumidor deve ter muito cuidado ao preencher cadastros ou confirmar
informações pessoais.
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O ideal é nunca fazer isso por telefone. Também não se deve perder de vista os
documentos quando forem solicitados para que se entre em algum prédio. A
internet também é muito perigosa. Na rede, acaba sendo mais fácil captar essas
informações pessoais sem levantar suspeitas — alerta Almeida.
No
caso de perda ou roubo de um documento, é importante fazer o boletim de
ocorrência na delegacia o mais rapidamente possível. A Serasa também tem um
serviço gratuito, pelo qual o consumidor pode registrar o caso em www.serasaconsumidor.com.br. O
cadastro será acessado por bancos e lojas antes da concessão de crédito a quem
estiver com o documento.
Entre
os casos mais graves de fraudes, segundo Carlos Henrique de Almeida, estão a
compra de bens valiosos, a abertura de empresas de fachada e a negociação de
imóveis que não existem.
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Quando consegue abrir a conta em nome da vítima, o golpista corre para
conseguir o maior lucro possível no pouco tempo que tem antes de ser
descoberto. Há casos de compra de carros e, principalmente, de eletrônicos,
porque são bens fáceis de serem revendidos.
Por
Ana Paula Viana
Fonte
Extra – O Globo Online