Padronização e ser público demais são alguns dos
problemas dos perfis on-line, diz especialista
Quem
nunca sonhou com uma loja on-line só de currículos? Bastaria a pessoa digitar
uma URL, algumas palavras-chaves e voilá! Aparece o currículo. Bastaria
acessá-lo de vez em quando para acrescentar um ou mais dados que demonstrassem
suas novas conquistas e habilidades. Simples assim. É verdade que hoje já
contamos com sites e rede sociais onde podemos apresentar nosso perfil
profissional, como o LinkedIn. Embora os defensores dessas ferramentas as
apontem como substitutas do tradicional currículo de papel, há aqueles que
defendem com unhas e dentes a importância do documento impresso. Em artigo
publicado no site Glassdoor.com, a especialista em carreiras e sócia da empresa
CareerTrend, Jacqui Barrett-Poindexter, embora reconheça a importância desses
novos recursos proporcionados pela internet, aponta problemas relacionados aos
perfis profissionais on-line. Confira abaixo:
Currículos on-line estão limitados devido à contagem
de caracteres
Cada
seção tem um determinado número de caracteres que o usuário pode utilizar. Uma
vez completados, o texto é cortado. Embora a contagem de caracteres para os
currículos on-line pareça adequada, isso limita a criatividade e a
flexibilidade. Nem todo currículo é igual e descrever a experiência em cada
cargo pode exigir um número maior de caracteres. Ou seja, um só tamanho não
serve para todos.
Currículos on-line oferecem recursos de design
limitados
Se
o profissional deseja incorporar um gráfico ao seu currículo on-line para
impressionar o leitor, não vai poder. É até possível criar slide-shares e
outros recursos visuais, como anexos para o seu perfil no LinkedIn, por
exemplo, mas essa tática não é tão simples, flexível ou visualmente maleável
como deslizar uma imagem diretamente do seu arquivo e imprimi-lo. Mais uma vez,
não é possível usar a criatividade no documento on-line, pois são
pré-programados. Se a pessoa quiser enfatizar algumas palavras, um título ou
uma frase, não pode utilizar o negrito, aplicar fontes únicas ou incorporar
traços de cor. Um currículo on-line fica apagado, se for comparado a alguns
documentos criados no Word.
Perfis são todos parecidos
Independentemente
dos recursos utilizados para chamar a atenção, mesmo que a pessoa inteligentemente
use ferramentas especiais para ressaltar suas competências e realizações,
reorganize as seções, adicione slide-shares ou arquivos externos e assim por
diante, o seu perfil vai sempre ficar parecido com o do candidato seguinte, já
que o modelo é padronizado.
Às vezes, é público em demasia
O
profissional pode estar disposto a divulgar determinadas informações para
pessoas específicas, de forma mais privada, ao invés de compartilhá-las em seu
perfil on-line, acessado publicamente. Particularmente, se a pessoa está
empregada, pode optar por usar seu perfil do LinkedIn como um veículo de
marketing pessoal, para aumentar sua visibilidade dentro e fora de sua atual
empresa. Em outras palavras, se está empregado atualmente, o perfil on-line
pode servir para “vender” o profissional para clientes, parceiros estratégicos
etc, enquanto o currículo tradicional, aquele preparado cuidadosamente no Word,
pode ressaltar suas competências para uma vaga específica, em uma outra
companhia.
Em última instância, os perfis são de propriedade da
LinkedIn
Sim,
uma vez que você se inscreveu em uma URL, em teoria, você é dono deste endereço
na web até abandoná-lo. No caso do LinkedIn, a realidade é outra, pois a rede
social pertence a uma entidade corporativa, e não a você. Na opinião de Jacqui,
todo mundo deveria ter o seu próprio currículo pessoal off-line e de fácil
acesso (que tal mantê-lo atualizado em um pen drive), para inclusive não correr
o risco de perder todos os dados por problemas de tecnologia fora de seu controle.
De
acordo com a especialista americana, escrever e manter um currículo focado e
convincente é essencial para a carreira de qualquer pessoa e para a busca por
um novo emprego.
“Embora
o processo inicial pareça assustador, não deixe que isto atrapalhe seus
esforços. Construir um perfil profissional no LinkedIn pode parecer o recurso
mais fácil para seu sucesso na conquista de um emprego, mas não é. Aproveite o
tempo,e faça um esforço intelectual para construir um currículo robusto, com
dados significativos e convincente, e depois, sim, a partir deste conteúdo,
crie seu perfil on-line”, aconselha Jacqui.
Fonte
O Globo Online