terça-feira, 9 de janeiro de 2024

O SEGREDO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR


Quando uma pessoa resolve contratar um plano de previdência complementar, vertendo suas contribuições, seja ele administrado por uma entidade fechada, seja ele administrado por uma entidade aberta, pode acabar perguntando: se eu tenho algum dinheiro para guardar, então porque eu mesmo não invisto este dinheiro para lá na frente viver dele?
Claro que esta é uma pergunta válida, pois quando alguém começa a se preocupar com o futuro, a sua primeira atitude é a de procurar informações acerca dos tipos de investimento que poderá realizar com o dinheiro que pretende poupar. Aqui, não se deve esquecer, estamos falando das pessoas que não possuem grande experiência com o mercado financeiro ou com o mercado de capitais.
A pessoa que não conhece muito os meandros dos investimentos, então, vai investigar os aqueles que pode realizar com o dinheiro de sua futura aposentadoria, optando geralmente por ativos domésticos como ações, títulos de renda fixa, quem sabe algumas quotas de fundos de investimento. Dará início, assim, à gestão financeira do dinheiro que pretende poupar.
Mas, na verdade, a mera realização de investimentos, ainda que rentáveis, não será suficiente para garantir a futura aposentadoria, pois terá que ser considerada a inflação, bem como o aumento do custo de vida, sendo necessária a aplicação de técnica financeira que garanta retorno acima da inflação, de forma razoavelmente estável. De outra parte, para garantir uma renda futura, o risco das aplicações financeiras precisa ser minimizado.
O segredo da previdência complementar reside justamente na arte de realizar a gestão de investimentos de longo prazo, pois com o grande volume de recursos financeiros que administra consegue diversificar o portfólio das aplicações financeiras que efetua, pois tal diversificação permite o aumento da rentabilidade dos investimentos, sem aumentar o risco, pois sempre é acrescentado um novo tipo de ativo.
Os investimentos financeiros realizados pelas entidades de previdência complementar são definidos por uma política de longo prazo, visando resguardar que, no futuro, o benefício de complementação de aposentadoria seja efetivamente pago ao participante. Para tanto, esta política é, inclusive com a intervenção normativa do Estado, baseada na mitigação do risco e na seleção quali-quantitativa dos investimentos.
Nesta gestão de longo prazo sempre são necessários alguns ajustes, pois a administração dos ativos (valores recebidos) e dos fluxos financeiros devidos pelo plano de benefícios (passivo – valores a pagar) sempre geram riscos financeiros, como está ocorrendo agora com a questão da diminuição da taxa de juros, a qual representa a rentabilidade real dos ativos, a qual hoje não mais se sustenta no patamar de 6% (seis por cento) ao ano, diante da situação econômica mundial.
Para aqueles que não são iniciados na gestão financeira, sem dúvida a previdência complementar é uma boa opção para garantir a complementação de aposentadoria no futuro, mesmo porque ela logo de início já provoca a previdência, pois faz com que a pessoa, por força de contrato contribua e, deste modo, poupe o seu dinheiro.

Por Ana Paula Oriola De Raeffray
Fonte Última Instância