Quando
uma pessoa resolve contratar um plano de previdência complementar, vertendo
suas contribuições, seja ele administrado por uma entidade fechada, seja ele
administrado por uma entidade aberta, pode acabar perguntando: se eu tenho
algum dinheiro para guardar, então porque eu mesmo não invisto este dinheiro
para lá na frente viver dele?
Claro
que esta é uma pergunta válida, pois quando alguém começa a se preocupar com o
futuro, a sua primeira atitude é a de procurar informações acerca dos tipos de
investimento que poderá realizar com o dinheiro que pretende poupar. Aqui, não
se deve esquecer, estamos falando das pessoas que não possuem grande
experiência com o mercado financeiro ou com o mercado de capitais.
A
pessoa que não conhece muito os meandros dos investimentos, então, vai
investigar os aqueles que pode realizar com o dinheiro de sua futura
aposentadoria, optando geralmente por ativos domésticos como ações, títulos de
renda fixa, quem sabe algumas quotas de fundos de investimento. Dará início,
assim, à gestão financeira do dinheiro que pretende poupar.
Mas,
na verdade, a mera realização de investimentos, ainda que rentáveis, não será
suficiente para garantir a futura aposentadoria, pois terá que ser considerada
a inflação, bem como o aumento do custo de vida, sendo necessária a aplicação
de técnica financeira que garanta retorno acima da inflação, de forma
razoavelmente estável. De outra parte, para garantir uma renda futura, o risco
das aplicações financeiras precisa ser minimizado.
O
segredo da previdência complementar reside justamente na arte de realizar a
gestão de investimentos de longo prazo, pois com o grande volume de recursos
financeiros que administra consegue diversificar o portfólio das aplicações
financeiras que efetua, pois tal diversificação permite o aumento da
rentabilidade dos investimentos, sem aumentar o risco, pois sempre é
acrescentado um novo tipo de ativo.
Os
investimentos financeiros realizados pelas entidades de previdência
complementar são definidos por uma política de longo prazo, visando resguardar
que, no futuro, o benefício de complementação de aposentadoria seja
efetivamente pago ao participante. Para tanto, esta política é, inclusive com a
intervenção normativa do Estado, baseada na mitigação do risco e na seleção
quali-quantitativa dos investimentos.
Nesta
gestão de longo prazo sempre são necessários alguns ajustes, pois a
administração dos ativos (valores recebidos) e dos fluxos financeiros devidos
pelo plano de benefícios (passivo – valores a pagar) sempre geram riscos
financeiros, como está ocorrendo agora com a questão da diminuição da taxa de
juros, a qual representa a rentabilidade real dos ativos, a qual hoje não mais
se sustenta no patamar de 6% (seis por cento) ao ano, diante da situação
econômica mundial.
Para
aqueles que não são iniciados na gestão financeira, sem dúvida a previdência
complementar é uma boa opção para garantir a complementação de aposentadoria no
futuro, mesmo porque ela logo de início já provoca a previdência, pois faz com
que a pessoa, por força de contrato contribua e, deste modo, poupe o seu
dinheiro.
Por
Ana Paula Oriola De Raeffray
Fonte
Última Instância