sexta-feira, 5 de julho de 2013

TRABALHO EM CASA: OS PERIGOS DAS 'REUNIÕES'

Roupa inadequada e barulhos de fundo, como cães latindo e crianças falando, são alguns dos problemas

As reuniões de trabalho são inevitáveis, até mesmo para quem trabalha em casa. Com cerca de 20 a 30 milhões de pessoas trabalhando no escritório doméstico pelo menos um dia por semana, um número crescente de profissionais recorre aos equipamentos de teleconferência e videoconferência. Mas, como mostra artigo publicado pelo site do Wall Street Journal, as reuniões virtuais, realizadas por meio de Skype ou outros programas, exigem que os participantes dominem algumas habilidades de produção de vídeo, tais como controlar o ruído de fundo e enquadrar bem a câmera. Segundo especialistas e gerentes que lideram reuniões on-line, muita gente que trabalha em casa ainda não adquiriu essas habilidades.
Muitas profissionais que trabalham em casa se vestem para as videoconferências da cintura para cima. Não é raro que o homem esteja de camisa social e gravata, com bermuda e chinelo por baixo, ou que a mulher vista um paletó de tailleur, com calça de ioga e tênis. Isso não é necessariamente um problema — a menos que você tenha que levantar da cadeira.
Vice-presidente da Polycom, empresa de vídeocolaboração de Pleasanton, na Califórnia, e fabricante dos telefones triangulares para conferências encontrados em muitas salas de reuniões corporativas, Gary Testa estava fazendo uma videoconferência, recentemente, falando com um consultor que trabalha em casa e que parecia usar trajes de negócios. “Estávamos conversando e alguém bateu na porta. Quando o consultor levantou para abrir a porta, estava de camisa, gravata e cueca samba-canção”, diz Testa, ressaltando que ninguém jamais saberia disso se ele tivesse usado o botão "mudo" do vídeo, que interrompe a transmissão de imagens.
“Quem trabalha em casa deve lembrar que o vídeo é como uma janela do mundo exterior que dá para a sua casa. Você tem que se vestir e agir como se a pessoa estivesse sentada na sua frente”, diz Testa.
As imagens que enfeitam as paredes da casa podem ser outro problema. Um pano de fundo cheio de fotos de família pode ser atraente, admite Testa, mas é preciso cuidado. Ele conta o caso de um executivo de software que direcionou seu equipamento de videoconferência para sua mesa de trabalho — tendo logo atrás uma grande pintura de uma mulher nua:
“O quadro era muito artístico, mas, esparramado sobre a tela de vídeo na sede da empresa, tornou-se uma distração”.
Sarah Sutton Fell, fundadora da FlexJobs, uma firma de Boulder, no Colorado, que fornece contatos profissionais para empregos de horário flexível, dirige uma empresa virtual em que todos os 24 membros trabalham em casa. Nas teleconferências com o pessoal, "os barulhos de fundo, tais como cães latindo, campainhas tocando, faxineiras passando aspirador de pó, trânsito na rua, ou ruídos da pessoa digitando ou comendo" são problemas comuns, diz ela. Um dos funcionários costuma respirar pesadamente no microfone, sem perceber que isso cria barulho de fundo. Sarah muitas vezes interrompe uma teleconferência para instruir os participantes: "Ei, se você não está falando, por favor, aperte o botão 'mudo' no microfone".

Fonte O Globo Online