Com promessas de dinheiro fácil, as financeiras sempre conseguiram clientes, mesmo oferecendo taxas mais altas que as dos bancos. Agora, porém, essa capacidade de atração está seriamente comprometida. As instituições bancárias vêm reduzindo os juros e ampliando a oferta de crédito. Na semana passada, a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) chegou a anunciar que haveria uma resposta do setor à queda nas taxas, mas isso, até agora, não ocorreu.
Para o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, da Fundação Getulio Vargas (FGV), as financeiras têm mais dificuldades de fazer alterações em suas taxas.
— A redução dos bancos foi para os bons clientes, os que têm recursos investidos, conta-salário e uma relação mais antiga (com o banco). As financeiras não se enquadram nesse jogo, porque atendem a um público mais desesperado, que não oferece as mesmas garantias — disse o economista, que ensina:
— Pegar empréstimo no banco é sempre melhor do que pegar com financeiras, do mesmo jeito que tomar um crédito pessoal no banco é mais vantajoso do que usar o cheque especial.
Taxas
Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), em março, a taxa média das financeiras era de 8,24%, enquanto a dos bancos era de 3,81%.
Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), em março, a taxa média das financeiras era de 8,24%, enquanto a dos bancos era de 3,81%.
Empréstimo
Considerando as taxas de março, ao final de 12 meses, o cliente que pegou mil reais numa financeira pagará R$ 1.612. Num banco, R$ 1.264.
Pesquisa
O EXTRA procurou BMG, Losango, Bradesco Financiamentos, Volkswagen, Mercedes-Benz e Santander. Nenhuma confirmou mudança de taxas.