A folia terminou, mas ainda não colocou suas resoluções de carreira em prática? Cheque se você está trapaceando a si mesmo na carreira
De acordo com o especialista, as principais "puxadas de tapete" são feitas pelos profissionais contra as próprias carreiras
Há quem insista que, no Brasil, o ano propriamente dito começa apenas depois que o relógio badala o meio dia da quarta-feira de cinzas. Verdade ou não, o fato é que o fim do carnaval pode sinalizar que já é mais do que hora de olhar para sua carreira em 2024 de uma maneira proativa.
“Se você ainda não deu dois passos em direção aos seus planos profissionais, precisa cair na real: está se fazendo de vítima ou de protagonista de seu projeto de vida?”, diz o consultor organizacional Eduardo Shinyashiki. Confira, abaixo, quais os sinais de que, na prática, você está sabotando sua carreira:
1. Tem desculpas na ponta da língua
Você até pode ter feito planos bem sérios para sua carreira em 2024. Mas, até agora, achou desculpas tão convincentes para deixá-los de escanteio? Sinal vermelho, então. De acordo com o especialista, você pode estar trapaceando a si mesmo – sem perceber.
“Esse tipo de trapaça, geralmente, é aceita socialmente”, explica. “A pessoa arruma maneiras de fazer com que terceiros olhem para ele e sintam pena”.
As pretensas justificativas até podem soar como uma lista de boas intenções. Exemplo, a pessoa deixa de fazer o prometido curso de pós-graduação porque precisa de mais tempo livre. O problema é que, no fundo, essas explicações não passam de estratégias para que a carreira permaneça inerte.
O que fazer: Examine se as justificativas para que você esqueça dos seus propósitos de carreira são, realmente, válidas. Feito isso, avalie quais as consequências de deixar esse plano para depois. Se tiverem um efeito muito negativo, reavalie sua decisão.
2. Tem uma lista de culpados
Outro sinal clássico de sabotagem da própria carreira é delegar a responsabilidade por essa inércia para terceiros. Em outras palavras, as pessoas que aderem a essa estratégia teimam em culpar outras pessoas pelo fato da carreira delas estar empacada.
Jogando as culpas sobre os ombros da chefia, da companhia e até da trajetória profissional até agora, os profissionais que seguem essa prática adotam uma postura de vítimas do destino, nunca como responsáveis e donos do próprio futuro profissional. “As pessoas não se dão conta de que as maiores ´puxadas de tapete’ são feitas por elas mesmas”, diz o especialista.
O que fazer: Assuma que quem determina o seu futuro profissional é você mesmo – não seu chefe ou a companhia para a qual você trabalha. Defina planos de ações para tirar sua carreira da acomodação e tome a responsabilidade de colocá-los em movimento.
3. Compra ilusões facilmente
Há quem, por outro lado, prefira projetar soluções que têm probabilidade quase nula sair do campo das ideias. Exemplo: o profissional planeja ficar milionário ao ganhar na loteria ou quer uma carreira internacional sem falar uma palavra sequer em outro idioma.
“São pessoas que se iludem com o fato de que a realidade pode mudar sem que elas mesmas façam nada”, diz Shinyashiki.
O que fazer: Analise seu contexto e cheque se seus planos de carreira são coerentes com isso. Não desanime se a realidade conspirar contra seu projeto. Antes, crie planos de ações para transformá-la. Por exemplo, você quer trabalhar fora do Brasil, mas não fala um outro idioma, matricule-se o mais rápido possível em um curso de línguas.
4. Os planos não apontam para um norte
Seus planos de carreira tem o objetivo único de tornar seu currículo mais bonito? Sinal vermelho. A inércia, muitas vezes, é um resultado direto de projetos mal delineados. Ou em outras palavras, planos que, no fim, não têm muita relação com aquilo que move ou define quem você é.
O que fazer: O primeiro passo para colocar seus projetos de carreira em movimento é dar um real sentido para cada um deles. “Ao invés de patinar durante dez anos para ter um salário melhor, as pessoas precisam ter uma percepção do que elas precisam fazer para se sentir felizes e se perguntar: ‘Qual a minha vocação? Qual a minha missão?’”, diz o especialista.
Por Talita Abrantes
Fonte Exame.com