Embora tenha havido uma reavaliação do mercado em relação ao crescimento do PIB do Brasil neste ano para 3,3%, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central, o Ministério do Planejamento estima um crescimento de 4,5%.
A discussão sobre a previsão do crescimento do PIB considera vários fatores, mas com os dados do terceiro trimestre será possível uma estimativa mais apurada. Fato é que, algumas boas notícias já estão bastante consolidadas, tornando as expectativas mais realistas. Uma dessas boas notícias é que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) deve apresentar, neste ano de 2011, um recorde de US$ 60 bilhões – quase o dobro de 2009. Até setembro já eram contabilizados mais de US$ 50 bilhões.
De outro lado, pesquisa da KPMG divulgada no início de outubro, dava conta que o número de fusões e aquisições no Brasil registraram novo recorde de janeiro a setembro. No período, foram 606 as operações, contra 531 realizadas no mesmo período de 2010, ou seja, 14% a mais. O estudo também revela que o número de empresas estrangeiras que compraram brasileiras no País aumentou. Foram 157 acordos, contra 125, um crescimento de 26% de janeiro a setembro. Já o crescimento do número de transações de empresas estrangeiras adquirindo estrangeiras no Brasil, foi de 9%, com 82 aquisições nos três primeiros trimestres deste ano, contra 75 do mesmo período de 2010.
Esses números confirmam o interesse de investidores estrangeiros no Brasil impulsionado por um cenário internacional cheio de incertezas e por nosso país apresentar condições conjunturais de crescimento.
E como já é sabido, todo investimento e reinvestimento é precedido de estudos e avaliações que demandam “consultoria em negócios”, setor de serviços profissionais que tem correspondido com excelência e competitividade a essa demanda crescente.
Um bom exemplo disso são os escritórios de Advocacia que rapidamente aprenderam a falar a linguagem dos negócios, além da linguagem das leis, citações e jurisprudências.
Algumas especialidades do Direito têm um desafio maior. Um exemplo é a área trabalhista, onde falar de negócios e recursos humanos parecia improvável; não havia a prática de romper fronteiras, era uma especialidade local.
Hoje, este cenário está profundamente alterado. Os advogados que atuam nesta área precisam conhecer como as empresas funcionam, o código de conduta global dessas empresas no momento de propor soluções locais e ainda, precisam conhecer a legislação de outros países e suas orientações sobre o envio e recebimento de expatriados.
As auditorias trabalhistas também passam a ter um papel fundamental nas operações de fusões, aquisições e startups, que, não raro, vêm acompanhadas da contingência financeira do passivo trabalhista.
Além disso, hoje esses advogados realizam treinamentos “in company” que representam uma forma efetiva de prevenção de riscos, à medida que orientam os gestores e responsáveis internos das empresas sobre os procedimentos corretos para minimizar os riscos de um passivo trabalhista.
Este cenário econômico indica que haverá forte demanda das empresas para este tipo de consultoria jurídica que orienta o negócio e ajuda na prevenção de riscos. Nos próximos anos ela deve ser consistente, pois estes investimentos demandam um longo período para se consolidar.
Por Carlos Dariani
Fonte Espaço Vital