Segundo a Academia Americana de Pediatria, não é recomendado expor crianças menores de dois anos a programas de televisão
A brincadeira é mais valiosa para o desenvolvimento do cérebro infantil do que os meios eletrônicos.
A tentação dos pais em deixar os programas de televisão e aplicativos disponíveis em tablets responsáveis pela educação dos filhos é enorme. É cada vez maior o número de atrações dedicadas às crianças, que estão disponíveis em casa, no carro e até mesmo no supermercado. Uma nova diretriz da Academia Americana de Pediatria (AAP) diz, porém, que há formas melhores de incentivar o aprendizado dos pequenos durante a primeira infância.
Segundo as recomendações, lançadas durante a Conferência da Academia Americana de Pediatria, em Boston, os pais devem definir limites de tempo destinado a televisão para crianças com menos de dois anos. A AAP ressalta que não indica esse hábito para os pequenos.
Em uma pesquisa feita pela AAP, 90% dos pais disseram que seus filhos com até dois anos de idade consumiam algum tipo de conteúdo a partir dos dispositivos eletrônicos. Em média, as crianças dessa idade assistiam TV diariamente por duas horas. Um terço das crianças maiores de três anos tinha televisão no quarto. Os pais que acreditam que os programas educativos da TV são “muito importantes para o desenvolvimento saudável” têm duas vezes mais chances de deixar seus filhos livres para ver TV durante a maior parte do tempo.
De acordo com a AAP, em vez de deixá-los em frente à TV, deve-se optar por deixar a criança brincar com objetos próprios para a idade. Além disso, é contraindicado instalar uma televisão no quarto do pequeno. Os pais devem lembrar também que devem dar o exemplo, ou seja, os programas que assistem junto com os filhos e a quantidade de horas dedicadas a ver um programa podem impactar na educação da criança.
O primeiro guia da AAP para o uso dos meios de comunicação para crianças com menos de dois anos foi publicado em 1999. Na ocasião, as diretrizes desencorajavam a exposição das crianças pequenas às telas. Os novos dados confirmam essa recomendação. Segundo a AAP, atualmente, sabe-se mais sobre o desenvolvimento do cérebro na primeira infância, as melhores formas de estimular o aprendizado e os efeitos que os vários tipos de estímulos têm nesse processo.
Confira as descobertas
- A brincadeira é mais valiosa para o desenvolvimento do cérebro infantil do que os meios eletrônicos. Ao brincar, elas aprendem a ser criativas, a resolver problemas e também desenvolvem habilidades motoras.
- Pais que assistem TV com as crianças ajudam na forma como elas entendem. Porém, elas aprendem mais com apresentações ‘ao vivo’ do que com as transmitidas na televisão.
- Crianças que são excessivamente expostas a alternativas eletrônicas são mais propensas a ter atrasos de linguagem e problemas de desenvolvimento quando começam a estudar
- Embora muitos programas infantis afirmem ser educativos, faltam evidências para comprovar isso
- Programas só são educativos para crianças se elas conseguirem entender o conteúdo e o contexto do vídeo.
Fonte Veja Online