Problemas na
gramática podem ser muito mais graves do que a falta de experiência para os
recrutadores; fotos inadequadas também atrapalham
Cometer erros de português na hora de
elaborar um currículo pode ser mais prejudicial para sua contratação do que a
falta de experiência na área, por exemplo. Pelo menos, é o que diz uma pesquisa
realizada pela Catho, que mostrou que 34% dos candidatos são eliminados por
problemas na gramática. Mas esse está longe de ser o único equívoco cometido
por quem está em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.
Demonstrar falta de
foco e cuidado ao elaborar um currículo é um dos maiores problemas dos
candidatos, afirmam os recrutadores
Pode parecer um assunto batido, mas elaborar
um currículo sempre gera dúvidas. Seja você um profissional experiente ou
marinheiro de primeira viagem, há sempre um dilema quanto ao que colocar e como
causar uma boa impressão.
“Em um cenário de grande concorrência, o
número de candidaturas para vagas está cada vez maior. Se queimar no primeiro
contato por conta de erros de gramática não é perder uma oportunidade de
entrevista, e sim, várias. O currículo deve receber muita atenção antes de ser
enviado ao mercado”, recomenda a gerente da Catho, Bianca Machado.
Por mais que as intenções do candidato ao
elaborar um currículo sejam as melhores, é comum não saber se colocar uma foto
ou exaltar características pessoais são informações relevantes e bem vistas aos
olhos dos empregadores.
Com base nas dicas de especialistas em
recrutamento, o Brasil Econômico listou os maiores erros no currículo cometidos
na hora de elaborar um currículo e que podem estar te atrapalhando na busca por
um emprego.
1. Erros de
gramática
Não adianta preencher todos os pré-requisitos,
como graduação, cursos de especialização e experiência na área, se na hora de
elaborar o currículo o candidato cometer erros básicos de português.
Não usar a norma culta da língua também é
outro fator que contribui com uma impressão negativa por parte do recrutador. O
mesmo vale para problemas de digitação. Por isso, é imprescindível que o
candidato faça uma revisão em todo o conteúdo do currículo - e não apenas
confie no corretor ortográfico do Word - antes de compartilhar o documento com
as empresas.
2. Tamanho exagerado
É importante ter em mente que, dependendo da
vaga que você vai se inscrever, a concorrência pode ser enorme. Ainda segundo o
levantamento da Catho, um recrutador recebe uma média de 30 a 50 currículos por
vaga, desses, 5 a 10 candidatos chegam a participar de uma entrevista com o
recrutador. Currículos muito longos e prolixos só dificultam a localização de
informações importantes.
Além disso, fazer um currículo com mais de
uma página, principalmente quando o cargo que está sendo disputado é destinado
a um perfil júnior (que não se espera tanta experiência e informações do
profissional) só aumenta as chances de o documento ser descartado.
3. Nada de se gabar
Ambicioso, perfeccionista, dinâmico, dedicado,
essas e outras características pessoais, muitas vezes, não convencem o
recrutador. Colocar menções elogiosas no currículo pode parecer arrogante ou
até falso.
Se o objetivo é destacar suas
características, busque fazer isso ao priorizar informações objetivas, tais
como experiência, resultados alcançados e projetos liderados. Aproveite o
momento de contato da entrevista para potencializar as habilidades
profissionais.
4. Informações pessoais desatualizadas
Pode parecer que não, mas no ranking
levantado pela Catho sobre os itens que não devem ser colocados no currículo de
jeito nenhum, dados de contatos desatualizados ficam em primeiro lugar em
disparada, segundo uma pesquisa feita com mais de 400 recrutadores. 74% deles elegeu esse como o principal erro.
“Por mais simples que pareça, é muito comum
o recrutador receber currículos com número de telefone e e-mail desatualizados.
Facilmente esse currículo é descartado, diminuindo as chances desse candidato
de participar do processo seletivo e, consequentemente, de ser contratado”, diz
Machado.
Ocupando a área mais nobre do currículo, o
cabeçalho com os dados pessoais do candidato ocupa a base superior do documento
e contém os principais meios de contato entre o recrutador e o profissional. Mesmo
que pareça óbvio, é muito comum o entrevistador receber documentos com e-mail, endereço
e número de telefone desatualizados.
5. Fotos inadequadas
Uma grande dúvida na hora de enviar o
currículo é: colocar ou não uma foto? Bem, a resposta é simples. Se a empresa
não solicitou o envio, não colocar é a melhor opção, afinal de contas, o
objetivo do documento é destacar as qualificações profissionais do candidato.
“Apesar de não ser tão comum, às vezes é
interessante ter a foto. Se a ideia do candidato é associar sua imagem com o
perfil profissional que ele construiu, como quem quer colocar uma marca ao seu
currículo, pode ser uma boa ideia colocar foto”, diz Gabriel Tortejada, candidate
experience manager da Revelo, empresa que
intermedia processos de recrutamento e seleção para várias profissões.
Algumas áreas em específico veem como
diferencial o uso da foto. Nesses casos, dê preferência a fotos sóbrias, em
formato 3x4, com fundo neutro. E claro, em boa qualidade.
6. Falta de foco
A dificuldade para encontrar um emprego pode
fazer com que o candidato aposte em diversas áreas de atuação para tentar uma
oportunidade. Para economizar tempo, as pessoas costumam elaborar um currículo
e disparar para várias empresas. O problema disso é que o documento acaba
ficando sem foco e o campo "objetivo", muito genérico.
"O recrutador quer que a pessoa
demonstre interesse na empresa dele. Por isso, o ideal é o que o campo 'objetivo'
seja focado em uma área específica. Se o candidato é da área financeira, mas
quer tentar vagas de tesoureiro e analista,
é preciso fazer dois currículos diferentes", afirma Tortejada.
"Quanto mais abrangente forem as informações, maior é a impressão de que o
candidato não está focado", finaliza.
Fonte Economia - iG