A principal
habilidade de um profissional - em qualquer área - é a comunicação
Isso significa saber transmitir informações
com clareza para conduzir pessoas a tomarem decisões confiantes que a levarão a
atingir seus objetivos, inclusive o de simplesmente aprender coisas novas. Nesse
ponto, escrever é um bom exercício para organizar o pensamento.
Para um advogado não é diferente e, considerando
que a maior parte das nossas conversas acontecem ambientes virtuais, vou listar
algumas razões para você escrever melhor.
Porque juízes
apreciam objetividade
Há uma obsessão na
advocacia por textos prolixos, cheios de palavras complicadas e expressões
longas que fazem parte do vocabulário da classe, mas que poderiam muito bem ser
substituídos pela simplicidade. Uma petição direta agrada os juízes, por
exemplo:
“Temos um volume
imenso de trabalho. Se a petição se tornar uma tese, perdemos a atenção. Tem de
haver a clareza do que está se pedindo, colocando somente o conteúdo
necessário”.
Essa é a opinião de uma juíza carioca. Não é
diferente de outras 5 opiniões que você pode encontrar neste artigo: Magistrados
dão dicas valiosas de como escrever petições iniciais.
Nada como atender às expectativas de quem
vai ler as nossas petições.
Porque seus colegas
e clientes esperam te entender
Hoje é comum lidarmos com pessoas que não
compartilham o espaço físico conosco. Trabalhamos com pessoas que estão a
quilômetros de distância e precisamos ser claros e objetivos nas nossas
interações.
Imagina só se você precisar descrever um
serviço para um correspondente jurídico, atribuir uma tarefa a um colaborador
que atua remotamente, ou até mesmo explicar a um potencial cliente o que ele
precisa fazer para fechar um contrato com você.
Essas ações podem ser feitas virtualmente, por
um software jurídico, e é aí que você vai precisar de todos os seus dons de
comunicação.
Porque uma boa
presença virtual exige clareza
Já falamos sobre isso em outro artigo, mas o
que você precisa entender é que as que advogados que produzem conteúdo na
internet são muito mais lembrados por aqueles que precisam de seus serviços.
Mas não é simplesmente escrever. É escrever
bem, ou seja, escrever algo que contribua realmente para o entendimento ou para
que alguém solucione uma questão. E só um texto claro consegue cumprir esse
objetivo.
A internet está cheia de textos jurídicos
confusos, verborrágicos e, desculpem a sinceridade, inúteis. Algumas dicas para
escrever melhor:
Comece pelo
principal: não espere chegar ao
final para mostrar o seu ponto. Comece deixando claro qual é o objetivo ou o
que você espera do interlocutor e então explique os detalhes.
Quanto menos
palavras melhor: seja econômico
ao escolher o que falar. Às vezes, dez palavras podem ser substituídas por três.
Faça um exercício de redução sempre que você terminar o seu texto.
Use voz ativa: na voz ativa “alguém faz alguma ação”, enquanto
na passiva “alguma ação foi feita por alguém”. Por exemplo: “Luiz escreveu a
petição” (ativa); “A petição foi escrita por Luiz” (passiva). Voz ativa é muito
mais clara e reduz o risco de confusões na compreensão da sentença.
Cada sentença é uma
ideia: Não tenha medo de separar
uma longa sentença - ou até mesmo um parágrafo - em trechos menores. Use pontos
finais em intervalos curtos em vez de separar longas sentenças com vírgulas. Dê
mais oportunidades para o leitor respirar e assimilar as ideias.
Evite sentenças
negativas: “sentenças negativas
não facilitam a compreensão”. Notou como essa sentença não ficou tão clara? Parece
que temos que pensar duas vezes para entender o que ela quis comunicar. Use
sentenças afirmativas. Esta frase ficaria melhor assim: “sentenças negativas
confundem o leitor” ou “dificultam a compreensão”.
Fonte Escritório Online