“Se você quer conhecer uma pessoa, dê poder
a ela”. A frase pode parecer clichê, mas não deixa de ser verdadeira. É comum
ouvir sobre pessoas que foram promovidas ou ganharam cargo importante em alguma
instituição (igreja, clube etc) e mudaram a maneira de lidar com os demais.
— Isso pode acontecer com algumas pessoas, principalmente
aquelas que têm uma baixa autoestima. Quando uma pessoa é afetada pelo poder, e
ele sobe à cabeça, a vaidade e a arrogância tomam a direção da situação para
camuflar uma autoestima muito baixa — explica a psicóloga e psicanalista Renata
Bento.
Para identificar se a sensação de poder fez
você perder a noção de seus limites, é preciso buscar autoconhecimento e
inteligência emocional. Se a mudança está ocorrendo com alguém próximo, é
importante observar o padrão de comportamento dessa pessoa.
— Algumas se comportam de maneira
autoritária por causa da pressão só num determinado dia. Devemos observar se o
sujeito está fazendo isso com frequência. Quem está à volta não pode aceitar a
agressão nem achar que este comportamento é normal — afirma Paula Emerick, neuropsicóloga
e fundadora da Solace Institute.
E quem acha que autoritarismo é uma
qualidade apreciada em um líder está bem enganado.
— Mais que qualificações técnicas, procuramos
profissionais que tenham habilidades sociais, pois pouco adianta o gestor saber
tudo da parte técnica e não conseguir estimular a equipe para que seus integrantes
mantenha-se motivados — pondera Vitor Mattoso, especialista em Gestão e
Liderança Criativa.
Às vezes, é preciso
mudar de postura
Quem assume um cargo de liderança, normalmente
precisa mudar alguns comportamentos, principalmente no ambiente de trabalho.
— Uma pessoa que ocupa cargo de chefia, passa
a ter um nível maior de cobrança. Ela não pode manter uma relação de muita
proximidade com os antigos companheiros de trabalho, porque muitas das
informações que possui agora não poderá mais compartilhar com eles. Até porque
é preciso um pouco de distanciamento para poder fazer uma avaliação mais neutra
do funcionário que você gere. Mas isso não significa passar a agir com soberba
e autoritarismo — finaliza José Daniel, professor de Psicologia da Faculdade
Arthur Sá Earp Neto (Fase).
Por Evelin Azevedo
Fonte Extra - O Globo Online