quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

É MELHOR VIAJAR COM DINHEIRO VIVO, CARTÃO DE CRÉDITO OU PRÉ-PAGO?

Vai viajar para o exterior? Entenda os prós e contras de cada meio de pagamento e saiba qual a melhor forma de levar dinheiro para você

Viagem para o exterior: Mesmo com IOF igual, cartão pré-pago pode ser mais barato que cartão de crédito

Além de planejar hospedagem, passeios, mala e por aí vai, quem tem viagem marcada para o exterior tem que decidir como levar o dinheiro. Moeda em espécie é, sem dúvida, a forma mais barata, mas cartões de crédito e cartões pré-pagos têm vantagens como praticidade e segurança. Como escolher?
Não existe uma receita única que sirva para todos os viajantes. Como acontece ao tomar várias outras decisões da viagem, você terá que definir se sua prioridade é economia ou comodidade. De qualquer forma, por segurança, é melhor levar pelo menos duas formas de pagamento para o exterior, em mais ou menos quantidade conforme a sua preferência e o destino: dinheiro vivo e um tipo de cartão.
“Levar só um meio de pagamento aumenta a dependência e o custo, conforme a modalidade que você escolher. Para diluir os riscos, escolha pelo menos duas alternativas e leve em conta qual delas é a mais bem-vinda no país para onde você vai”, sugere Álvaro Modernell, consultor da Mais Ativos Educação Financeira e autor do livro “Passaporte para viajar mai$: Como planejar viagens sem apertar o cinto fora do avião”.
Além de dinheiro em espécie, cartão de crédito e cartão pré-pago, se você viaja com muita frequência, pode valer a pena abrir uma conta no exterior e fazer remessas online. Confira aqui como fazer isso.
A seguir, veja os prós e contras dos meios de pagamento mais comuns e saiba escolher a melhor forma de levar dinheiro para a sua viagem:

Dinheiro em espécie
O dinheiro em espécie é o meio de pagamento mais barato, porque o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a compra de moeda estrangeira é de apenas 0,38%. O dinheiro vivo também é facilmente aceito em qualquer lugar e é o melhor meio de pagamento para quem tem dificuldade de controlar os gastos sem ver as notas saindo da carteira.
Porém, é arriscado viajar só com dinheiro em espécie, pois se o dinheiro for perdido, roubado ou furtado, não há como recuperá-lo. O risco aumenta em viagens longas, de mais de dez dias, em que é preciso carregar grandes quantidades de dinheiro.
Assim, se decidir viajar com a maior parte do dinheiro em espécie, tome algumas precauções. Carregue na carteira só a quantidade que você vai usar durante o dia. Carregue o resto com você, escondido na doleira, ou tranque o dinheiro na mala com cadeado ou no cofre do hotel. O importante é dividir o dinheiro entre vários lugares.
Para comprar a moeda, procure casas de câmbio ou bancos tradicionais autorizados, para não correr risco de comprar dinheiro falso. Evite casas de câmbio em aeroportos, que podem cobrar mais caro, e pesquise preços. Procure se informar sobre o valor total da operação, incluindo a taxa de câmbio, o IOF, a tarifa por operação cobrada pela casa de câmbio e o custo da entrega do dinheiro, se houver.
O economista e editor do site Melhores Destinos, Leonardo Cassol, recomenda dois sites para pesquisar taxas de câmbio: o Click Câmbio, que avisa quando a cotação do dólar e das principais moedas atingem o preço que você deseja comprar, por SMS ou e-mail; e o Melhor Câmbio, que reúne ofertas de diferentes casas de câmbio e permite que você faça lances.

Cartão de crédito
O cartão de crédito internacional é mais caro do que o dinheiro vivo, porque o IOF para a compra de moeda estrangeira no plástico é de 6,38%.
Além disso, o maior problema de usar o cartão de crédito para viajar é o longo período entre a data da compra e o vencimento da fatura. Uma eventual alta da moeda estrangeira pode causar grande impacto negativo no bolso do viajante, que pode acabar gastando mais do que planejava inicialmente.
Por isso, alguns especialistas indicam que você leve o cartão de crédito para ter uma liberdade maior para gastar durante a viagem, mas só use o plástico quando necessário: para ter margem para um mimo inesperado ou para usar em uma emergência.
“É importante poder contar com o cartão de crédito, mas, em ano eleitoral, em que o Lula pode ser preso durante a viagem, o dólar está ainda mais imprevisível e o cartão de crédito pode trazer dívidas em vez de boas recordações”, orienta Modernell.
Outros especialistas, porém, dizem que, para quem estiver disposto a encarar o risco do câmbio subir até o fechamento da fatura, o cartão de crédito pode funcionar como principal meio de pagamento da viagem.
“Cartões que permitem acumular muitas milhas e que oferecem serviços extras para viajantes, como seguro bagagem, podem ser vantajosos”, diz Cassol.
Outra vantagem do cartão de crédito é a segurança. O plástico pode ser cancelado em caso de perda, roubo ou furto. Se for usá-lo, lembre-se de desbloqueá-lo para compras no exterior antes de viajar.
Alguns cartões de crédito internacionais permitem travar a cotação da moeda estrangeira com o valor do dia da compra, não com o da data do fechamento da fatura. Se essa opção for possível no seu cartão, aproveite, pois reduz o risco de ter surpresas negativas com a alta do câmbio.

Cartão pré-pago
O cartão pré-pago para viajar pode ser tão caro quanto o cartão de crédito internacional, porque o IOF para a compra de moeda estrangeira no plástico também é de 6,38%.
No entanto, diferente do cartão de crédito, no cartão pré-pago, o cliente trava a cotação da moeda no dia em que recarrega o cartão. Além disso, algumas casas de câmbio aceitam negociar a cotação da taxa na hora da compra da moeda estrangeira, reduzindo o peso do imposto.
“É mais fácil conseguir uma taxa de câmbio melhor em um cartão pré-pago em uma casa de câmbio do que no cartão do crédito do banco, porque o spread, ou seja, a diferença entre a taxa de câmbio comercial e a taxa de câmbio turismo, é menor. As casas especializadas são mais sensíveis a preço”, explica Stefano Milo, co-fundador da BeeTech, dona da BeeCâmbio e da Remessa Online.
O cartão pré-pago também facilita o controle financeiro durante a viagem, pois é o cliente que define o valor a ser recarregado pela internet e o plástico permite o acompanhar o extrato online. Se necessário, o cartão pré-pago possibilita saques em moeda local, mas pode cobrar uma taxa por isso.
“O cartão pré-pago dá mais trabalho do que o cartão de crédito antes da viagem, porque o cliente precisa contratá-lo e recarregá-lo. Mas durante e depois da viagem, ele é mais seguro e mais barato”, diz Milo.
Há cartões disponíveis para diversas moedas do mundo e também existem cartões multimoedas, que permitem levar várias moedas para viajar por diferentes países.
Tanto para adquirir papel-moeda como para recarregar cartão pré-pago, se possível, compre moeda aos poucos, para diluir o risco da variação cambial.

Por Júlia Lewgoy
Fonte Exame.com