Vai viajar para o exterior? Entenda os prós e contras
de cada meio de pagamento e saiba qual a melhor forma de levar dinheiro para
você
Além
de planejar hospedagem, passeios, mala e por aí vai, quem tem viagem marcada
para o exterior tem que decidir como levar o dinheiro. Moeda em espécie é, sem
dúvida, a forma mais barata, mas cartões de crédito e cartões pré-pagos têm
vantagens como praticidade e segurança. Como escolher?
Não
existe uma receita única que sirva para todos os viajantes. Como acontece ao
tomar várias outras decisões da viagem, você terá que definir se sua prioridade
é economia ou comodidade. De qualquer forma, por segurança, é melhor levar pelo
menos duas formas de pagamento para o exterior, em mais ou menos quantidade
conforme a sua preferência e o destino: dinheiro vivo e um tipo de cartão.
“Levar
só um meio de pagamento aumenta a dependência e o custo, conforme a modalidade
que você escolher. Para diluir os riscos, escolha pelo menos duas alternativas
e leve em conta qual delas é a mais bem-vinda no país para onde você vai”,
sugere Álvaro Modernell, consultor da Mais Ativos Educação Financeira e autor
do livro “Passaporte para viajar mai$: Como planejar viagens sem apertar o
cinto fora do avião”.
Além
de dinheiro em espécie, cartão de crédito e cartão pré-pago, se você viaja com
muita frequência, pode valer a pena abrir uma conta no exterior e fazer
remessas online. Confira aqui como fazer isso.
A
seguir, veja os prós e contras dos meios de pagamento mais comuns e saiba
escolher a melhor forma de levar dinheiro para a sua viagem:
Dinheiro em espécie
O
dinheiro em espécie é o meio de pagamento mais barato, porque o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) para a compra de moeda estrangeira é de apenas
0,38%. O dinheiro vivo também é facilmente aceito em qualquer lugar e é o
melhor meio de pagamento para quem tem dificuldade de controlar os gastos sem
ver as notas saindo da carteira.
Porém,
é arriscado viajar só com dinheiro em espécie, pois se o dinheiro for perdido,
roubado ou furtado, não há como recuperá-lo. O risco aumenta em viagens longas,
de mais de dez dias, em que é preciso carregar grandes quantidades de dinheiro.
Assim,
se decidir viajar com a maior parte do dinheiro em espécie, tome algumas precauções.
Carregue na carteira só a quantidade que você vai usar durante o dia. Carregue
o resto com você, escondido na doleira, ou tranque o dinheiro na mala com
cadeado ou no cofre do hotel. O importante é dividir o dinheiro entre vários
lugares.
Para
comprar a moeda, procure casas de câmbio ou bancos tradicionais autorizados,
para não correr risco de comprar dinheiro falso. Evite casas de câmbio em
aeroportos, que podem cobrar mais caro, e pesquise preços. Procure se informar
sobre o valor total da operação, incluindo a taxa de câmbio, o IOF, a tarifa
por operação cobrada pela casa de câmbio e o custo da entrega do dinheiro, se
houver.
O
economista e editor do site Melhores Destinos, Leonardo Cassol, recomenda dois
sites para pesquisar taxas de câmbio: o Click Câmbio, que avisa quando a
cotação do dólar e das principais moedas atingem o preço que você deseja
comprar, por SMS ou e-mail; e o Melhor Câmbio, que reúne ofertas de diferentes
casas de câmbio e permite que você faça lances.
Cartão de crédito
O
cartão de crédito internacional é mais caro do que o dinheiro vivo, porque o
IOF para a compra de moeda estrangeira no plástico é de 6,38%.
Além
disso, o maior problema de usar o cartão de crédito para viajar é o longo
período entre a data da compra e o vencimento da fatura. Uma eventual alta da
moeda estrangeira pode causar grande impacto negativo no bolso do viajante, que
pode acabar gastando mais do que planejava inicialmente.
Por
isso, alguns especialistas indicam que você leve o cartão de crédito para ter
uma liberdade maior para gastar durante a viagem, mas só use o plástico quando
necessário: para ter margem para um mimo inesperado ou para usar em uma
emergência.
“É
importante poder contar com o cartão de crédito, mas, em ano eleitoral, em que
o Lula pode ser preso durante a viagem, o dólar está ainda mais imprevisível e
o cartão de crédito pode trazer dívidas em vez de boas recordações”, orienta
Modernell.
Outros
especialistas, porém, dizem que, para quem estiver disposto a encarar o risco
do câmbio subir até o fechamento da fatura, o cartão de crédito pode funcionar
como principal meio de pagamento da viagem.
“Cartões
que permitem acumular muitas milhas e que oferecem serviços extras para
viajantes, como seguro bagagem, podem ser vantajosos”, diz Cassol.
Outra
vantagem do cartão de crédito é a segurança. O plástico pode ser cancelado em
caso de perda, roubo ou furto. Se for usá-lo, lembre-se de desbloqueá-lo para
compras no exterior antes de viajar.
Alguns
cartões de crédito internacionais permitem travar a cotação da moeda
estrangeira com o valor do dia da compra, não com o da data do fechamento da
fatura. Se essa opção for possível no seu cartão, aproveite, pois reduz o risco
de ter surpresas negativas com a alta do câmbio.
Cartão pré-pago
O
cartão pré-pago para viajar pode ser tão caro quanto o cartão de crédito
internacional, porque o IOF para a compra de moeda estrangeira no plástico
também é de 6,38%.
No
entanto, diferente do cartão de crédito, no cartão pré-pago, o cliente trava a
cotação da moeda no dia em que recarrega o cartão. Além disso, algumas casas de
câmbio aceitam negociar a cotação da taxa na hora da compra da moeda
estrangeira, reduzindo o peso do imposto.
“É
mais fácil conseguir uma taxa de câmbio melhor em um cartão pré-pago em uma
casa de câmbio do que no cartão do crédito do banco, porque o spread, ou seja,
a diferença entre a taxa de câmbio comercial e a taxa de câmbio turismo, é
menor. As casas especializadas são mais sensíveis a preço”, explica Stefano
Milo, co-fundador da BeeTech, dona da BeeCâmbio e da Remessa Online.
O
cartão pré-pago também facilita o controle financeiro durante a viagem, pois é
o cliente que define o valor a ser recarregado pela internet e o plástico
permite o acompanhar o extrato online. Se necessário, o cartão pré-pago
possibilita saques em moeda local, mas pode cobrar uma taxa por isso.
“O
cartão pré-pago dá mais trabalho do que o cartão de crédito antes da viagem,
porque o cliente precisa contratá-lo e recarregá-lo. Mas durante e depois da
viagem, ele é mais seguro e mais barato”, diz Milo.
Há
cartões disponíveis para diversas moedas do mundo e também existem cartões
multimoedas, que permitem levar várias moedas para viajar por diferentes
países.
Tanto
para adquirir papel-moeda como para recarregar cartão pré-pago, se possível,
compre moeda aos poucos, para diluir o risco da variação cambial.
Por
Júlia Lewgoy
Fonte
Exame.com