A maneira como o concurseiro reage à divulgação da
concorrência, do gabarito e do resultado final pode influenciar diretamente o
rendimento na seleção
Três
momentos são divisores de águas na vida dos concurseiros: as divulgações da
concorrência da seleção, do gabarito das provas e do resultado final do
concurso. Saber como agir diante deles é essencial para assegurar o controle
emocional durante a reta final de estudos e também para concorrer em outro
processo seletivo, em caso de reprovação. O professor de direito penal do IMP
Concursos Carlos Alfama e o especialista em comportamento Bruno Fracalossi, do
Ponto dos Concursos, orientam os concurseiros a não se desesperar nessas
situações e dão dicas sobre como agir em cada um desses momentos.
Concorrência monstro
Para
o professor Carlos Alfama, a divulgação do número de concorrentes desestimula
muita gente, mas o melhor é usá-la como motivação para aumentar o nível de
estudo. Segundo ele, a forma de encarar o volume da concorrência é decisiva e
pode representar uma aprovação ou uma reprovação. “Posso afirmar isso por
experiência própria. Fiz uma prova de concurso e quando saiu a concorrência, eu
praticamente parei de estudar, deixei de acreditar que a minha aprovação seria
possível. Quando o resultado foi divulgado vi que fiquei de fora por apenas
duas posições. Se não tivesse me abalado, poderia ter conquistado a vaga”.
Bruno
Fracalossi lembra que o exemplo mais recente para essa situação é a
concorrência para o concurso do INSS, que teve mais de um milhão de inscritos.
“Cerca de 10% a 15% do total de candidatos inscritos fazem realmente o dever de
casa, ou seja, estudam com foco, dedicação e método adequado. O restante está
lá por motivos diversos, como treinamento, ‘oba-oba’, cobrança de parentes etc.
Eles não são concorrentes em potencial para quem estuda direito”, aponta.
Gabarito
De
acordo com o professor Alfama, quando o gabarito é divulgado o candidato já fez
tudo o que podia ser feito. “Nesse momento é melhor esquecer, buscar algo que
dê prazer e esperar. Pode ser que a nota de corte mude. Se couber recurso,
também vale a pena procurar um profissional para tentar reverter a situação”,
aconselha.
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“Sem
chão. É assim que ficamos após corrigirmos um gabarito ruim. Um fator como
esse, que você não consegue influenciar, deve ter menor proporção nesse
momento. No meu caso, posso dizer que nunca fiquei mais do que uma semana
desanimado. Sempre me levantei rapidamente e voltei ao ritmo. Quase sempre as
coisas ruins têm um motivo para acontecer. A grande diferença entre aqueles que
conseguem realizar os seus sonhos daqueles que não conseguem é o fato de
conseguir superar a decepção rapidamente”, incentiva Bruno.
Resultado final
Alfama
entende que diante de uma reprovação, o pensamento deve envolver a idéia de que
é uma situação que acontece com todo mundo. “A reprovação também pode
representar um passo mais perto da aprovação, pois o estudo não é desperdiçado
e sim acumulado”.
Para
o coach Fracalossi, são poucos os concurseiros que nunca foram reprovados em
seleções e que ser reprovado faz parte do processo natural de estudo para
concursos. “Os maiores vencedores, em todas as atividades e ramos, já sofreram
tombos anteriores. A maioria dos grandes empresários já falhou inúmeras vezes
até atingir o sucesso. Se houver a reprovação, tire constatações do que você
fez de errado, e não cometa os mesmos erros. O que eu afirmo, com toda certeza,
é que aqueles que não ficam se lamentando por não terem conseguido a aprovação
serão os primeiros colocados nos próximos certames”.
Por
Kléber Sales
Fonte
Correio Web