Tesouro Direto e previdência privada são alternativas
para quem pode dispor de R$ 30 a R$ 100 por mês
Em
tempos de crise econômica especialistas financeiros recomendam muita cautela
para quem tem alguma folga no orçamento e pensa em aplicar esse dinheiro. O
trabalhador que conseguiu alguma “sobra de caixa” e pretende investir no longo
prazo pode diversificar e sair da tradicional caderneta de poupança, que tem
oferecido retorno baixo. A orientação é de Ronaldo Guimarães, sócio do Banco
Modal. De acordo com ele, fundos de renda fixa são boas opções para quem pode
dispor de R$ 30 a R$ 100 por mês.
“O
pequeno investidor precisa avaliar outras formas de aplicar o que sobra para
sair da baixa rentabilidade da poupança”, ensina o especialista. A caderneta de
poupança, que é isenta de Imposto de Renda, pode ser trocada por títulos do
Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito do
Agronegócio (LCA) e até em Letra de Crédito Imobiliário (LCI), tudo depende de
quanto terá para investir.
Mas,
o executivo adianta que qualquer investimento tem que ser feito, de acordo com
o perfil da pessoa. É preciso saber também qual a finalidade da aplicação, como
a compra de um imóvel ou um carro, por exemplo.
Segundo
ele, neste caso uma boa alternativa é Tesouro Direto, programa de compra de
títulos públicos que está atrelado à taxa básica de juros, a Selic.
Há
a possibilidade de garantir aposentadoria mais tranquila e optar por planos de
previdência privada, se o trabalhador estiver pensando em um prazo maior para
poupar. Existem dois tipos de planos: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)
e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
O
primeiro é recomendado para quem tem renda mais alta. O valor pago pode ser
abatido no Imposto de Renda. Já a segunda opção não pode e é indicado para
pessoas com renda menor e que, por isso, usam formulários simplificados ou
isentas.
RENTABILIDADE
TEM QUE SER AVALIADA
No Tesouro Direto, rendimento independente do valor
aplicado
Para
o consultor financeiro Alexandre Prado, o Tesouro Direto é um dos investimentos
mais democráticos que existem por atender a todos os tipos de investidores e
pagar os mesmos rendimentos independente do valor aplicado.
“Quem
tem R$ 100 vai receber o mesmo percentual de retorno de quem aplicou R$ 100 mil
ou R$ 1 milhão”, diz. É possível comprar 1% do preço unitário de um título com
valor de aplicação de R$ 30. Isso faz do Tesouro Direto uma boa oportunidade
para investidores que dispõem de pequenas quantias, principalmente em momentos
em que a taxa de juros está elevada. “Assim, o pequeno investidor consegue
formar uma poupança de longo prazo”, explica.
Atenção:
são cobrados impostos com os ganhos desses títulos. O Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) é pago apenas quando o prazo da aplicação for inferior a 30
dias. Já o Imposto de Renda é sempre obrigatório e sua alíquota é dividida em
quatro faixas: 22,5% do lucro para investimentos até 180 dias; 20% para 181 a 360
dias; 17,5% para 361 a 720 dias e 15% para investimentos de 721 dias ou mais.
Quem
puder guardar R$ 200 por mês, por exemplo, é recomendável uma aplicação que não
tenha despesas com manutenção de conta. Uma alternativa seria, depois de juntar
R$ 1 mil migrar para outros produtos que oferecem retornos financeiros com a
mesma facilidade de aplicação e resgate que a poupança.
O
CDB pode ser uma boa alternativa à poupança, principalmente pelo baixo risco. E
tem a mesma segurança que a poupança. Os dois contam com a garantia do Fundo
Garantidor de Crédito (FGC), que paga até R$ 250 mil para o investidor se o
banco quebrar, e o retorno chega a ser o dobro da caderneta. Alguns bancos
exigem aportes de milhares de reais para a LCA e LCI, outros nem oferecem esta opção
de investimento. Já outros oferecem as letras com aportes mínimos de R$ 1.
Estas aplicações contam com a garantia do FGC.
Por
Martha Imenes
Fonte
O Dia Online