No
tapete, no sofá, no cobertor, nas roupas, por todos os cantos. Quem tem gato
precisa aprender a conviver com os pelos que eles soltam naturalmente, um
fenômeno que tende a se intensificar nos meses de calor.
A
troca de pelos é um processo natural. Trata-se de um mecanismo de renovação que
ocorre também na nossa pele: células antigas são substituídas por novas. A
diferença é que os pelos são mais visíveis. E, nos meses de calor, é normal
haver mais queda do que reposição, como uma forma de diminuir a temperatura
corporal.
Em
alguns casos, contudo, pode haver alguma doença acentuando o processo. Quando
isso ocorre, geralmente surgem falhas na pelagem (áreas alopécicas).
Segundo
a veterinária especializada em felinos Laila Massad Ribas, os donos que
suspeitam que a queda é excessiva devem procurar por outros sintomas, que
sinalizem alguma enfermidade. Além das falhas, feridas e coceira em excesso
podem ser sinais de que algo está errado. Fungos causadores de micoses, pulga,
sarna e infecções por bactérias (que geralmente começam com uma picada ou com
um pequeno machucado) costumam ser causas recorrentes para quedas além do
normal.
Outra
preocupação é com o acúmulo de pelo no sistema digestivo. "Os gatos se
lambem muito e acabam engolindo. Só que alguns não conseguem regurgitar e
aquilo tudo se deposita no estômago. Pode causar desconforto e, em casos mais
raros, é preciso fazer uma intervenção cirúrgica para retirar", explica
Laila.
A
prevenção é simples: escovação. Para gatos com pelos longos (que chegam a seis
centímetros), o ideal é que ela ocorra diariamente. Para bichanos de pelo
curto, duas a três vezes por semana já são o bastante.
Nos
casos dos pets mais arredios, que não sejam grandes fãs desse processo, a dica
é começar aos poucos. "O ideal é escolher um lugar alto, com algum pano,
almofada ou algo que agrade o felino. Vale também oferecer petiscos para
associar esse local a momentos de prazer", diz Laila.
Outra
dica da veterinária é plantar um pouco de grama para gatos no jardim ou num
vasinho. A maioria dos bichanos comerá as plantas naturalmente, e isso ajuda a
limpar o emaranhado de pelos do sistema digestivo. Aqui, vale um cuidado a
mais: a planta deve ser constantemente podada para não passar de um palmo de
altura.
Quanto
aos humanos, os pelos não causam maiores contratempos. Os únicos que devem
ficar alertas são os portadores de alergia. Provocada pela proteína fel-d1,
contida na saliva do animal, ela pode levar a reações como asma, coceira e
inchaço nas mãos ou nos olhos. Nesses casos, a melhor saída é mesmo procurar
outro bichinho de estimação.
Por
Tomás Chiaverini
Fonte
Folha S. Paulo Online