De
acordo com o Dicionário Michaelis, corrupção é a “ação ou efeito de corromper”,
também descrita por palavras como decomposição, putrefação, depravação,
desmoralização, devassidão, sedução e suborno.
A
corrupção é o assunto favorito de discussões: seja em casa, no trabalho ou na
mesa do bar, na hora de falar sobre isso todo mundo tem opinião - e, claro, os
políticos são sempre os corruptos e culpados pela bagunça toda. A pesquisa
Barômetro da Corrupção Global de 2014 confirma crise
de confiança nos líderes em que os partidos políticos e seus representantes são extremamente corruptos.
Um
ranking realizado pela Transparência Internacional em 2015 mostra que entre 175
países com corrupção, o Brasil ficou em 76ª –, ou seja, o
Brasil piorou tanto sua posição quanto sua nota. Foi o pior resultado de uma
nação no relatório 2015 comparando com o ano anterior.
A
questão é: ocorre corrupção na política? Ocorre. Mas como mostra a definição do
Michaelis, a ação não se restringe a congressos e prefeituras. Nós, como
sociedade, também podemos ser corruptos.
A
pesquisa da Transparência Internacional mostra que 81% dos brasileiros
acreditam que pessoas ordinárias podem ajudar e têm influência na luta contra a
corrupção.
Separamos
sete atitudes que têm que ser repensadas antes de reclamarmos da corrupção.
Afinal, as pessoas que fazem política um dia já foram gente como a gente, não é
mesmo?
Não vale:
Puxar a televisão a cabo do vizinho
Legalmente
a prática é considerada tanto “delito de furto” quanto “crime de estelionato”.
Dados da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura mostram que dos 19,6
milhões de assinantes do serviço, 4,1 milhões possuem conexões clandestinas. As
fraudes não geram empregos e nem recolhem impostos e as autoridades dos estados
brasileiros estão cada vez mais de olho nesse tipo de crime.
Fraudar o imposto de renda para pagar menos imposto
E
depois reclamar que falta isso e aquilo no país, falar que na Inglaterra a
televisão pública é incrível e no Brasil é sucateada. Segundo a Secretaria da
Receita Federal, só em 2013 cerca de 25 mil pessoas foram identificadas com
fraude de pensão alimentícia. Isso corresponde a um valor de R$ 375 milhões.
Jogar
lixo irregularmente.
Para
depois reclamar dos esgotos. Claro que esse serviço poderia melhorar para a
sociedade, mas ainda assim, de acordo com dados do Instituto Trata Brasil,
“mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, despejam
esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis”.
Reclamar do número de acidentes de carro, mas beber e
depois dirigir
Segundo
a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2015, um quarto dos brasileiros dirige
após ter ingerido bebidas alcoólicas. As consequências podem ser terríveis: só
em 2014, foram registradas mais de 172 mil internações relacionadas a acidentes
de trânsito e uma média de R$ 60 milhões é gasta anualmente com pessoas
dependentes do álcool.
Pegar um atestado médico só para faltar no trabalho
A
criação de um atestado médico falso constitui em um crime. O artigo 302 do
Código Penal Brasileiro prevê detenção de um mês a um ano para os profissionais
em questão.
Viajar pela empresa e fraudar as notas fiscais para
ficar com mais dinheiro
A
prática é um crime previsto pelo artigo 1º da lei nº 8.137, cuja pena é uma
reclusão de dois a cinco anos com direito a multa.
Fingir que está dormindo quando entra um idoso no
ônibus
Podemos
simplesmente concordar que essa é uma falta de educação universal? De qualquer
forma, vale lembrar que a sociedade brasileira tem cada vez mais idosos, número
que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve
quadruplicar até 2060. Ou seja, um dia você pode ser um desses idosos. De pé.
No ônibus lotado. Reflita.
Fonte
Revista Galileu