Networking: para ter resultado, você precisa se
debruçar sobre a "psicologia" do networking, sugere especialista
No
delicado mundo do networking, perceber as sutilezas e nuances pode ser o
segredo para o seu sucesso.
A
regra mais elementar do processo, diz a coach Marie-Josette Brauer, é cuidar da
sua rede de contatos de forma constante - não só em momentos de necessidade.
No
entanto, aplicar esse princípio não basta.
Para
ter resultados consistentes, você precisará se debruçar um pouco sobre a
“psicologia” do networking, sugere Fabrício Barbirato, diretor executivo do
IDCE (Instituto de Desenvolvimento de Conteúdo para Executivos).
De
acordo com o especialista, é importante prestar atenção aos códigos culturais e
comportamentais implícitos em uma relação profissional.
Assumir
um tom levemente apreensivo em um email, por exemplo, pode transmitir ao outro
mensagens que você sequer imagina.
O
risco de passar o recado errado é maior no caso do brasileiro. “Ao contrário
dos americanos, somos pouco habituados ao networking”, diz Barbirato. “Essa
falta de prática muitas vezes se transforma em ruídos e mal-entendidos”.
A
seguir, você verá 4 detalhes sutis que você deve considerar antes de marcar o
próximo café com um colega de profissão:
1. Mostrar ansiedade é fatal
A
verdade é dura: ninguém gosta de quem parece desesperado por uma recolocação. O
brasileiro, como outros povos latinos, tende a desvalorizar quem demonstra
insegurança.
Por
isso, diz Barbirato, se você mandou um email para um contato há poucos dias e
ainda não obteve resposta, pense duas vezes antes de reencaminhar a mensagem.
O
melhor a fazer é respirar fundo. “Ainda que você esteja ansioso, a sua postura
deve ser sempre tranquila, paciente, confiante”, aconselha o especialista.
2. “Dar emprego” não é favor
Barbirato
também destaca um detalhe conceitual que tem um impacto profundo sobre a sua
relação com pares. Fazer networking não é pedir favor - é estabelecer uma
relação que beneficia todas as partes envolvidas.
“Ninguém
ofereceria uma vaga para você se também não tivesse interesse no que você pode
entregar para a empresa”, afirma. Por isso, em vez de agir como se procurasse
ajuda, ofereça trocas.
Essa
pequena mudança de mentalidade pode operar grandes mudanças. Consciente do seu
valor para a outra parte, você saberá se “vender” de forma mais confiante e
eficiente.
3. Humildade é o segredo de quem cativa
Na
tentativa de impressionar a outra pessoa, você pode esquecer um princípio
fundamental do networking: ser modesto faz os outros gostarem de você.
“Em
vez de dizer ‘fiz doutorado em Harvard’, comece o papo contando que fez
pós-graduação nos Estados Unidos, e deixe a pessoa ir descobrindo aos poucos os
detalhes”, recomenda a coach Marie-Josette Brauer.
Também
é importante valorizar o outro. Quando receber um cartão de visitas, por
exemplo, não o guarde automaticamente no bolso. Pare, leia e faça perguntas que
revelem interesse genuíno pelas suas realizações.
4. Networking não deve ser feito a qualquer hora - nem
com qualquer um
Segundo
Barbirato, é comum que os mais desavisados ignorem aspectos sutis da etiqueta
do networking.
Não
é bem visto se relacionar de forma muito ostensiva com profissionais do mesmo
segmento da sua empresa, por exemplo, já que vocês são concorrentes em
potencial.
Outro
cuidado tem a ver com o momento. Enquanto você não completar um ano no seu novo
emprego, é mais elegante desacelerar o networking. “Pode parecer que você é um
profissional volúvel, que mal aterrissou na empresa e já está de olho em outra
oportunidade”, diz o especialista.
Por
Claudia Gasparini
Fonte
Exame.com