Dinâmica: a atividade em grupo serve para avaliar
aquilo que não pode ser ensaiado antes pelo candidato
Na
cabeça de muita gente, dinâmicas de grupo são sinônimo de constrangimento, pânico
ou simplesmente perda de tempo.
Para
Eduardo Ferraz, consultor especializado no assunto pela SBDG (Sociedade
Brasileira de Dinâmica dos Grupos), é comum que as pessoas
"satanizem" essa ferramenta do recrutamento por causa de más
experiências.
“Muita
gente diz que dinâmica é uma bobagem. Se for mal feita, realmente não passa de
uma grande bobagem mesmo”, diz ele.
Dinâmicas
bem conduzidas, no entanto, podem ser uma ferramenta preciosa para empregadores
- e também para candidatos. Isso porque elas servem para revelar quem é o
profissional de verdade.
“A
dinâmica é basicamente um instrumento para medir compatibilidade, o que é bom
para os dois lados”, explica Ferraz.
Já
que a ideia é verificar se você e o seu empregador "combinam", a
sinceridade é sempre o melhor caminho. "Fingir ser outra pessoa na
dinâmica é o erro mais grave que um candidato pode cometer", diz Caroline
Badra, consultora da Asap Recruiters.
Veja
abaixo 7 perguntas sobre o tema respondidas pelos dois especialistas ouvidos
por EXAME.com:
1. Dá para se preparar para uma dinâmica de grupo?
Não
exatamente. A dinâmica serve justamente para avaliar aquilo que não pode ser
ensaiado antes. Por isso, não há nenhuma preparação específica para a
atividade. “O candidato deve se preparar apenas para agir naturalmente e ser
ele mesmo”, diz Ferraz.
2. O que se costuma avaliar nessa fase do processo?
O
momento serve para avaliar a personalidade e as competências comportamentais do
candidato. Segundo Caroline, habilidades de relacionamento interpessoal,
criatividade, iniciativa, liderança e facilidade para se comunicar são alguns
exemplos do que os recrutadores costumam observar.
3. Como demonstrar liderança diante do grupo sem
parecer autoritário?
É
fundamental mostrar firmeza e segurança nas suas posições, de acordo com
Ferraz. Isso não significa, porém, que você tenha licença para desrespeitar o
outro. O conselho do consultor é que você demonstre energia para a discussão,
mas sem jamais perder o equilíbrio emocional.
4. Quais são os "pecados mortais" numa
dinâmica de grupo?
Para
Caroline, o maior perigo está no excesso. Ficar muito calado e retraído, por
exemplo, pode queimar a sua imagem - o que não é menos grave do que falar
demais. Ferraz diz que incoerência e agressividade também costumam
desclassificar candidatos.
5. Qual é a importância das roupas para a avaliação?
O
peso das roupas não é tão grande quanto se pensa, na visão de Ferraz. “Basta
ter bom senso e se vestir como se você estivesse indo trabalhar”, afirma. Outra
dica é pesquisar antes sobre a cultura da empresa e escolher suas roupas de
acordo com o código vigente.
6. É muito problemático demonstrar nervosismo?
Segundo
Ferraz, as emoções são naturais e ninguém será julgado ou desclassificado por
deixar transparecer sua tensão. O único cuidado necessário é não deixar os
nervos levarem à descompensação emocional. “Muita gente tensa acaba perdendo o
controle, gritando e até chorando na dinâmica, o que obviamente não pega nada
bem”, diz ele.
7. Existe um limite para a formalidade (ou
informalidade)?
Não
há uma fronteira clara, mas é preciso bom senso. Para Caroline, pessoas
informais demais podem parecer pouco profissionais, enquanto as mais formais
correm o risco de transmitir artificialidade. O conselho de Ferraz é que a sua
atitude se paute pela cultura da empresa. "É preciso captar a postura das
pessoas na dinâmica e se adaptar rapidamente”, diz o consultor.
Por
Claudia Gasparini
Fonte
Exame.com