Empresas usam
ferramentas de big data para saber mais sobre os segurados
Análise de dados: fotos
em redes sociais podem depor contra o segurado
Um dos grandes desafios das seguradoras é comprovar
a veracidade dos sinistros. Para ajudar nessa tarefa, algumas empresas já vêm
usando ferramentas de big data com o intuito de cruzar informações e, assim,
rastrear fraudes. “Em um acidente de carro, já é possível identificar se o
motorista tem algum nível de relacionamento não declarado com os demais
envolvidos ou se ele costuma apresentar comportamento imprudente”, diz Marco
Santos, diretor-geral da consultoria GFT no Brasil.
O big data ajuda as seguradoras a cruzar e
analisar informações, como o perfil do segurado em redes sociais e seus hábitos
de consumo, em poucos segundos. Com isso, elas descobrem, por exemplo, se o
cliente já se envolveu em acidentes parecidos no passado ou se os padrões de
reivindicação são repetidos. “Se o segurado postar uma imagem ingerindo bebidas
alcoólicas momentos antes do acidente, isso será detectado e levado em conta
pela seguradora”, diz Santos.
Esse exame faz
sentido?
Com mais milhões de acessos mensais em suas
redes, as seguradoras de automóveis e planos de saúde costumam usar o big data
para fazer correlações e entender, por exemplo, se determinada conta médica faz
sentido. As empresas também usam ferramentas de análise de dados para monitorar
os hábitos de saúde dos segurados e, assim, ajustar o preço das apólices com
base no risco de intervenções médicas. O mesmo padrão vem sendo adotado no
segmento de autos.
Seu cartão foi
bloqueado
Entre os bancos, o big data costuma ser
usado para monitorar pagamentos feitos com cartões de débito e crédito. “Com
base no volume do saque ou em compras que fogem do padrão do cliente, os bancos
podem bloquear a operação em tempo real”, diz Luciano Ramos, coordenador da
consultoria IDC para a área de software. “Eles se sentem incomodados num
primeiro momento, mas, rapidamente, entendem que se trata de uma ação
antifraude.”
As análises incluem perfil de compra, local
e frequência, mas também hábitos de consumo. “Os bancos têm como saber, com um
bom grau de acerto, o que o cliente gosta de consumir, quanto e onde gasta com
mais frequência”, diz Ramos.