A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico
de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso,
definido em livros médicos como "um estado de esgotamento físico e
mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".
A denominação vem do inglês "to burn
out" (queimar por completo), também chamada de síndrome do esgotamento
profissional; foi assim chamada pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger,
após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.
A dedicação exagerada à atividade
profissional é uma característica marcante da síndrome, mas não a única. O
desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase
importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade
de realização e sucesso profissional.
Sofre com o que tem início com satisfação e
prazer, mas que termina quando esse desempenho não é reconhecido.
Nesse estágio, a necessidade de se afirmar e
o desejo de realização profissional se transformam em obstinação e compulsão. O
paciente nesta busca sofre, além de problemas de ordem psicológicas, forte
desgaste físico, gerando fadiga e exaustão.
É uma patologia que atinge em maior número
membros da segurança pública, da saúde pública e da educação - segundo o
psicanalista estadunidense.
Os 12 estágios de
Burnout
1. Necessidade de se afirmar ou provar ser
sempre capaz;
2. Dedicação intensificada - com predominância
da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (é o chamado
imediatismo);
3. Descaso com as necessidades pessoais. Por
exemplo: comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
4. Recalque de conflitos: o portador percebe
que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as
manifestações físicas;
5. Reinterpretação dos valores - isolamento,
fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa,
amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
6. Negação de problemas - nessa fase os
outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho
abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos. Cinismo e agressão são os
sinais mais evidentes;
7. Recolhimento e aversão a reuniões (anti-socialização);
8. Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade
de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
9. Despersonalização (evitar o diálogo e dar
prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc);
10. Vazio interior e sensação de que tudo é complicado,
difícil e desgastante;
11. Depressão - marcas de indiferença,
desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
12. Finalmente, a síndrome do esgotamento
profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse
estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica tem que ser
prestadas com urgência.
Segundo o Dr. Jürgen Staedt, diretor da clínica
de psiquiatria e psicoterapia do complexo hospitalar Vivantes, em Berlim, parte
dos pacientes que o procuram com depressão são diagnosticados com a síndrome do
esgotamento profissional.
O professor de psicologia do comportamento
Manfred Schedlowski, do Instituto Superior de Tecnologia de Zurique, registra o
crescimento de ocorrência de Burnout em ambientes profissionais, apesar da
dificuldade de diferenciar a síndrome de outros males, pois ela se manifesta de
forma muito variada: "Uma pessoa apresenta dores estomacais crônicas,
outra reage com sinais depressivos; a terceira desenvolve um transtorno de
ansiedade de forma explícita", e acrescenta que já foram descritos mais de
130 sintomas do esgotamento profissional.
Burnout é geralmente desenvolvida como
resultado de um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito
pequenos para recuperação.
Pesquisadores parecem discordar sobre a
natureza desta síndrome. Enquanto diversos estudiosos defendem que Burnout
refere-se exclusivamente a uma síndrome relacionada à exaustão e ausência de
personalização no trabalho, outros percebem-na como um caso especial da depressão
clínica mais geral ou apenas uma forma de fadiga extrema - portanto omitindo o
componente de despersonalização.
(Com informações do Wikipédia e da redação
do Espaço Vital).
Fonte JusBrasil Notícias