O coach Homero Reis
cita os comportamentos que destroem a convivência no ambiente de trabalho
fazendo com que o bom relacionamento vá por água abaixo
Executivos
conversando: “Se eu não legitimo o outro, não o escuto e, se não o escuto, atuo
de forma sarcástica ou tirana em relação a ele”, diz Homero Reis.
“Hoje
o que determina a qualidade da vida profissional e o alcance de resultados não
são as competências técnicas e sim habilidades de relacionamentos”.
A afirmação vem do coach Homero Reis que, de
dois anos para cá, percebeu que a maioria das demandas recebidas pela sua
empresa de consultoria e cursos estava ligada a relacionamentos, sobretudo
aqueles que se dão dentro das organizações.
“Pessoas boas tecnicamente, mas com baixa
qualidade em seus relacionamentos não atingem resultados esperado”, diz Reis. Por
esse motivo, ele passou a oferecer um curso que ajuda as pessoas a
identificarem suas deficiências e desenvolverem uma gestão mais adequada dos
seus relacionamentos.
Mas o que atrapalha tanto as relações de
trabalho? Pedimos a ele que indicasse os motivos mais frequentes por que as
pessoas falham na hora de se relacionar com as outras nas organizações. Confira
os três comportamentos que mais destroem os relacionamentos profissionais:
1 Achar que sua
maneira de encarar a vida é a única possível
“Ah se todos fossem iguais a você”, cantou a
dupla Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Muita gente leva esse verso bem a sério,
só que trocando o “você” por “mim”.“Muitas pessoas não conseguem perceber que o
modo como veem a vida é apenas um modo, não é verdade absoluta”, diz Reis.
Quem cai nessa armadilha comportamental não
percebe como legítimo o jeito de ser do outro, que pode ser seu colega de
trabalho, subordinado ou chefe.Assim, vivem repetindo pra si e até para os
outros que o mundo seria melhor se as pessoas fossem iguais a elas.
2 Não escutar os
outros
“Se eu não legitimo o outro, não o escuto e,
se não o escuto, atuo de forma sarcástica ou tirana em relação a ele”, diz
Homero Reis.
Algumas pessoas, simplesmente, não escutam o
que os outros dizem. E estes péssimos ouvintes vão minando suas relações
profissionais, por mais geniais que sejam ou que se considerem.
3 Ser incapaz de
conversar sobre assuntos que o incomodam
Para onde você foge quando precisa falar
sobre temas que o incomodam no trabalho? Essa é uma das perguntas que Homero
Reis faz aos seus alunos do curso de gestão de relacionamentos.
“Nesse aspecto é preciso trabalhar competências
emocionais para que as pessoas entendam suas emoções para que sejam capazes de
conversar sobre o que as incomoda”, diz Reis.
Quantas vezes os defeitos gerenciais de um
chefe são postos à mesa do almoço pela equipe, sem que nunca reclamações
cheguem ao seu ouvido?
Queixas e mais queixas que não chegam ao
status de reclamação efetiva. Homero Reis faz a distinção entre os dois termos.
“Queixa é dizer o que pensa do chefe, reclamação é estruturar o raciocínio e o
discurso e ir conversar com ele para resolver a situação”, explica.
Ou seja, a reclamação só é possível em um
cenário de equilíbrio emocional. “Grande parte dos colaboradores reclama de
seus chefes não consegue construir reclamações efetivas”, diz Reis.
Conseguir elaborar uma reclamação efetiva não
é certeza de resolver o problema, segundo o especialista, mas, definitivamente,
o aproxima mais da solução, enquanto queixas o afastam cada vez mais.
Por Camila
Pati
Fonte Exame.com