quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SISTEMA ELÉTRICO PODE SOFRER NOVAS FALHAS. SAIBA COMO EVITAR PREJUÍZOS


Um dia após o apagão que atingiu as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país — afetando cerca de 880 mil clientes, somente no Rio —, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou, nesta quarta-feira, que vai exigir uma espécie de “padrão Fifa” das concessionárias que servirão às cidades-sede da Copa do Mundo.
As transmissoras têm até o próximo dia 26 para entregar seus planos de manutenção para garantir a qualidade do fornecimento durante o evento. Até lá, porém, o consumidor ainda deverá conviver com muitas horas no escuro. Especialistas em energia elétrica afirmam que o sistema de transmissão nacional está operando no limite e que novos cortes poderão ocorrer nas próximas semanas, principalmente por conta da falta de chuvas e do forte calor.
— É cedo para saber se haverá racionamento. Mas há risco de mais apagões — disse o diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, sobre a possibilidade de haver racionamento de energia, como em 2012.
Para Reinaldo Castro Souza, professor do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, a política do governo federal de estimular o consumo, ao conceder descontos de 18% nas tarifas, em janeiro do ano passado, é um dos motivos para a crise.
— O consumo está batendo recordes, e o país não investiu o suficiente para dar conta de tudo isso — explicou.
Um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostra que, em 2013, os clientes da Light ficaram sem luz mais do que o dobro do tempo limite estabelecido pela agência. Foram 18,55 horas no escuro, em média, para cada cliente, contra o limite de 9,07 horas. Na Ampla, foram 20,11 horas sem luz, no ano, para um máximo estabelecido de 12,67 horas.
De janeiro a novembro, a Light pagou cerca de R$ 33 milhões em multas, aos consumidores, como punição pela falta de abastecimento, enquanto a Ampla, cerca de R$ 10 milhões. As duas argumentaram que o problema tem sido agravado por fatores climáticos e pelo furto de energia.


Por Ana Paula Viana
Fonte Extra - O Globo Online