Brasileiros são os
que mais listam o que precisam fazer diariamente no expediente. Mas isso os
torna mais produtivos?
O hábito de colocar a vida em listas pode até
ser mais coerente com a cultura do lado norte do continente, mas, acredite se
quiser, segundo pesquisa recente do LinkedIn, os brasileiros são os que mais
administram o tempo no expediente em listas.
Segundo o levantamento divulgado pela rede
social profissional, 73% dos profissionais que atuam no país se valem deste método
para tornar a rotina de trabalho mais organizada. Mas até que ponto fazer
listas de tarefas diárias pode tornar você, realmente, mais produtivo?
“É importante diferenciar a ferramenta do método.
Não é porque faço uma lista de tarefa, que sou mais produtivo. A lista é uma
ferramenta, como o lápis também é”, afirma Christian Barbosa, da consultoria de
gestão de tempo Triad.
E ter um lápis, definitivamente, não faz de
você um escritor. Da mesma forma que “fazer lista não é planejar”, diz o
especialista. O problema, segundo ele, é que a maioria dos brasileiros utilizam
mal o recurso.
Confira os erros
mais comuns:
1. A lista foca
apenas no dia seguinte
Principal deslize na hora de colocar a vida
profissional em listas? Organizar apenas com foco no curto prazo. “As pessoas
listam o que têm que fazer apenas no dia seguinte”, diz Barbosa. “Você só pensa
hoje ou no amanhã. Com isso, não consegue se antecipar em nada”.
Como ser mais eficiente? Planeje, no mínimo,
os próximos três dias de trabalho. Dividir suas tarefas num prazo de tempo mais
longo permite uma agenda mais flexível e sujeita aos imprevistos típicos do seu
trabalho.
2. A lista é extensa
demais
Com base no comportamento dos usuários do
aplicativo Neotriad, desenvolvido pela companhia que preside, Barbosa afirma
que os brasileiros exageram na dose de tarefas diárias. “O brasileiro pensa que
é super-homem e ‘acha’ que dá para fazer a tarefa. Já o americano ‘faz’ o que dá”,
diz. “Neste ponto, o brasileiro é inconsequente”.
Como ser mais eficiente? Não atole sua
agenda de tarefas diárias. Ao contrário. Abra espaço para imprevistos. Se você trabalha
oito horas por dia, por exemplo, comprometa apenas de quatro a cinco horas.
3. A lista é subestimada
Por outro lado, apesar de se valer de listas
ao longo do expediente, muitos mantém também o hábito de abandoná-la conforme
as horas se passam. “A lista é até feita, mas não é acompanhada”, diz o
especialista. Então, por que fazer?
Como ser mais eficiente? Se você seguiu os
outros itens (ou seja, planejou até três dias e liberou espaço para o imponderável)
terá condições de sobra para, ao longo do dia, ampliar e revisar sua lista de
afazeres.
4. A lista não muda
ao longo do dia
E, neste ponto, caímos em outro erro sério
de quem usa listas de um jeito, digamos, pouco eficiente: mantê-la intacta
durante todo expediente. Sem mudanças – e não estamos falando de riscar as
tarefas já feitas. "Os usuários americanos do Neotriad costumam mudar a
lista ao longo do dia, reforçando as tarefas planejadas ou adicionando outras”,
diz.
Como ser mais eficiente? Anote todas as
tarefas que você precisa fazer ao longo do dia – mesmo as imprevistas.
5. A lista não é o único
recurso
“Tem gente que usa post-it, envia e-mail
para si próprio e ainda faz a lista. Ou seja, a lista é apenas parte dos
afazeres”, afirma o especialista. O problema com esta prática? Além da
desorganização típica, você nunca terá uma visão do todo.
Como ser mais eficiente? Se seu método
preferido é fazer listas. Siga apenas este recurso e ponto. E em um único lugar.
Nada de usar o Google Tarefas, a agenda convencional e outros aplicativos para
anotar suas tarefas. “Para funcionar, tem que ter uma central”, diz Barbosa.
Por Talita Abrantes
Fonte Exame.com