Avalie o usado
Para
fazer bom negócio no mercado de usados, é preciso fazer uma boa avaliação do
carro. Como o mercado está aquecido, há até consultores especializados em
avaliar automóveis (serviço pago).
Dá para perceber que o carro está muito rodado?
Sim.
Nem sempre dá para confiar no hodômetro (instrumento que mede a distância
percorrida pelo carro), pois ele pode ter sido adulterado.
Alguns indícios de que o carro já rodou bastante:
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Manopla
de câmbio e volante lisos;
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Pedal
do freio desgastado indica que ele passou dos 70.000 km;
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Marcas
irregulares de desgaste nos pneus, que podem significar falta de alinhamento e
problemas na suspensão;
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Balance
o carro segurando o pára-choque e depois solte. Se ele continuar se mexendo, é
sinal de que os amortecedores estão gastos
Como saber se o motor está bom?
Algumas dicas
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Procure
vazamentos de óleo (motor muito limpo pode ter sido lavado);
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Verifique
as juntas do cabeçote: elas não podem estar muito limpas (indica que foram
lavadas para esconder vazamento) nem sujas de óleo (indício de vazamento).
Marcas e manchas de óleo no contorno mostram que foram reapertadas e podem
estar empenadas;
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Se o
carro demorar a pegar, os bicos injetores estão sujos;
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Óleo
muito escuro e abaixo do nível também são sinais de que o proprietário é
desleixado;
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Fumaça
branca ou azul saindo do escapamento indica que o veículo está queimando óleo.
Como avaliar o aspecto externo de um usado?
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Pintura
recente e ondulações são sinais de que o carro foi batido;
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Verifique
o vão entre partes (como capô, grade ou pára-choque); se ele for grande, as
peças foram trocadas;
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Repare
se há ondulações nas paredes do cofre do motor; elas indicam que o carro pode
ter sido batido (pintura nova nas áreas próximas é outro indício de batida);
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Parafusos
de outra cor em chapas e peças da carroceria também indicam reparos;
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Cheque
se as portas estão desalinhadas;
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Marcas
de ferramenta e arranhões em peças como faróis e lanternas revelam se elas já
foram trocadas;
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Procure
pontos de solda além dos originais de fábrica
Que reparos vale a pena fazer antes de vender?
Carro
com cara de bem tratado é mais bem avaliado. Riscos na lataria ou lanterna
trincada, por exemplo, depreciam o valor do carro na revenda mais do que o
custo do reparo.
É
comum o comprador abater R$ 500 no valor do carro para refazer a pintura um
defeito que pode ser eliminado com uma cristalização, que custa, em média, R$
80.
Uma
simples troca do reservatório de água, que geralmente suja, dá um aspecto de
boa manutenção ao abrir o capô do carro. Vazamentos de óleo também causam má
impressão e espantam compradores.
Alguns reparos simples que valem a pena são:
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Troque
os vidros trincados;
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Substitua
o insulfilm desbotado;
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Troque
bancos rasgados;
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Encape
o volante;
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Substitua
a borracha dos pedais;
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Verifique
o óleo;
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Faça
uma higienização interna;
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Lave e
encere antes de mostrar ao futuro comprador;
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O
espelhamento da pintura rejuvenesce a cor e o brilho
Financiamento
As
opções para financiar um carro novo são: crédito em banco, em banco da
montadora, leasing e consórcio.
As
taxas de juros variam de acordo com o banco e a modalidade de financiamento. O
cliente pode negociar o dinheiro com o banco e comprar o veículo ou fechar um
plano na loja, com financeiras ou bancos de montadoras.
Há
muitas montadoras que abriram bancos e que operam em conjunto com as
concessionárias. Verifique atentamente com a taxa mais vantajosa e as regras do
contrato de financiamento.
O que é CDC (Crédito Direto ao Consumidor)?
Fazer
empréstimo no banco para comprar o carro. O veículo fica registrado no nome do
comprador, mas alienado ao banco, e não pode ser negociado até que sejam pagas
todas as prestações.
O que é leasing?
Financiamento
em que o veículo é registrado no nome do banco ou da empresa financeira e só
pode ser transferido para o comprador depois que todas as prestações forem
pagas.
O que é consórcio
O
comprador paga cotas mensais e recebe o carro quando é sorteado, se der lance
ou no final do contrato, desde que esteja com as prestações em dia.
O que acontece a quem para de pagar o financiamento?
O
consumidor pode perder o carro. No CDC, o banco pode entrar com uma ação na
Justiça para usar o carro que já está alienado em seu nome. Leiloa o veículo e
usa o valor para pagar as parcelas restantes do financiamento (o dinheiro que
sobrar é devolvido ao consumidor).
No
leasing, como o carro está em nome do banco ou da empresa financiadora, ela
tomará o carro do consumidor, que não recebe nada e perde o que já pagou.
No
consórcio, o consumidor perde direito ao carro, mas pode ser ressarcido da
parte que já pagou, mas apenas no final do contrato.
Por
Assovesp (Associação dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado de São
Paulo), Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos do Estado
de São Paulo, Banco Central do Brasil e Fundação Getulio Vargas
Fonte
Folha de S. Paulo