A
zona de conforto é sempre perigosa, deve-se evitá-la. Ela seduz, mas impede o
progresso do seduzido, que acredita estar em uma posição confortável e de
segurança, quando, em verdade, tais circunstâncias são meras ilusões. A zona de
conforto é traiçoeira.
Muitos
advogados corporativos (e muitos dos advogados que atuam em escritório) são
vítimas da zona de conforto e, através dela, acabam por também vitimar os seus
clientes (no caso, os clientes internos da companhia em que trabalham),
colocando como barreiras ou escudos em sua atuação, exatamente, o seu saber
jurídico.
Para
muitos advogados corporativos é fácil se esquivar de um dado problema ou
situação temerária se valendo, por exemplo, daquilo que consta na lei ou na
jurisprudência. Alguns chegam a impedir o avanço para o encontro de uma
solução, sob o argumento de que isto ou aquilo não é permitido legalmente, pura
e simplesmente.
Pois
bem. O advogado a serviço da empresa também deve ser um gestor de pessoas e
projetos; deve saber como compartilhar uma visão, motivar as pessoas com quem
interage, coordenar talentos; quanto aos projetos, deve saber definir metas,
planejá-los e implementá-los. O advogado corporativo deve ser capaz de se
afirmar como um líder “vertical”, a fim de inspirar a sua equipe; e “horizontal”,
em todas as situações de colaboração com outras funções de negócios, sendo um
contribuinte ativo para o desenvolvimento sustentável da empresa da qual faz
parte.
Faça
algo a mais, enfim. Saia da zona de conforto.
Por
Marcelo José Ferraz Ferreira
Fonte
Exame.com