Quem
atua em Recursos Humanos como eu ou lidera uma equipe sabe que é muito comum
profissionais serem contratados por suas habilidades técnicas e demitidos por
problemas de comportamento. E é essa constatação que gera a contínua busca por
maior assertividade e novas técnicas de
recrutamento e seleção nas empresas.
Hoje
em dia, continuamos a analisar a experiência profissional do candidato descrita
no currículo, mas esta ação passou a ser apenas um primeiro filtro para
escolher, entre centenas de bons candidatos, quais são aqueles com que faremos
um primeiro contato telefônico e convidaremos para uma entrevista pessoal.
Nessa
entrevista, perde muitos pontos o candidato que tenta impressionar o recrutador
apenas com suas habilidades técnicas. O que a empresa ou consultoria de seleção
quer de fato nesse momento é conhecer o comportamento e as competências deste
candidato.
Depois
da entrevista com o selecionador, geralmente vem (ou deveria vir) mais uma
entrevista em que o mais importante não é a “experiência profissional” descrita
no papel: é o temido cara-a-cara com seu futuro líder. Esta sim é a pessoa que
deve descobrir todas as suas competências antes da contratação.
Mas
como este líder deve fazer para conhecer a fundo um candidato se o único
recurso que ele tem é a sua palavra e desenvoltura? Minha sugestão é que esse
líder recorra a algumas ferramentas existentes no mercado, que são uma
verdadeira “mão na roda” para saber se o comportamento de um candidato está
alinhado com o da futura equipe e do líder em si.
Quem
nunca respondeu a algum teste online com uma série de perguntas sobre o que
faria na situação X ou se o chefe disse Y? Pois é. Existem realmente muitas
ferramentas de análise de personalidade e cada uma tem um objetivo diferente,
algumas mais atuais, outras mais ou menos flexíveis. Uma de que eu gosto muito
é o Facet5, pois trabalha com o quinto fator (a maioria trabalha com 4 fatores)
que é a emocionalidade. É o quinto fator que “tempera” todos os demais e
determina, inclusive, como cada indivíduo reage diante de uma situação de
estresse ou conflito. O Facet5 é bacana também porque dentro desses 5 fatores,
há ainda os subfatores. Eles abrem algumas questões e permitem que a
personalidade seja analisada de maneira mais profunda e complexa, mais coerente
com nossa realidade humana. Essa conjunção de fatores e subfatores faz toda a
diferença na hora de entender como funciona cada profissional e de que maneira
cada um contribui para a entrega de melhores resultados.
Eu
particularmente acredito que é mais fácil trabalharmos com pessoas, liderarmos
equipes, quando sabemos um pouco mais sobre seus integrantes, porque cada ser
humano é único. Um processo de recrutamento e seleção pode ir por água abaixo
se apenas forem consideradas competências técnicas. É mais fácil investir nos
conhecimentos técnicos que faltam a um candidato do que se surpreender com a
ausência de determinados comportamentos esperados.
Calma.
Você deve estar se perguntando agora “e se eu for mal nesse tal questionário?
Como fica?”. É importante reforçar que não existe resposta certa ou errada
quando se trata de personalidade. Não se preocupe com isso. O que existem são
perfis diferentes – mais ou menos adequados a times já estabelecidos e a
determinadas culturas organizacionais.
Eu
realmente acredito nesse olhar individualizado, que observa e respeita as
características de cada um. Só conhecendo um profissional como pessoa é que
podemos ser realmente bons líderes.
Por
Sofia Esteves
Fonte Exame.com
Fonte Exame.com