Ficar desesperado por não estar trabalhando só vai
prejudicar quem está em busca de um novo emprego
O
momento de recolocação no mercado de trabalho geralmente é acompanhado por
certa tensão no ar. Embora não precise ser um trabalho full-time, como defende
o consultor de carreira e diretor adjunto da Fuqua School of Business da Duke
University, Steve Dalton, o caminho até a oportunidade profissional exige atenção
e dedicação para não dar errado.
Como
defendem os especialistas consultados por Exame.com, empreender uma transição
“atrapalhada” que resulte em fracasso tem um custo alto. “Tanto para a empresa
que contrata, como para o profissional”, explica Christiano de Oliveira,
diretor da Fesa Curitiba.
“Fazer
duas transições erradas em um período de poucos meses dá uma sensação de
fracasso maior do que esperar um pouco mais até recolocação”, diz Carlos
Felicíssimo Ferreira, 4hunter.
Confira
então as dicas destes dois especialistas do que você deve levar em conta para
encurtar a distância entre você e o emprego certo:
1 Equilíbrio emocional
“O
aspecto psicológico é o mais agressivo e o que mais massacra os profissionais”,
lembra Ferreira. Ficar desesperado por não estar trabalhando só vai prejudicar
quem está em busca de um novo emprego. Gerenciar emoções é o primeiro fator, de
acordo com o headhunter.
“Ser
demitido não é o fim do mundo, às vezes é até melhor para sua carreira porque
tem muita gente que não está feliz no emprego, mas fica preso a ele porque tem
conta para pagar”, diz. Fuja de pensamentos do tipo: “ninguém vai me ligar”, “
vou ter que aceitar uma proposta para ganhar menos”.
2 Currículo e networking
Faça
uma revisão do seu currículo, atualize os dados, cheque a clareza de
informações. Lembre-se de que cargos executivos pedem um currículo diferente,
que mostre realizações e equipes lideradas, além das experiências relevantes.
“É
muito importante agitar o mercado”, lembra Ferreira. Por isso, procure
consultores, headhunteres, colegas de outros trabalhos e conhecidos. As
pessoas precisam saber que você está disponível.
3 Consciência de como você vai se apresentar ao
mercado
A
maneira como você se apresenta vai fazer toda a diferença. “É pensar no
discurso, em como mostrar as passagens da sua carreira de forma sólida e
transparente”, diz Ferreira.
Para
o diretor da Fesa de Curitiba, o executivo deve ter na ponta da língua os
cenários que já viveu e quais os principais trabalhos que realizou em uma área,
por exemplo.
Pratique
a sua apresentação para não deslizar na hora de conversar com os consultores. Outro
ponto importante é o salário. “Ele deve se preparar para negociar a sua
remuneração”, lembra Ferreira.
4 Planejamento e organização
Planejar
a sua rotina elaborando um roteiro é uma das dicas de Ferreira. “Dá fluxo e
mais segurança”, diz o headhunter. Caso você não saiba por onde começar, pode
experimentar seguir as sugestões do professor Steve Dalton e elaborar uma lista
com potenciais empregadores e pessoas que você conhece que estão trabalhando
para eles.
5 Capacidade de tomar decisões ancoradas no seu
objetivo de carreira
A
partir do seu background, quais os próximos passos que você imagina para a sua
carreira? E os desafios que você deseja enfrentar? Na opinião de Oliveira, o
profissional que chega para conversar com o headhunter com estas respostas tem
grandes chances de se destacar.
“Tem
que saber para onde ele quer levar a carreira dele e como ele pode emprestar
suas competências para agregar valor naquele projeto”, explica. Ele lembra que
você é um talento na medida em que se faz necessário para aquela posição ou
projeto.
Ou
seja, você precisa ter claro como poderá usar o seu pacote de competências
daquela operação. Dessa foram você também mostra ao mercado que toma suas
decisões com base na gestão que você faz da sua carreira e dos seus objetivos.
6 Atenção ao movimento do mercado
Ficar
atento ao movimento do mercado, de olho em setores mais aquecidos e buscando
cenários que permitam que você tenha um leque amplo de atuação também é um
fator essencial, de acordo com Oliveira.
“É
preparar-se para as oportunidades que surgem e que possibilitam que o executivo
seja um talento no curto, médio e longo prazo”, diz o diretor da Fesa em
Curitiba.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com