Não ter uma reserva
suficiente para se manter durante um ano sem emprego, pode indicar que o
sucesso está longe
Alguns erros cometidos ao administrar as
finanças pessoais podem indicar a falta de preparo para alcançar objetivos,
sejam eles a compra de uma casa, o primeiro milhão, ou uma aposentadoria
tranquila. Mesmo quem já tem uma boa renda não está imune a alguns equívocos
que podem transformar o sucesso financeiro em uma meta distante.
A seguir sete sinais
de que você ainda não está preparado para alcançar seus objetivos financeiros.
1) A parcela da sua
renda destinada aos investimentos é menor do que 10%
Todo orçamento pessoal deve ter uma parte
exclusivamente destinada a investimentos, assim como às despesas fixas e variáveis.
Os investimentos são o oxigênio de diversos projetos pessoais, por isso
destinando menos de 10% da renda a aplicações, alguns objetivos podem demorar
mais a se concretizar.
“É claro
que, para quem tem uma renda altíssima, 10% da renda pode ser pouco se a pessoa
consegue investir 50% da renda. Mas 10% é uma medida bem geral e se não for
possível guardar nem isso por mês, existe um problema”, explica o consultor
financeiro André Massaro.
Os objetivos, o tempo de investimento e a
quantia disponível irão definir quais são as melhores aplicações, quanto deve
ser colocado em cada uma delas e se será preciso aumentar ou não a parcela da
renda para os investimentos. Parte dos investimentos pode ser voltada à aposentadoria,
outra parte a objetivos de médio prazo, como um casamento e outra ao curto
prazo, como uma viagem a ser realizada em breve.
2) Você não teria
dinheiro suficiente para se manter sem emprego durante um ano
A perda de emprego, um problema de família
ou de saúde são imprevistos que podem facilmente minar um objetivo em pouco
tempo. Por isso, é preciso ter uma reserva financeira que seja capaz de
sustentar esse tipo de situação imprevisível.
Alguns especialistas falam que a reserva de
emergência deve equivaler a pelo menos seis meses de despesas, outros um pouco
mais. André Massaro acredita que uma pessoa realmente preparada para alcançar
seus objetivos deve ter pelo menos uma quantia equivalente a um ano de despesas
guardada. “Hoje, muitos conseguem se recolocar em pouco tempo porque o mercado
está aquecido, mas o desemprego sempre foi um problema no país. Por isso é preciso
se preparar para o pior cenário, não o melhor”, diz.
3) Seu investimento
para a aposentadoria vai de mal a pior
Ter uma boa aposentadoria, para alguns,
significa ter uma renda mensal de 10 mil reais; para outros, a renda deverá equivaler
a 20 mil reais. Por isso não existe uma regra geral que mostre se a pessoa está
cuidando bem ou não de sua aposentadoria.
Massaro afirma que em países desenvolvidos,
os investidores acumulam para a aposentadoria um patrimônio suficiente para
mantê-los durante 30 anos, um período que ele considera também recomendável
para os brasileiros que planejam sua aposentadoria.
Seja qual for o período que o investidor
considerar que viverá depois de aposentado, ele deve pensar se com a quantia
que ele investe mensalmente hoje e com o tempo que ele tem até a aposentadoria,
os recursos investidos serão suficientes para se aposentar com a renda
pretendida. Caso não sejam, este pode ser um indício de que o caminho para o
sucesso está ainda bem distante.
4) Mais de um terço
da sua renda é destinada ao financiamento de um imóvel
Os próprios bancos, que têm total interesse
em fornecer crédito para o financiamento do imóvel, recomendam que os clientes
não comprometam mais de um terço de sua renda líquida (renda mensal descontados
os impostos) com as parcelas do imóvel.
“Essa é uma regra bastante usada e vale para
a maioria dos casos. Apenas não vale se a pessoa é solteira, ganha muito
dinheiro e consegue manter um padrão de vida bom, mesmo gastando mais de um terço
da renda com o imóvel”, diz André Massaro.
Com mais de um terço da renda destinada ao
financiamento do imóvel, aumentam as chances de problemas financeiros. Alguns
especialistas, inclusive, acreditam que o ideal é que o financiamento não
ultrapasse 20% da renda, principalmente se ele ainda não tiver formado sua
reserva de emergência, já que nesse caso, diante de algum imprevisto, a dívida
com o financiamento pode tornar a situação insustentável.
5) Suas férias
dependem do cartão de crédito
Usar o cartão de crédito para pagar algumas
despesas durante as férias não é um problema e pode até ser vantajoso em alguns
casos por causa do acúmulo de pontos no programa de fidelidade do cartão. Mas
pagar tudo no crédito, inclusive passagem e a estadia, é um indício de que para
um objetivo menor já há dificuldade de se programar. As metas maiores,
portanto, podem se tornar extremamente complexas.
Uma orientação comum dos especialistas em
finanças é que o período de pagamento de um bem ou serviço não extrapole sua
vida útil. Ou seja, a viagem não deve continuar a ser paga depois que ela acaba.
Ao começar a pagar com antecedência, ou
mesmo ao pagar à vista, um pacote de viagens, passagem ou estadia, normalmente é
possível conseguir descontos. E com um bom planejamento também é possível
investir o valor que será utilizado na viagem, por exemplo, em um fundo
cambial, que permite poupar o valor necessário em moeda estrangeira, protegendo
o dinheiro das oscilações cambiais até o momento de pagar as despesas.
6) Você dá mais
importância ao investimento que ao valor poupado
Outra regra básica para quem quer alcançar o
sucesso financeiro diz que poupar é mais importante do que investir. Isso
significa que ter uma regularidade de aportes nos investimentos e poupar mais
dinheiro é muito mais importante do que dar uma “grande tacada” e escolher a
melhor aplicação disponível no mercado.
Alguém que tem dinheiro investido, mas tem dívidas
a pagar, provavelmente estará pagando mais juros do que recebendo, já que os
juros de empréstimos e financiamentos à pessoa física costumam ser bem maiores
que o retorno das aplicações financeiras.
Por isso, quando as taxas forem altas, vale
mais a pena poupar uma quantia suficiente para pagar esses financiamentos em
aberto do que dar início a um novo investimento.
Além disso, quando o investidor consegue
poupar e reunir uma boa quantia antes de investir, ele pode conseguir ter
acesso a produtos financeiros melhores. Aplicações com aporte inicial maior
muitas vezes também contam com remuneração maior e custos menores.
7) Você só consegue
comprar um carro novo se for financiado em um prazo longo
Nem todo mundo consegue pagar à vista um bem
de alto valor como um carro, mesmo com uma boa situação financeira. E isso não é
um problema. Mas, se para comprar o carro pretendido é preciso entrar em um
financiamento de mais de três anos, algo está errado.
Se o carro de 100 mil reais almejado só pode
ser comprado se financiado em mais de 36 meses, isso pode significar que o
valor do bem está acima da real possibilidade do comprador. Como as taxas podem
ser maiores e os carros sofrem mais depreciação quanto maior o tempo, se o
financiamento for muito longo, mesmo ao vender o carro o valor recebido pode não
ser suficiente para quitar o financiamento.
Por Priscila Yazbek
Fonte Exame.com