Especialistas em recrutamento revelam o que buscam nas
redes sociais e o que consideram relevante nos perfis de candidatos que
participam de processos seletivos
Recrutadores não prestam muita atenção às
recomendações e ao volume de conexões no LinkedIn
O
que você publica nas redes sociais e os grupos de que participa são dois itens
que podem dizer muito sobre você para os recrutadores. Exame.com consultou dois
especialistas em recrutamento para saber quais redes sociais de candidatos eles
consultam e o que procuram.
Como
era de se esperar, o LinkedIn é o mais visitado. Facebook e Twitter têm bem
menos relevância para os especialistas, mas podem ser "espiados" de
vez em quando. “Hoje em dia o perfil pessoal do candidato tem peso”, diz João
Paulo Camargo, sócio-gerente da Asap, consultoria de recrutamento e seleção de
executivos.
Ele
costuma fazer a checagem das páginas de candidatos nas redes após a entrevista
de emprego para pinçar alguns aspectos do perfil pessoal. Já Winnie Welbergen,
consultora da Hays, diz buscar informações sobre candidatos no LinkedIn antes
de conversar com eles pessoalmente.
Confira
qual é o caminho percorrido pelos dois especialistas ao visitar as páginas de
redes sociais de candidatos a uma oportunidade profissional.
1. LinkedIn
O
LinkedIn é a rede social mais relevante na hora de checar candidatos. Camargo
costuma fazer a checagem depois da entrevista com o candidato, por isso, diz
que os grupos e o conteúdo das postagens são seu foco na página.
Winnie
usa a rede social profissional para buscar informações que não tenha sobre os
candidatos, ou quando o currículo que ela possui em seu banco de dados está
desatualizado.
“Olhamos
os grupos dos quais ele participa para saber se ele está em grupos mais
profissionais com discussões mais técnicas relacionadas a sua área de atuação
ou se apenas participa de grupos de amizade, sem preocupação profissional”, diz
Carmargo.
Para
Winnie, os grupos são mais uma ferramenta para se aproximar de profissionais do
que para analisá-los. “Não faço uma análise de quais grupos este profissional
participa”, diz ela.
O
conteúdo das postagens também é levado em conta. “Vemos o quanto ele publica de
conteúdo e o que. Se ele coloca matérias, textos mais técnicos ou se posta
apenas conteúdo não relevante”, diz Camargo. A qualidade dos textos escritos
também entra na mira, com checagem de vocabulário e de erros.
As
conexões do candidato são importantes, diz Camargo, para dar um panorama do
nível de influência que o profissional tem em sua área de atuação. Por isso,
conta mais a qualidade das conexões do que o volume. “Vejo se tem conexões com
presidentes, diretores de empresas, formadores de opinião. Isso mostra que ele
tem uma certa influência. Se as conexões são apenas com amigos e colegas de
trabalho, percebo que ele ainda não entrou para esse hall de executivos
influentes”, diz.
As
recomendações são motivo de desconfiança, revelam os recrutadores. “A gente não
dá muita importância. Vou buscar as recomendações por conta própria. O que os
profissionais escrevem ali é pouco relevante, é forçado”, diz Camargo. Winnie
concorda. “Leio, mas não é algo que substitua a necessidade de pegar uma
referência do candidato”, diz.
2. Facebook
É
menos importante para os recrutadores. “Olhamos bem menos, não entendemos essa
rede como sendo uma ferramenta voltada para o âmbito profissional e respeitamos
isso”, diz Camargo.
No
entanto, a rede social pode, sim, ser checada de vez em quando. “Podemos olhar
grupos dos quais ele participa e comentários que faz também”.
Para
ele, as fotos não têm tanta importância. “Só se estiver muito fora dos padrões,
mas minha avaliação positiva depois de uma hora de conversa com o candidato não
cai por terra por conta de duas ou três fotos do Facebook”, diz Camargo.
3.Twitter
Das
três redes, o Twitter é a menos interessante aos olhos dos recrutadores. “A
gente mal usa”, diz Camargo. Winnie concorda. “Não uso para checar os
candidatos, a Hays está presente tanto no Facebook quanto no Twitter, mas o
interesse é atrair candidatos e não analisar seus perfis”, diz ela.
No
entanto, diz Camargo, o Twitter pode revelar alguns aspectos do candidato.
“Poderia checar até que ponto ele é conectado ao Twitter, se faz postagens a
cada 15 minutos, em horário de trabalho”, diz.
O
conteúdo das postagens também pode pesar a favor ou contra o candidato. “ Se
ele só posta besteiras do tipo ‘odeio segunda-feira’ ou ‘que bom que já são
18h’ isso revela que ele é uma pessoa que precisa ser forçada para trabalhar, o
que não é interessante para o cliente que está contratando”, diz Camargo.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com