Planejar antes de começar um financiamento, fazer uma
planilha com o orçamento mensal e utilizar cheques e cartão de crédito com
cautela são dicas fundamentais para o consumidor não acumular dívidas
Recentemente,
o governo tem colocado em prática uma série de medidas para reduzir as taxas de
juros cobradas pelos principais bancos do País. A ideia é manter a economia
aquecida e a estratégia principal é o estímulo ao consumo, especialmente de
bens duráveis. No entanto, os elevados índices de inadimplência têm demonstrado
que esse consumo pode não estar sendo muito bem planejado pelas famílias
brasileiras.
Para
evitar que a compra de seu carro, casa ou eletrodoméstico o leve a uma situação
de endividamento em excesso e, consequentemente, à inadimplência, o Idec
preparou uma série de respostas para as perguntas mais frequentes em relação ao
tema e também apresenta algumas dicas para que o consumidor mantenha as
finanças organizadas.
Qual a diferença entre endividamento e inadimplência?
Quando
uma pessoa pega emprestado recursos financeiros para adquirir algum bem, ele
está se endividando. O excesso de dívidas pode levar o consumidor à situação de
inadimplência, que é quando não se consegue pagar um compromisso financeiro até
a data de seu vencimento.
Como o consumidor pode evitar o endividamento
excessivo ou superendividamento?
A
regra principal para evitar o endividamento excessivo ou superendividamento é
não deixar que as parcelas dos empréstimos ultrapassem 30% da renda mensal
familiar. Se isso acontecer, o consumidor terá dificuldades em arcar com as
despesas básicas do dia a dia. Fazer uma planilha com o orçamento doméstico
mensal e saber exatamente o valor da sua renda para saber quanto poderá gastar
são dicas fundamentais para que o consumidor não acumule dívidas. Também é
aconselhável optar pelo pagamento de menor quantidade de parcelas em um
financiamento para evitar o pagamento de juros altos por um longo período.
Quais são as recomendações antes de começar um
financiamento?
A
primeira recomendação é planejar. Fazer um empréstimo em uma situação
emergencial ou desesperadora não dá certo. O consumidor precisa analisar sua
capacidade de pagamento, lembrando sempre que os cálculos não devem se basear
no valor do salário, mas no que sobra depois do pagamento das contas do mês e
outras dívidas que já possua. Imprevistos como desemprego ou doença devem ser
levados em consideração. Diminua gastos desnecessários e tenha controle do seu
dinheiro.
Antes
de começar um financiamento, o consumidor precisa saber que tipo de crédito é o
mais adequado para a finalidade dele. Se for para aquisição de bens, procure a
linha específica ao invés de simples empréstimos pessoais. As linhas
específicas para a aquisição de bens costumam ser mais baratas, porque o bem
fica como garantia. Fuja de crédito caros como cheque especial ou cartão de
crédito. Para uso do dinheiro sem finalidade específica, compare empréstimos
pessoais em diferentes bancos.
É
importante, ainda, pesquisar os diferentes bancos antes de fechar negócio, pois
as condições oferecidas costumam variar bastante, bem como as taxas aplicadas.
Também vale evitar financiamentos em mais de 24 parcelas e dar o maior montante
possível de entrada, a fim de diminuir ao máximo o prazo de pagamento.
Como
usar cheque, cartão de crédito e o cheque especial sem acumular dívidas?
Sempre
que utilizar cheque pré-datado, anote os números das folhas e as datas
previstas para os descontos. Desta forma, o consumidor tem o controle de seus
gastos e pode se programar para ter o dinheiro na conta quando o cheque for
descontado.
Já
o consumidor que parcelar as compras no cartão de crédito também deve ficar
atento não só ao valor da parcela, mas ao total que sua fatura vai somar com
aquela nova aquisição. O pagamento integral da fatura é fundamental, uma vez
que os juros cobrados no parcelamento da fatura são um dos mais altos do
mercado. Assim, ao parcelar ou pagar o “valor mínimo”, a dívida acumula para o
mês seguinte e fica cada vez mais alta!
Quanto
ao cheque especial, evite-o ao máximo. As taxas de juros dessa modalidade são
muito altas e é importante lembrar que, quando seu salário for depositado no
próximo mês, ele primeiramente cobrirá sua dívida no cheque especial - também
conhecido como “limite” de sua conta corrente. Sendo assim, você terá menos
dinheiro disponível para arcar com seus gastos do mês em questão, o que poderá
levá-lo a entrar novamente no cheque especial, criando um circuito sem fim de
cobranças de juros e uma conta corrente que não sai do vermelho nunca.
Fonte
Idec