terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

QUANDO A ATENÇÃO E A MEMÓRIA COMEÇAM A FALHAR NO TRABALHO

Especialistas explicam como criar condições para que, no corre-corre do mercado corporativo, profissionais consigam aproveitar ao máximo as capacidades do cérebro

Se você nunca sofreu da síndrome de déficit de atenção ou se nunca teve problemas de memória, é provável que, nos dias de hoje, no horário de trabalho, esses sejam seus piores inimigos. Afinal, ao mesmo tempo em que o profissional tem um milhão de tarefas para dar conta, ele precisa estar atento aos e-mails, às mensagens nas redes sociais, atender ligações... Dificilmente a atenção, a memória e o raciocínio lógico não ficarão prejudicados. Segundo especialistas, se o profissional quer trabalhar em modo 100% concentrado, precisa desenvolver essa capacidade: quanto mais você usa uma habilidade específica, explicam, melhor ela fica.
O cérebro pode ser visto como um conjunto de sistemas, explica Luiz Moraes, sócio-fundador da Cérebro Melhor, que desenvolve jogos para exercitar o cérebro. Assim, só melhoram aqueles sistemas que são efetivamente usados com sucesso. Se você passa todas as horas do dia lendo, ficará muito bom em atividades que envolvam a linguagem, o processamento semântico, vocabulário e geração de palavras. Se sua vida é jogar xadrez, você se tornará muito bom em resolver problemas lógicos que envolvam análise espacial e a visualização mental de várias etapas.
— A principal lição da neurociência é simples: crie oportunidades para seu cérebro aprender, todos os dias e de todas as formas possíveis. O aprendizado molda o cérebro ao longo da vida, não apenas durante os períodos de desenvolvimento cerebral na infância e adolescência — ensina Moraes.
É claro que as várias funções cognitivas ajudam umas às outras, mas isso tem limites. Exercitar a memória é ótimo, mas não treina diretamente o raciocínio necessário para resolver problemas. Ter um enorme vocabulário é muito bom para a leitura, mas não ajuda a melhorar a capacidade de concentração. O cérebro tem seu declínio cognitivo normal a partir dos 25 anos. Para ter, portanto, boa atenção, memória, linguagem, visão espacial e raciocínio lógico, é preciso exercitar cada uma dessas coisas. Variedade é fundamental, acrescenta o especialista da Cérebro Melhor.
Por Luciana Calaza
Fonte O Globo Online