terça-feira, 24 de setembro de 2024

HORA DE PISAR NO FREIO

 
Organizar as tarefas e eleger prioridades são essenciais para criar uma rotina de trabalho menos estressante

Hoje em dia, a maioria das pessoas vive com pressa e sente que o dia está curto para dar conta de tudo o que tem para fazer. Estão sempre cansadas e acabam não conseguindo cumprir os prazos determinados pelo chefe. Stop! Talvez seja hora de pisar no freio.
Diminuir o ritmo não significa ociosidade, dizem os especialistas. Não adianta querer abraçar o mundo e ''fazer tudo ao mesmo tempo, agora''. O importante, afirma Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), é que a pessoa procure se organizar, estabeleça objetivos e, a partir daí, prioridades. Se o profissional tem 10 tarefas a serem cumpridas, deve identificar quais as mais importantes e dar prioridades a elas:
— É normal ficar devendo tarefas para o dia seguinte. Não é nenhum pecado. Objetivo, prioridade e organização são as palavras-chaves para não vivermos sobrecarregados. Isso vem com planejamento. É preciso que as pessoas sejam realistas quanto ao que têm para fazer e o tempo que dispõem. Só assim não se sentirão culpadas por não fazerem tudo num só dia.
Perder o prazer de fazer aquilo que gosta, não cumprir tarefas, furar os prazos, perceber que a qualidade do trabalho está caindo, apresentar problemas de concentração e demonstrar irritação e ansiedade são sinais claros de que chegou o momento de fazer as coisas de um jeito diferente.
E quando a pessoa gosta de ter um dia cheio e se sente mais produtiva assim, é difícil diminuir o ritmo? Segundo Ana Maria, para aqueles que acreditam que produtividade é sinônimo de correria, é um desafio muito grande admitir que precisa pisar no freio. Ficar parado faz com que esses profissionais se sintam ociosos, ansiosos e improdutivos.
— Muitos medem a produtividade pela correria, por uma agenda cheia, e não pela qualidade do trabalho. São pessoas que produzem mais quando são pressionadas. Mas esquecem que, se não derem uma pausa, vão ficar sobrecarregadas e acabar tendo problemas de saúde.
Em alguns casos, é preciso que os outros sinalizem. Mas nem sempre o comentário do colega é bem recebido:
— Viver correndo, fazer mil coisas ao mesmo tempo, acaba se tornando tão automático, que a pessoa não nota. Normalmente, refuta a observação ou responde de forma agressiva. São poucos aqueles que aceitam o comentário e acabam se conscientizando de que precisam desacelerar.
Por Ione Luques
Fonte O Globo Online