Resiliência e conhecimento multidisciplinar estão
entre os atributos essenciais para que o gestor estratégico de uma grande
empresa possa aguentar o tranco
Bons líderes não sofrem com pressão porque sabem que
isso é parte do jogo
Comandar
uma grande empresa requer habilidades para lidar com inúmeros desafios, que vão
desde saber gerir equipes e mantê-las motivadas até traçar rotas de crescimento
competitivas, mesmo com alguma alteração de regra do mercado.
Ainda
assim, saber dar nó em pingo d´água não é o suficiente para ser um bom líder.
Algumas habilidades são essenciais para executivos que conduzem cargos
estratégicos das grandes companhias e querem fazer delas as melhores dentro de
seus ramos de atividades. A seguir estão cinco delas apontadas por Fabio Marra,
diretor de recrutamento executivo da Mariaca.
Adaptabilidade
Uma
hora, ele trabalha numa empresa petroquímica nacional. Em outra, numa
farmacêutica inglesa. Mais para frente em uma varejista familiar. Não importa
onde, o bom líder sabe se adaptar às regras de qualquer companhia que saiba o
que faz, para quem e onde quer chegar. Não importa se terá de se reportar a
seis conselheiros de administração ou ao fundador de uma empresa tradicional,
ele sabe exatamente o que em de ser feito.
“As
maneiras como os negócios são conduzidos nesses vários universos são muito
diferentes, mas para ele é fácil se adaptar às várias formas de reportar os
resultados, já que o mais importante é trazê-los", afirma Marra.
Resiliência
Sabe
quando um executivo é colocado sob muita, muita pressão e, depois de entregar
os resultados, passado o momento mais turbulento, ele se revolta por ter
passado por aquilo? Pois então, resiliência é justamente o oposto disso. O
executivo resiliente sabe que a pressão faz parte do jogo. E tem plena
convicção de que assumiu o cargo na condição de jogar e jogar muito bem,
diga-se de passagem.
Para
ele, picos de trabalho não significa estresse acumulado, falta de respeito pelo
seu trabalho ou excesso de carga. Picos de trabalho são apenas picos de
trabalho... e eles passam. E são sem importância diante do desafio de comandar
uma empresa.
Interatividade
É
claro que líderes de cargos estratégicos precisam se cercar de pessoas
confiáveis e competentes no que fazem. Mas seu maior diferencial é saber manter
essas pessoas ao seu lado e fazer com que eles se inspirem no chefe que tem. O
contrário a isso pode ser desastroso. “Você pode ter as melhores pessoas
possíveis na sua equipe. Mas se não souber conduzi-las, não terá como extrair o
potencial delas ao seu lado”, afirma o headhunter.
O
bom líder não cobra apenas resultados, ele também trabalha para alcança-los
juntos a sua equipe. E por isso comemora cada pequeno avanço com eles. A
proximidade com a equipe faz com que o líder também tenha uma visão melhor de
quem trabalha com ele. “Há ótimos profissionais que não sabem fazer marketing
pessoal”, diz Marra. “Só com uma avaliação mais minuciosa o gestor saberá do
talento que cada colaborador tem”.
Polivalência
Da
mesma maneira que o bom líder sabe se adaptar aos vários tipos de empresas, ele
também consegue ter uma boa desenvoltura em vários departamentos. Os melhores
gestores são aqueles que já passaram por áreas tão distintas quanto logística e
marketing e souberam extrair o melhor de cada experiência. “A estratégia de uma
companhia é feita em várias frentes e um líder que já tenha passado por várias
áreas tem uma visão global de onde quer chegar e como“, afirma o headhunter.
Ponderação
Demitir
pessoas, reduzir custos, inovar serviços... decisões que mudam todo o rumo de
companhia, e algumas vezes até o destino de pessoas fazem parte do cotidiano de
gestores de grandes companhias. Ponderar as melhores alternativas para ele, a
companhia e demais envolvidos é uma habilidade essencial para que o executivo
tenha sucesso nisso. “Ele precisa avaliar quão benéfico será o impacto das
mudanças para os resultados”, diz Marra.
Por
Tatiana Vaz
Fonte
Exame.com