Estudo americano diz que pesquisa sobre pessoa em
mídia social revela mais que testes de personalidade
Para
alguém prever como você é no ambiente de trabalho, basta reservar dez minutos
para olhar seu perfil no Facebook. É o que diz um estudo recém-divulgado do
Jornal de Psicologia Aplicada americano. Os pesquisadores pediram a um
professor universitário e a dois estudantes para espiarem, por dez minutos, o
perfil de estudantes de faculdade que estão empregados. Pediram a eles que,
então, respondessem a uma série de questões sobre a personalidade desses
estudantes, para ver se são dependentes emocionalmente ou se parecem ser
emocionalmente estáveis.
Seis
meses depois, os pesquisadores compararam as avaliações do Facebook com
pequenos resumos da performance profissional dos estudantes que tiveram os
perfis analisados. O resultado foi uma grande correlação entre as percepções
dos perfis do Facebook e suas performances no trabalho. De fato, as avaliações
baseadas nos perfis no Facebook provaram ser mais precisas do que os
tradicionais testes de personalidade que as empresas costumam usar para avaliar
seus funcionários.
Em
entrevista ao Baltimore Sun, o pesquisador Donald Kluemper disse que uma das
diferenças é a mudança de sistema de referência:
—
Na pesquisa, estamos perguntando a terceiros 'Esta pessoa trabalha duro?'. Num
teste de personalidade, o empregado seria questionado sobre o quão duro
trabalha. Uma das críticas aos testes de personalidade feitos pela própria
pessoa é que podem ser falsificados. Já numa análise de página de Facebook, é
bem mais difícil de isso acontecer.
Traços pessoais como extroversão e senso de humor são
bem vistos por recrutadores, diz pesquisa.
Os
resultados do estudo puseram em xeque os tradicionais testes de personalidade,
aplicados por profissionais de recursos humanos, para avaliar os candidatos. Se
dez minutos são o tempo necessário para determinar se uma pessoa trabalha bem
ou não, por que os recrutadores não fariam isso? Não é à toa que 70% deles,
segundo estimativas, recusaram candidatos depois de acharem informações
negativas sobre eles em mídias sociais, como o Facebook.
A
pesquisa, porém, não se concentrou somente no tipo de informação que
desqualificaria alguém para um trabalho. Também focou em traços positivos de
personalidade que os empregadores gostam de ver num subordinado, como se a
pessoa interage bem socialmente, se é curiosa, tem hobbies interessantes ou um
bom senso de humor. Fotos de pessoas saindo e se divertindo não necessariamente
foram vistas de forma negativa por recrutadores, e algumas vezes até aumentaram
sua pontuação, porque mostravam que eles eram extrovertidos e que se sentiam
confortáveis em situações sociais.
Quem
está procurando um emprego deve, segundo os pesquisadores, considerar que um
potencial empregador está lhe espreitando on-line. Antes de postar algo, é
recomendável que se pense: ‘Eu gostaria que o meu futuro chefe visse isso?’. Por
outro lado, dizem especialistas, não poste somente fotos de você lendo, em sua
casa, completamente sozinho. De acordo com os resultados da pesquisa, aquelas
fotos mostrando você fazendo uma social com amigos podem, de fato, lhe ajudar.
Fonte
O Globo Online