segunda-feira, 17 de abril de 2017

ELETRICIDADE INTELIGENTE

A revolução digital vai mudar nossa forma de consumir, distribuir e produzir energia elétrica. Redes elétricas mais inteligentes saem do papel e chegam até nós, não na velocidade da luz, mas vai chegar.
É fato que a cada dia mais equipamentos elétricos chegam às residenciais de milhares de pessoas em todo o mundo, pois a 50 anos as casas, em sua maioria, só abrigam uma geladeira, um radio e, em algumas exceções, uma TV ou um chuveiro elétrico. Hoje a situação é muito diferente, visto que além daqueles equipamentos, temos um computador, DVD, micro-ondas, cafeteira elétrica e mais um monte de gadgets.
Não é preciso pensar muito para saber que estamos caminhando para o caos energético, como ocorreu em 1999 em nosso País. Alem disso, a necessidade de diminuir ou consumir com mais inteligência os recursos do planeta está causando movimentação em diversos países.
De acordo com a IBM, 14,7 % do total da energia produzida no Brasil é dissipada no processo de distribuição. Além disso, o furto de energia (famoso “gato”) deve ser diminuído, mais precisão nas medições de consumo e funções adicionais como identificação de falhas à distância são algumas novidades desta nova rede. O que muda?
Como você sabe, o modelo de distribuição é defasado, se a luz cair na sua casa é preciso ligar para a empresa de energia e pedir que eles venham até você para reparar a falha. Como a Smart Grid é uma rede inteligente, assim que a pane ocorrer, a empresa geradora sabe onde aconteceu a queda de energia e em poucos minutos pode mobilizar funcionários para realizarem o conserto. A comunicação de mão dupla entre sua casa e a operadora, sensores ao longo de toda a rede, controle e automatização do consumo residencial são algumas das mudanças que ocorrerão.

Primeiro passo
O primeiro passo para chegar a toda esta maravilha do consumo energético precisa ser dado na sua casa. Isso mesmo, para que toda essa comunicação inteligente aconteça, seu medidor de energia precisa ser substituído. Há anos um medidor analógico é usado nas casas, desta forma um modelo digital precisa ser introduzido para que haja maior controle por parte de geradora de energia e do consumidor. Estes novos medidores terão chips e se conectarão a internet para transmitir dados.
O problema é que isso vai demorar um pouco para acontecer, pois de acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) há, aproximadamente, 65 milhões de medidores analógicos no país. A regulação dos modelos digitais ainda em saiu do papel, mas a previsão é que em no máximo dez anos todos os medidores sejam substituídos. Além da mudança de leitores, toda a infraestrutura de captação de dados provenientes destes aparelhos precisa ser criada ou aprimorada, pois sem isso não há como medir o consumo ou detectar problemas.

Medidor Digital e Analógico

Faixas de consumo
Em uma consulta pública realizada em 03 de Setembro de 2009, a ANEEL propôs uma nova forma de tarifação de energia. Assim como é feito nos serviços de telefonia, faixas de valores deferenciados serão criadas para fomentar o consumo de eletricidade fora dos horários de picos. Com estas faixas, as empresas de energia podem cobrar mais pela eletricidade usada no horário comercial e menos durante a madrugada, por exemplo.
Com esta medida, busca-se a criação do habito do consumo consciente no consumidor e evitar panes ou blecautes. Entretanto, para este sistema funcionar, os medidores digitais precisam estar em operação para que seja possível fazer a diferenciação de valores e horários.

Cidade modelo
Há vários lugares onde as Smart Grids estão em testes. Um destes é a cidade de Boulder, no estado do Colorado (EUA), onde o consórcio Xcel Energy vem testando mecanismos para potencializar o uso de energia. Formas tradicionais e emergentes de produção de eletricidade estão sendo avaliadas em algumas residências para verificar a eficiência deste tipo de rede.

Sustentabilidade
Além de inteligência, outra palavra que tem tudo a ver com Smart Grid: sustentabilidade. Isso porque, uma das novidades nesta nova rede de energia é o consumidor-produtor. A descentralização da produção de energia é uma das propostas das redes inteligentes, sendo assim, qualquer um pode produzir energia e armazenar ou vender o excedente. Muito se fala em energia eólica e solar e estas formas sustentáveis de produção podem estar na sua casa, contribuindo para que sua fatura de luz diminua.

Aparelhos conscientes
Com todas estas possibilidades a tendência é que até os eletrodomésticos se tornem mais inteligentes. Em breve será possível programar a máquina de lavar roupas para funcionar somente nos horários em que a energia é mais barata. Além disso, com a medição inteligente é possível saber quanto cada aparelho consome mensalmente, algo quase impossível hoje em dia.
Por meio de um site ou software, você pode acompanhar diariamente o gasto energético do seu vídeo game ou da geladeira nova e saber com precisão, quanto vai custar a fatura de energia no fim do mês. Até os carros podem servir como provedores de energia, pois em momentos em que o custo por KW for mais alto, a energia armazenada nas baterias do veículo pode servir como fonte de eletricidade para sua casa.

























Por Claudio – HPTEL