A ruminação mental é um dos principais
problemas psicológicos relacionados à depressão e ansiedade. Um exemplo de
ruminação é quando ficamos "remoendo" uma discussão com um colega de
trabalho ou familiar, e os pensamentos se repetem e persistem em nossa mente.
São pensamentos que frequentemente vêm de
maneira automática, e com os quais nos identificamos emocionalmente. É como se
os pensamentos ficassem grudados em nossas mentes. Muitas vezes esses
pensamentos são negativos, autocríticos e autodepreciativos, e nesses casos que
estão mais relacionados à depressão e ansiedade.
É como se não tivesse uma separação entre
nós e os pensamentos, e eles viram "verdades absolutas". Assim, não
nos damos conta do tempo que passamos pensando neles, porque somos totalmente
absorvidos pelos pensamentos.
A ruminação mental também pode acontecer a
partir de um "pensamento consciente", por exemplo, quando decidimos
pensar sobre a solução de algum problema que surgiu. Mas, em poucos segundos, a
mente já começa a "ruminar" de maneira automática nas preocupações
relacionadas ao problema, e acabamos perdendo um tempo importante e improdutivo
nesse "remoer" mental.
A meditação, em especial as técnicas de
mindfulness (atenção plena), permitem-nos "adestrar" o que as
tradições contemplativas chamam de mente do "macaco louco", referindo-se
à mente ruminativa que fica "pulando de galho em galho", movimentando-se
de forma caótica e distraída "por aí".
No processo de meditação o que se pretende
então é treinar (adestrar) a mente (o macaco louco) com a "corda" da
atenção, que está unida a uma "estaca bem presa ao chão", imagem que
usamos para representar o conceito de "ancoragem" das técnicas de
meditação ou mindfulness (clique aqui e conheça o passo a passo como é uma técnica
simples de mindfulness).
Uma das "âncoras" mais comuns nas
técnicas é a própria respiração, a qual nos ajuda a "adestrar o macaco
louco" diminuindo então a ruminação mental.
Os "macacos" (pensamentos) continuarão
lá, mas ficarão "menos loucos" com o tempo e a regularidade da
prática, e nossa mente ficará menos à deriva e menos tempo no "modo "ruminativo".
O corpo (sensações corporais) e a respiração são chave nesse processo, pois
estão sempre no "momento presente" (a mente ruminativa está , em geral,
pensando no passado ou no futuro), e por essa razão são considerados as
principais "âncoras" da prática meditativa ou de mindfulness.
Assim, a meditação, por meio das sensações
corporais e da respiração, "reinicia" ou "reseta" a mente
de tempos em tempos, permitindo que se saia dos ciclos ruminativos, melhorando
nossa performance e qualidade de vida.
Por Marcelo Demarzo
Fonte VivaBem